sábado, 27 de fevereiro de 2010

Campanha: "Por Um Consumo Responsável! Posiciono-me!"

A Rede Nacional de Consumo Responsável lançou uma campanha de sensibilização destinada aos alunos do Ensino Básico e Secundário das escolas do Grande Porto envolvidas no projecto, como é o caso da Escola Secundária de Rio Tinto. A campaha tem a designação de "Por Um Consumo Responsável! Posiciono-me!". De seguida transcrevo um documento da organização com as informações relativas ao modo como se vai desenvolver a actividade.




ORGANIZAÇÃO PROMOTORA/Enquadramento
A Rede Nacional de Consumo Responsável (RNCR) tem como principal desafio a promoção da mudança dos hábitos de consumo, articulando as diferentes abordagens aos problemas mundiais como a pobreza, as assimetrias Norte/Sul, a protecção do ambiente e dos direitos humanos através de alternativas sustentáveis que implicam o desenvolvimento de novos comportamentos sociais e de consumo responsável.
Esta rede resulta da parceria entre:

O ISU - Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária (ONGD), fundado em 1989, que desenvolve projectos na área da Cooperação e Educação para o Desenvolvimento, Voluntariado e Exclusão Social;

A Reviravolta - Organização de Comércio Justo, fundada em 2000 que comercializa produtos de comércio justo e desenvolve iniciativas de educação e formação junto da Comunidade Educativa do Grande Porto.

Estas duas organizações associaram-se com o intuito de intervir na área da Educação para o Desenvolvimento com o objectivo de promover a tomada de consciência do nosso papel na sociedade actual, uma sociedade assente no consumismo e em modelos de desenvolvimento que criam um fosso cada vez maior entre o Norte e o Sul, que promove a exclusão social, o desrespeito pelo ambiente e pelos direitos humanos.

ENQUADRAMENTO TEMÁTICO DO CONCURSO
Os trabalhos a desenvolver no âmbito desta iniciativa enquadram-se na:
• Promoção do Consumo Responsável
• Consciencialização para um Consumo Responsável

CALENDÁRIO
Divulgação da Campanha: De 25 de Fevereiro a 10 de Março de 2010
Inscrições: Até 10 de Março
Envio dos trabalhos: Até 20 de Março de 2010

DESTINATÁRIOS
Escolas de Ensino Básico do 2.º Ciclo, 3.º Ciclo e Secundário do Grande Porto inseridas no Consumo Responsável em Rede

REGRAS
TEMA - Todos os trabalhos são subordinados ao tema “Consumo responsável”.
TÍTULO - Por um Consumo Responsável! Posiciono-me!
FORMAS:
• FORMA 1: cartaz em suporte DIGITAL (powerpoint), tamanho A1, na vertical, devendo conter no máximo 12 frases; 1 FOTOGRAFIA ou IMAGEM (fornece-se modelo);
• FORMA 2: cartaz em suporte PAPEL, tamanho A1, na vertical, devendo conter no máximo 12 frases; 1 FOTOGRAFIA ou IMAGEM.
Pede-se aos participantes que escolham a sua pose ou postura que querem fazer ou a imagem que querem inserir que seja representativa da sua personalidade enquanto uma pessoa que apela a um consumo responsável.*
Cada participante, tendo como base a promoção do consumo responsável, deverá criar o seu slogan, a sua frase-chave para a campanha ou escolher uma das dicas para um consumo responsável que assuma como sua.

APRESENTAÇÃO/ RECEPÇÃO DOS TRABALHOS
O(s) trabalho(s) deve(m) ser acompanhad(o)s de um documento com a informação:
- nome dos responsáveis - aluno(s) e professor(es)
- nome da escola
- ano escolar
e enviados por e-mail para
info@consumoresponsavel.com


O(s) trabalho(s) deve(m) constituir-se como uma campanha a ser afixada na escola e a figurar no site da Rede Nacional de Consumo Responsável.

DIVULGAÇÃO/CAMPANHA
De 22 a 31 de Março de 2010, os cartazes deverão ser apresentados nas respectivas escolas e também no site da Rede Nacional de Consumo Responsável

UTILIZAÇÃO DOS TRABALHOS
Todos os trabalhos serão pertença dos autores, mas deverão estar disponíveis aos promotores desta iniciativa para fins de participação em acções de divulgação, exposições e colocação no site.

CONTACTOS PARA ESCLARECIMENTOS
anurbano@yahoo.com


Fonte: Rede Nacional de Consumo Responsável

" Nos enfants nous accuseront "

"...esta geração de crianças será a primeira na história da humanidade que não vai ter uma melhoria nas condições de vida e um aumento na expectativa de vida..."

Para ver e pensar...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Norte - por Miguel Esteves Cardoso




O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.

Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.

Mais verdades.
No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.
Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia
Estas são as verdades do Norte de Portugal

Mas há uma verdade maior.
É que só o Norte existe. O Sul não existe.
As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.

Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país

Não haja enganos.
Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.

Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.

Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.

Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa.
Mais ou menos peninsular, ou insular.

É esta a verdade.

Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.

No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.

O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.

O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.

Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

O Norte é feminino.

O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.

As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.
Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.

São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.

Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial.

Só descomposturas, e mimos, e carinhos.

O Norte é a nossa verdade.

Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi.

Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".

Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.

No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.

O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm e dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?


O Norte - por Miguel Esteves Cardoso

Tragédia na Madeira: Um desastre já anunciado há dois anos

Esta Reportagem, que vos apresento em duas partes, foi para o ar na RTP no programa Biosfera em Abril de 2008. Enfim, tenho muita pena que os políticos continuem a ignorar as chamadas de atenção dos especialistas. Se calhar podia ter-se evitado tantas mortes.

Parte 1


Parte 2


Versão de 5 minutos

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sonic Youth - Sugar Kane

Musicalmente, continuamos com o ciclo "Sons da América". Hoje é dedicado a uma banda de rock alternativo, os Sonic Youth. Fiquem com umas das suas melhores canções de sempre "Sugar Kane", numa versão ao vivo no programa Jools Holland Show, em 1992.

Provas de ingresso no ensino superior 2010


Como sabem encontramo-nos no período de inscrições para os exames. Se quiserem saber quais são as provas de ingresso ("específicas") exigidas pelas faculdades e institutos de ensino superior para cada um dos seus cursos cliquem aqui (site da Direcção Geral do Ensino Superior). É interessante saber que há muitos cursos onde Geografia A é uma das provas de ingresso pedidas (Marketing, Turismo, Arqueologia, Filosofia, ... e, claro, Geografia).

VW Autoeuropa vai produzir o modelo sucessor do monovolume Sharan


Eis uma excelente notícia para a Autoeuropa e para a economia portuguesa: a Volkswagen anunciou que o modelo sucessor do monovolume VW Sharan, que será apresentado no dia 1 de Março no salão automóvel de Genebra, vai ser produzido em Portugal na Autoeuropa, localizada em Palmela (distrito de Setúbal). É de recordar que a Autoeuropa, empresa do grupo alemão Volkswagen, é muito importante para a economia portuguesa pois fabrica os conhecidos modelos Sharan, EOS, Scirocco e Alhambra sendo o último da marca Seat e representa mais de 2% do PIB e de 10% das exportações portuguesas. A Autoeuropa emprega mais de 3200 trabalhadores especializados (muitos deles engenheiros) e o parque industrial envolve várias outras empresas com mais alguns milhares de trabalhadores, como por exemplo a Webasto, que produz a capota rígida do novo cabriolet. Para além disso muitas empresas portuguesas fornecem diferentes peças para a Autoeuropa.

Vejam a notícia de hoje do Público on line:



Ao fim de cerca de um ano de espera, a fábrica portuguesa da VW garante a produção do sucessor do Sharan, cuja data para entrada em linha de produção deverá ser anunciada pelo construtor alemão em Genebra.

Face aos prazos habituais seguidos pela indústria automóvel, é previsível que o novo Sharan entre em produção no segundo semestre do ano. A porta-voz da VW Autoeuropa não avança datas, reservando-as para o salão e sublinhando que será sobretudo o trabalho de marketing que antecede o lançamento do veículo a determinar prazos.

Este novo veículo vem criar um novo fôlego na maior fábrica do país, embora os números da administração da unidade bem como os dos trabalhadores, conhecidos nos úlrimos meses, coincidam num ponto: o novo Sharan não vai bastar para ocupar toda a capacidade de produção instalada na VW Autoeuropa, pelo que necessita de um quarto modelo para se tornar uma fábrica rentável.

As previsões apontam para que, com o novo Sharan, a produção ocupe apenas 55 por cento da capacidade, usando a linha única em que a VW investiu e preparou até ao final do ano passado. A conquista de um quarto modelo continua a ser, no entanto, a grande incógnita da unidade de Palmela.

A fábrica produziu 86 mil Sharan, Alhambra, Eos e Scirocco em 2009, dos quais mais de 20 mil foram monovolumes (Sharan e Alhambra).

Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores (CT) declara ter sido informada pela administração de uma revisão em ligeira alta da previsão de produção para 2010, passando de 97 986 para 98 658 unidades. Para cumprir estes números, não está previsto o recurso ao trabalho ao sábado.

No próximo dia 3 de Março, a fábrica assinalará o fim da produção dos modelos actuais do monovolume e apresentará o novo projecto.

Após a semana 10, a produção diária será de 410 carros, de modo a “garantir todos os postos de trabalho e estabilizar o emprego”, diz a CT.


Fonte: http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1424417

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Diana Krall - Little Girl Blue

Fiquem com a cantora e pianista de Jazz canadiana Diana Krall e o belíssimo e suave tema "Little Girl Blue". Muito bonito! É sempre um grande prazer ouvir esta cantora. Aliás, já tive o privilégio de assistir a um espectáculo no Coliseu do Porto há uns anos atrás.

O que nos deixam as empresas que fecham

As empresas fecham ou desaparecem, mas os produtos que fabricaram e colocaram no mercado vão sobreviver por muito, muito tempo: alguns materiais podem demorar até um milhão de anos a ser decompostos pelo nosso planeta…

Campanha “Bankrupt Companies” do WWF Brasil.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Causas para a tragédia que ontem se abateu na ilha da Madeira


Para compreenderem melhor as causas da tragédia que se abateu ontem na ilha da Madeira, trancrevo a notícia do Público de hoje:


Chuva de ontem foi excepcional e a falta de um radar meteorológico não permitiu que fosse prevista

Foi uma chuva excepcional. A quantidade de precipitação que caiu sobre o Funchal entre as 6h00 e as 11h00 (111 milímetros) foi quase o dobro do limite que leva a declarar o alerta vermelho (60 milímetros em seis horas). No Pico do Arieiro, foi quase o triplo (165 milímetros). A hora mais problemática foi entre as 9h00 e as 10h00, quando caíram 52 milímetros. A partir das 11h, os próprios serviços de meteorologia da Madeira foram afectados e deixaram de comunicar com Lisboa.

O Instituto de Meteorologia (IM) não tinha como antecipar aquela situação. "São valores mais do que excepcionais", diz a meteorologista Maria João Frada, do IM. Os modelos de previsão não podem antever extremos como aqueles. E a Madeira não dispõe de um radar meteorológico, que teria permitido avaliar o potencial de precipitação das nuvens que se aproximavam. Só há dois no país, um no Algarve e outro em Coruche.

"Na Madeira, seria importante haver um", avalia o climatologista Ricardo Trigo, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa. A confluência de massas de ar frias, do Norte, e quentes, do Sul, torna com frequência o ar muito instável na região.

Rui Rodrigues, responsável pela monitorização dos recursos hídricos no Instituto da Água, também considera excepcionais as chuvadas na Madeira. Com base em curvas que integram a intensidade, a duração e a frequência dos episódios de precipitação na região, uma situação como a de ontem aconteceria uma vez em cada cem anos ou mais. O número é apenas uma aproximação - dadas as limitações do modelo de base a partir do qual foi calculado - , mas ainda assim "dá a indicação de que se tratou de um fenómeno muito extremo", diz Rui Rodrigues.

O excesso de água combinou-se com dois factores para o trágico resultado de ontem. Um deles é a própria geografia da Madeira, com declives acentuados do interior para o litoral. Um forte temporal, concentrado em poucas horas, forma enxurradas que varrem o que está à sua frente. Já tinha acontecido em 1993. "Havia blocos de pedra a saltar para a água como bolas de pingue-pongue", recorda Rui Rodrigues.

O segundo factor é humano: a ocupação crescente das zonas mais baixas, para onde a água escorre, especialmente no Funchal. "A cidade cresceu muito nos últimos 20 a 30 anos", afirma Hélder Spínola, dirigente da associação ambientalista Quercus e que vive na Madeira.

Além disso, diz Spínola, a procura por mais espaço edificável resultou no estrangulamento das ribeiras e no seu encanamento, aumentando o risco de cheias. As imagens de umas oficinas da PSP atravessadas por uma torrente de água mostravam este efeito: era o caudal de uma ribeira estrangulada, que extravasara para a rua. "Este é um exemplo como muitos outros", afirmou Hélder Spínola.

Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, procurou afastar as críticas de má ocupação do território, dizendo que foram feitas intervenções importantes para minorar o risco de cheias. "Se não tivéssemos feito as obras de canalização das ribeiras que fizemos, hoje não existia a Baixa do Funchal", disse.

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/chuva-de-ontem-foi-excepcional-e-a-falta-de-um-radar-meteorologico-nao-permitiu-que-fosse-prevista_1423695


A seguir transcrevo o comunicado do Instituto de Meteorologia em que é explicado o fenómeno meteorológico que provocou a tragédia de ontem na Madeira:

Temporal no Arquipélago da Madeira

O Arquipélago da Madeira foi afectado no dia 20 de Fevereiro por um sistema frontal de forte actividade associado a uma depressão que às 00UTC estava centrada na região dos Açores e em deslocamento para nordeste. A massa de ar quente associada a este sistema frontal caracterizou-se por elevada instabilidade e transportando um grande conteúdo de vapor de água. Na sua trajectória pela ilha, a orografia constituiu um factor adicional de agravamento do fenómeno.
Esta situação determinou a emissão de avisos de precipitação pelo Instituto de Meteorologia, I.P., a partir do dia 19, às 19h25, elevando-se o nível de severidade ao longo da evolução do fenómeno, tendo sido emitido aviso vermelho ? o nível mais severo na escala de avisos utilizada pelo IM - às 10 h do dia 20.
Os valores mais elevados de precipitação acumulada numa hora registados nas estações Funchal-Observatório e Pico do Areeiro foram respectivamente 52 mm (entre as 9 e as 10 h) e 58 mm (entre as 10 e as 11 h). Entre as 6 e as 11h registaram-se 108 mm e 165 mm nas estações mencionadas. O valor acumulado em 6 horas na estação Funchal-Observatório foi superior ao valor normal de 30 anos (1961-1990).


Fonte: http://www.meteo.pt/pt/otempo/comunicados/index.jsp

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Bob Dylon - Like a Rolling Stone

Musicalmente regressamos ao ciclo "Sons da América". Hoje é a vez de mais um dos grandes nomes da música popular norte-americana dos anos 60 e 70 e que está ainda no activo. Fiquem com Bob Dylon e a sua "Like a Rolling Stone", numa actuação ao vivo nos seus bons velhos tempos.

Golpe de Estado no Níger


A junta militar revelou que o Presidente está detido numa guarnição militar (Reuters TV)



Mais um golpe de Estado num país africano. Agora é a vez do Níger, um dos países mais pobres do Mundo. O Níger é um país africano, limitado a norte pela Argélia e pela Líbia, a leste pelo Chade, a sul pela Nigéria e pelo Benim e a oeste pelo Burkina Faso e pelo Mali. Capital, Niamey. Em 2007, o Níger foi avaliado pelas Nações Unidas como o país com o mais baixo IDH de um conjunto de 182 países (0,340).


Vejam a notícia publicada hoje no Público on line:


União Africana e França condenam golpe no Níger

O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, e a França condenaram a “tomada do poder pela força” e pediram diálogo e um “regresso rápido à ordem constitucional” no Níger, onde ontem militares prenderam o Presidente, Mamadou Tandja, e prometem restaurar a democracia.

Na capital do país, Niamey, os militares mantêm hoje veículos blindados na zona da cidade, praticamente vazia, onde estão o palácio presidencial, ministérios, residências oficiais e o estado maior do Exército. Nos bairros populares a situação é próxima do habitual, com muita gente na rua.

Ontem à noite, após um golpe que provocou pelo menos três mortos e cerca de uma dezena de feridos, um porta-voz do “Conselho Supremo para a Restauração da Democracia” (CSRD) anunciou a suspensão da Constituição que Tandja, após dez anos de presidência relativamente calma, fizera aprovar no ano passado para se manter no poder. Após essa iniciativa, a União Europeia suspendeu a ajuda ao desenvolvimento e os Estados Unidos adoptaram sanções diplomáticas e económicas.

O golpe foi liderado pelo coronel (e não major, como inicialmente referido) Abdoulaye Adamou Harouna, mas a junta militar que detém o poder é, segundo a Reuters, chefiada pelo major Salou Djibo. A figura mais conhecida da junta é o coronel Dijibrilla Hima Hamidou, conhecido como “Pelé”, comandante da mais importante região militar do Níger, que em 1999 participou na acção militar que abriu caminho às eleições que levaram Mamadou Tandja à presidência.

Segundo a AFP o Presidente está detido numa guarnição militar a cerca de duas dezenas de quilómetros da capital.


Fonte: http://www.publico.pt/Mundo/uniao-africana-e-franca-condenam-golpe-no-niger_1423481

Anunciada a lista dos 25 primatas mais ameaçados de extinção


Tamarim-cabeça-de-algodão (Russell A. Mittermeier/Conservation International)


Existem mais de 630 espécies de primatas e, destas, mais de 300 estão ameaçadas de extinção. Mas, entre estas, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) escolheu as 25 mesmo à beira do desaparecimento: cinco vivem em Madagáscar, seis em África, 11 na Ásia e três na América Central e do Sul.

Na lista encontra-se o langur-de-cabeça-dourada, que apenas vive na ilha de Cat Ba (Vietname) e que se resume a uns 60 a 70 indivíduos. Também o lémure-desportivo-do-norte, de Madagáscar, se limita hoje a menos de 100 exemplares. A este mesmo número se resume ainda o sifaca-sedoso, igualmente de Madagáscar. Com poucos mais elementos (à volta de 110) conta o gibão-de-crista-negra, no Vietname.

Também um dos nossos primos mais próximos - o orangotango de Samatra, que deverá ter cerca de 7000 indivíduos - faz parte deste relatório, intitulado Primatas em Perigo: Os 25 Primatas mais Ameaçados do Mundo, 2008-2010. Em África, o galago-anão-do-rondo, da Tanzânia, com umas orelhas e olhos imensas, é outra das espécies em sério risco. O macaco-diana-de-roloway (Costa do Marfim e Gana), o gorila-do-rio-cruz (Camarões e Nigéria) ou o cólobo-vermelho-do-rio-tana (Quénia) foram outros escolhidos.

O tamarim-cabeça-de-algodão, existente só na Colômbia, também não está em boas condições. Os seus tufos de pêlo branco dão-lhe uma aparência que o torna muito procurado como animal de estimação, conduzindo ao seu declínio rápido.

Fonte: http://www.publico.pt/Ciências/anunciada-a-lista-dos-25-primatas-mais-ameacados-de-extincao_1423450

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

We Are The World 25 For Haiti

Este "We Are the World for Haiti" foi gravado no dia 1 de Fevereiro de 2010, no mesmo estúdio (Henson Recording Studios) onde há 25 anos tinha sido gravado o original "We are the world", que tinha como objectivo a angariação de fundos para o combate da fome em África. Esta nova versão tem como objectivo a angariação de fundos para apoiar o povo do Haiti, em virtude da tragédia provocada por um sismo muito violento, onde terão morrido pelo menos 200 mil pessoas e mais de 3 milhões ficaram desalojados. Conta com com a participação de grande parte dos cantores e músicos que já tinham participado há 25 anos (incluíndo o próprio Michael Jackson, através de imagens do vídeo de há 25 anos) e ainda outros mais recentes. O vídeoclip foi dirigido pelo realizador de cinema norte-americano Paul Haggis.





We Are The World 25 For Haiti

There comes a time
When we head a certain call
When the world must come together as one
There are people dying
And it’s time to lend a hand to life
The greatest gift of all
We can’t go on
Pretending day by day
that someone, somehow will soon make a change
We are all a part of
God’s great big family
And the truth, you know love is all we need

[Coro]
We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let’s start giving
There’s a choice we’re making
We’re saving our own lives
It’s true we’ll make a better day
Just you and me


Send them your heart
So they’ll know that someone cares
so there cries for help
will not be in vein
We can’t let them suffer
no we cannot turn away
Right now they need a helping hand

We are the Children
We are the ones who make a brighter day
so lets start giving
There’s a choice we’re making
We’re saving our own lives
It’s true we’ll make a better day
Just you and me

When you’re down and out
There seems no hope at all
Well, well, well, well, let us realize
That a change can only come
When we stand together as one

[Coro]
We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let’s start giving
Got to start giving
There’s a choice we’re making
We’re saving our own lives
It’s true we’ll make a better day
Just you and me
We are the world
We are the children
Its for the children
We are the ones who make a brighter day
So lets start giving

There’s a choice we’re making
We’re saving our own lives
It’s true we’ll make a better day
Just you and me

[Coro]
We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let’s start giving
There’s a choice we’re making
We’re saving our own lives
It’s true we make a better day
Just you and me

We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let’s start giving
Choice were making
saving our own lives
It’s true we’ll make a better day
Just you and me

We all need somebody that we can lean on
when you wake up look around and see that your dreams gone
when the earth quakes we’ll help you make it through the storm
when the floor breaks a magic carpet to stand on
we are the World united by love so strong
when the radio isn’t on you can hear the songs
a guided light on the dark road your walking on
a sign post to find the dreams you thought was gone
someone to help you move the obstacles you stumbled on
someone to help you rebuild after the rubble’s gone
we are the World connected by a common bond
Love the whole planet sing it along

[Coro]

Everyday citizens
everybody pitching in

You and I
Uh, 12 days no water
wishing will to live
we amplified the love we watching multiple
Feeling like the Worlds end
we can make the World win
Like Katrina, Africa, Indonesia
and now Haiti needs us, the need us, they need us

[Coro]
Haiti, Haiti, Ha, Ha, ha, ha, ha
Haiti, Haiti, Ha, Ha, ha, ha, ha
Haiti, Haiti, Ha, Ha, ha, ha, ha

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Os 50 anos da descolonização africana - África tem futuro?



Descolonização africana


Este ano faz 50 anos que começou a grande vaga da descolonização africana. Passados 50 anos a "desilusão" é dos termos mais usados quando é analisado o percurso dos países africanos que em 1960 se tornaram independentes. Meio século depois, acredita-se que o continente tem perspectivas, mas "ainda vai levar tempo". Vejam o artigo do jornal Público de hoje sobre o assunto, focando os problemas de subdesenvolvimento e reflectindo sobre o futuro deste continente.


O ano em que começou um futuro ainda por cumprir

Num dos primeiros dias de Julho de 1960, Mason Sears, durante anos representante dos Estados Unidos na Comissão de Curadorias das Nações Unidas, organismo vocacionado para a descolonização, limpou a secretária e apresentou a demissão. "Em África", disse, "o nosso trabalho está feito. Acabou." O tempo e os factos mostraram que não era assim, mas o episódio ilustra o ambiente de entusiasmo geral sobre o futuro dos países que se tornavam independentes. Meio século depois, a maior parte tem por cumprir os sonhos que nortearam a luta contra o colonialismo.

A consciência de missão cumprida de Sears explica-se pela vaga descolonizadora no que ficaria conhecido como o "Ano de África": em 1960 o mundo via nascer 17 novos países, 14 deles antigas colónias francesas. "Desilusão" e "frustração" são hoje os termos mais comuns nas descrições sobre o caminho percorrido.

"É preciso ser franco. [O balanço] está longe de ser agradável. Não falo sequer de democracia, mas de bom governo. A China não é democrática, mas avança. Outros países, como a Coreia do Sul ou a Malásia, desenvolveram-se sem democracia no início. A diferença? Dirigentes esclarecidos... Podemos considerar que as grandes potências, que nos impuseram muitos diktats, não ajudaram. Que o Ocidente tem a sua quota de responsabilidade. Mas os principais responsáveis somos nós", disse numa recente entrevista à revista Jeune Afrique o gabonês Jean Ping, presidente da Comissão da União Africana.

No final da II Guerra Mundial, em África, apenas Etiópia, Libéria e Egipto eram independentes e quando os anos 1950 chegaram ao fim ainda só se lhes tinham juntado Líbia, Marrocos, Sudão, Tunísia, Gana e Guiné-Conacri. Mas a vaga de independências de 1960, principalmente de colónias francesas, mostrou que a tendência era irreversível.

Logo a 1 de Janeiro tornaram-se soberanos os Camarões franceses, que no ano seguinte se unificariam com os britânicos. Em Abril foi a vez do Togo. E em Junho aconteceu o mesmo com a Federação do Mali e depois com Madagáscar. Em três semanas de Agosto surgiram nove países francófonos, incluindo o Senegal, que só convivera dois meses com o Mali após o corte com a metrópole, que ainda vivia a ressaca da derrota na Indochina e estava a braços com a insurreição argelina. Já em Novembro a Mauritânia separava-se do colonizador, pondo fim ao sonho alimentado por De Gaulle, referendado em 1958, de uma "comunidade": os estados autónomos tornavam-se soberanos, ainda que em muitos casos a influência de Paris se prolongasse por décadas.

Também em 1960 o Reino Unido abriu mão da Nigéria e do território que, com uma colónia italiana, deu origem à Somália. A Bélgica viu-se forçada a deixar o Congo. Num ápice, o mapa de África mudava.

A fragilidade das metrópoles evidenciada pela II Guerra, a descolonização asiática e as pulsões nacionalistas deram aos movimentos independentistas uma dinâmica que quase só o regime autoritário português contrariava. "Não percam tempo a convencer-me do princípio da independência. Há acordo sobre isso", dizia, em Abril de 1960, citado pela revista Time, o ministro de assuntos coloniais britânico, Iain MacLeod, a delegados da Serra Leoa, que seria independente no ano seguinte.

Bons e maus começos

Alegria e salvas de tiros saudaram as independências e há boas histórias, como a do Senegal, onde a democracia fez caminho ainda que sob ameaça constante de guerra em Casamansa. Ou o Benim, com um passado de golpes mas hoje uma democracia tida como estável, embora sofrendo de subdesenvolvimento e tensões. O Gabão é também sinónimo de estabilidade, mas de uma estabilidade associada ao autoritarismo. A Costa do Marfim, com um começo próspero e sem convulsões, caiu na violência e na guerra civil após a morte do primeiro Presidente, Houphouët-Boigny, em 1993. Mesmo países com importantes recursos, como a Nigéria, têm vivido em instabilidade.

Nalguns lugares o nascimento dos países foi acompanhado com preocupação. Aconteceu nos Camarões, que viveram o primeiro dia de independência com metade do território sob estado de emergência. Na República Democrática do Congo, o ex-Congo belga, a ruidosa violência de 1960 era apenas o prenúncio de uma história de guerras, golpes, corrupção e pobreza, que se reproduziu, em escalas diversas, noutras paragens. Em vários casos, à libertação sucederam-se décadas de ditadura. O caso extremo de fracasso será a Somália, onde o caos substituiu o Estado desde 1991.

"O panorama actual dos países chegados à independência em 1960 é bastante frustrante", diz Alexander Keese, professor do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto. "Não há desentusiasmo. Há sim uma fortíssima frustração", afirma Eduardo Costa Dias, do Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). "Há desilusões profundas, mas outra coisa é dizer que o futuro será sempre assim", refere Adelino Torres, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

A falta de desenvolvimento, as guerras e o défice de democracia são, para o professor do ISEG, os grandes problemas dos países que há 50 anos - e nos anos anteriores e seguintes - ascenderam à independência. E, no entanto, em 1960, o futuro parecia risonho. "O início foi caracterizado por um optimismo total, nos próprios países e nos Governos da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, e, em muitos casos, [vendo de modo] retrospectivo, um pouco absurdo. Esperava-se um progresso económico nítido, com fundamento nas teorias de modernização, que preconizavam um ritmo próprio de evolução económica e um rápido sucesso baseado na agricultura de exportação", afirma Alexander Keese. As "tendências para a monocultura e um dirigismo económico inflexível", bem como uma "tradição burocrática pesada" e uma herança "administrativa repressiva" do período colonial são outros problemas identificados por este investigador.

Do ponto de vista económico, afirma Adelino Torres, os países africanos seguiram uma estratégia que se revelou errada e que, na maioria dos casos, se ficou pela "industrialização" para "substituição de importações". A queda dos preços das matérias-primas - " se a Costa do Marfim tivesse [hoje] de repente o cacau ao preço de 1980 pagava a dívida externa" - é outra condicionante apontada pelo professor de Economia, para quem, apesar de todas as dificuldades, "África deu um salto à velocidade da luz entre a economia primitiva e a economia de mercado".

Novas dependências

Alexander Keese considera que "no âmbito social e político, na grande maioria dos países, estabeleceram-se sistemas clientelistas e muitos grupos e regiões ficaram excluídos". "Quase tudo foi permitido, não havia nenhuma pressão [externa] para os novos Governos manterem estruturas democráticas", acrescenta. Com outras palavras, Costa Dias vai no mesmo sentido ao referir "a manutenção do mesmo tipo de aparelho de Estado" do período colonial, servido por pessoal político que privilegia tanto a "apropriação como a distribuição por interesses pessoais".

O continente africano sofreu por ter sido um palco "onde os dois blocos [ocidental e soviético] se digladiaram", lembra o investigador do ISCTE. Hoje, refere, vive uma situação de "neocolonialismo, que não tem a ver só com as antigas potências, mas também com as potências emergentes - por razões de negócio mas também de procura de apoio para alterar o seu estatuto internacional - e com as instituições internacionais, que impõem medidas económicas e sociais".

O professor da Universidade do Porto destaca o "grande interesse" das populações pelos processos eleitorais. Mas entende que a esperança de "melhores estruturas de governo diminui com o aparecimento de novos parceiros" pouco interessados em "políticas democráticas de qualidade e no respeito pelos direitos humanos". O caso que aponta é o da China, que promete "investimentos, sem incómodos com perguntas sobre direitos humanos". "Estes investimentos permitirão a elites habituadas a estruturas autoritárias manterem e reforçarem o seu controlo - e as oposições a estas tendências exprimem-se na organização de rebeliões armadas e na fragmentação de Estados", alerta.

Mais optimista, Adelino Torres considera "completamente errada" a concepção de que a democracia é impossível no continente. O professor do ISEG cita o Prémio Nobel Amartya Sen para dizer que o diálogo tem ali uma tradição milenar e defende que, "embora o factor étnico exista, ele não é a origem principal [dos problemas], a origem é política e usa os factores étnicos para promover ambições". "Sou optimista, mas a longo prazo. Porque neste momento há muitas dificuldades - crise global, dívida externa, dificuldades em exportar, dificuldades de desenvolvimento. Só vemos guerras e sida. Mas África é um continente extremamente criativo. E com grande futuro, mas ainda vai levar tempo", afirma.

Uma população que, no fim do ano passado, chegou aos mil milhões de pessoas e o aumento do número de jovens com capacidades técnicas e científicas são factores que, segundo Adelino Torres, permitem encarar com esperança o futuro. A abertura de mercados na Europa e Estados Unidos seria uma ajuda importante, mas essa é uma "questão delicada" para os Governos ocidentais, por motivos internos, reconhece o académico. A integração regional é, do seu ponto de vista, uma via para o desenvolvimento, por poder dar capacidade de sobrevivência aos mercados internos e uma voz mais forte ao continente no âmbito global.

"Somos severos, e temos razão para o ser, em relação à orientação política desde as independências, mas também não temos que ser tão severos. A Europa para chegar à democracia demorou séculos", considera Adelino Torres. Também para Costa Dias - que vê como positivo o "desenvolvimento de uma opinião pública", o crescimento populacional e "o orgulho de ser africano" - "50 anos é nada".

De que precisa, afinal, África, hoje? "De unidade. De outro modo, ficaremos condenados a ver o mundo mudar sem nós", respondia Jean Ping, em vésperas da cimeira da União Africana, no fim de Janeiro.

Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/noticia/13-02-2010/o-ano-em--que-comecou-um-futuro--ainda-por-cumprir-18783889.htm

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

John Lee Hooker - Boom Boom

Mais um dos grandes nomes dos blues norte-americanos: John Lee Hooker e um dos seus grandes êxitos "Boom Boom".

Os problemas das nossas cidades


O jornal PÚBLICO tem um novo caderno chamado "Cidades", aos domingos. O "Cidades" tem uma secção fixa que tem por objectivo ajudar os cidadãos a encontrarem respostas das autoridades para os seus problemas.

Se quiserem participar podem enviar uma pergunta concreta sobre um problema da vossa rua, bairro ou cidade que o jornal procurará a resposta junto das autoridades responsáveis, presidente da câmara, vereador, departamento estatal, etc.

Escrevam para: queixascidades@publico.pt


O PÚBLICO fará uma selecção das perguntas recebidas para garantir variedade geográfica e temática. Devem incluir identificação, morada e um número de telefone ou endereço electrónico para o caso de ser necessário algum contacto adicional.

Já agora podem também enviar para este blogue as perguntas que gostariam de fazer aos responsáveis da vossa cidade.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

24 - oitava temporada (estreia)


Uma boa notícia para quem gosta muito da série norte-americana "24": a RTP2 estreia amanhã, às 22:43h, a oitava temporada. Como devem saber, "24", é uma série de acção e suspense de grande intensidade, produzida e protagonizada por Kiefer Sutherland (Jack Bauer). Cada temporada tem 24 episódios (um por semana), cada um deles correspondendo a um hora de um dia. Ou seja, a história desenrola-se ao longo de um dia, como se fosse em tempo real. O tema central geralmente está relacionado com o terrorismo e em cada temporada há uma nova ameaça sobre a América. Como sempre, jack Bauer terá que lutar contro tudo e contra todos para proteger o país.

"24" é, sem dúvida, uma das minhas séries televisivas de culto (tal como era "ER - Serviço de Urgência", que terminou em Portugal na última sexta) e, dada a estrutura da série, não se deve perder nenhum episódio para podermos acompanhar passo a passo a evolução da acção, que é plena de suspense.

Todavia, é importante avisar a todos que a série é um pouco violenta, não sendo aconselhável a crianças e a pessoas mais sensíveis.

Fiquem com o trailer desta nova temporada.



Muddy Waters - Manish boy

Musicalmente continuamos em terras americanas. Hoje é a vez de Muddy Waters que foi considerado por muitos como um dos grandes músicos e cantores de "Blues"(o "pai do Chicago Blues"). Uma das suas canções que o celebrizou para a eternidade foi "Manish boy". O videoclip apresenta uma versão ao vivo de 1971.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Honestidade

Mostro-vos, de seguida, três pequenos vídeos da Fundação para uma Vida Melhor sobre um dos valores que deveriam ser considerados como dos mais importantes da Humanidade: a honestidade. Infelizmente, nos dias de hoje, a honestidade anda pelas "ruas da amargura".






Internet: alunos plagiam cada vez mais para trabalhos escolares


Eis um assunto que me preocupa imenso enquanto professor e que encontrei hoje no Público on line: as crianças e jovens recorrem cada vez mais à Internet para fazerem os trabalhos escolares. No entanto, o objectivo é sobretudo plagiar.

Muitos limitam-se a fazer o "Copy and Paste" de documentos disponíveis na internet, de uma forma acrítica, sem trabalhar o seu conteúdo, sem confirmar a veracidade das informações e sem fazer referência ao site consultado ou ao autor do trabalho.

Uma situação caricata e muito frequente nos trabalhos escolares é a entrega de trabalhos que resultam de impressões directas dos sites, muitos deles escritos em português do Brasil, contendo palavras e expressões muito próprias utilizadas naquele país e que não fazem sentido num trabalho feito em Portugal.

Plagiar é desonesto e pode ser considerado um crime.

Mas afinal, o que é um plágio ou plagiar?

"Plagiar é o acto de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No acto de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.

A origem etimológica da palavra demonstra a conotação de má intenção no acto de plagiar; o termo tem origem do latim plagiu que significa oblíquo, indirecto, astucioso. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países".

(Fonte: Wikipédia)

Quando fizerem um trabalho de pesquisa procurem sempre ser triplamente honestos: com o autor das ideias que foram utilizadas no trabalho, com o professor e convosco próprios. Não vale tudo para se conseguir uma boa classificação num trabalho, até porque não é muito difícil ao professor detectar o plágio.

Para evitar acusação de plágio quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criação de uma nova obra, recomenda-se colocar sempre créditos completos para o autor, através da identificação completa do autor e da sua obra (referência bibliográfica).

De seguida vejam a notícia do Público de hoje:


As crianças vão à Internet fazer pesquisa para o trabalho escolar e muitas vezes essa pesquisa é um plágio”, disse a investigadora Cristina Ponte, coordenadora do EU Kids Online Portugal, a propósito do Dia Europeu da Internet Segura, que se assinala amanhã.

Segundo Cristina Ponte, muitos estudantes pensam que fazer uma pesquisa é “escrever o tema no google, ver o que aparece”, fazer a impressão e entregar na escola, desconhecendo muitas vezes que estão a fazer um plágio. “Muitas crianças pensam que fazer pesquisa é ir à Internet, está aqui, corta, cola, imprime e já está”, disse, chamando a atenção para os “efeitos negativos na qualidade do conhecimento que se adquire”.

A investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa considerou que os pais devem intervir, perguntando aos filhos como estão a fazer o trabalho.

Cristina Ponte disse também que os professores na escola “devem contrariar este método”. A coordenadora do EU Kids Online Portugal, projeto que desde 2006 faz pesquisas a nível europeu sobre os usos da Internet, telemóvel e outras tecnologias em linha por parte das crianças, sublinhou que os pais portugueses “não têm ideia de tudo o que as crianças fazem na Internet”.

“Os pais portugueses vêem com muito entusiasmo o acesso dos filhos à Internet, porque consideram a Internet como meio de aprendizagem. Mas não têm ideia, até porque são pouco utilizadores, de tudo o que as crianças fazem na Internet”, acrescentou.

Segundo Cristina Ponte, “os pais dizem que os filhos utilizam a Internet para a preparação dos trabalhos da escola e para a comunicação com os colegas, mas quando se pergunta a uma criança o que faz com a Internet, vê-se que tem muito mais actividades” do que as enumeradas pelos pais.

Segundo o último Eurobarómetro, divulgado em Dezembro de 2008, um terço dos pais portugueses, com filhos entre os seis e os 16 anos, afirma que “não utiliza nada” a Internet, recordou.

A EU Kids Online está a actualmente a desenvolver uma investigação em 25 países europeus, entre os quais Portugal, sobre o uso de tecnologias digitais, experiências e preocupações sobre risco e segurança online dos filhos por parte dos pais.

A investigação, que deverá estar concluída no Verão, consiste num inquérito a mil crianças de cada país com idades entre os nove e os 16 anos e aos pais.

Fonte: http://www.publico.pt/Tecnologia/internet-alunos-plagiam-cada-vez-mais-para-trabalhos-escolares_1421717

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Hoje é transmitido o último episódio da última temporada (15ª) da série "ER - Serviço de Urgência"


Ao fim de 15 anos, termina hoje (no canal AXN, 21:30h), para meu grande desgosto, a série norte-americana "ER - Serviço de Urgência". Pode parecer um pouco melodramático da minha parte mas, na realidade, vou sentir muito a falta desta série com a qual me habituei a conviver há muitos anos, nos serões das sextas feiras. Foram 15 temporadas de grandes emoções, em que as personagens (médicos, enfermeiras e doentes) se tornaram tão familiares, como John Carter, Doug Ross, Mark Green, Greg Pratt, Kerry Weaver, Abby Lockhart, Nella Rasgotra, Elizabeth Corday, Archie Morris e tantos outros. É verdade que nas últimas temporadas a série já não tinha a mesma vitalidade e a mesma capacidade de nos surpreender como nas anteriores. Também é verdade que alguma das suas personagens mais carismáticas já não faziam parte da série, mas, mesmo assim, não deixava de ser uma série com muita qualidade e imprescindível.

A televisão vai ficar mais pobre sem ER. Enfim, vou ter que me habituar a viver sem esta série que, para mim, será sempre inesquecível. A minha vontade imediata é desatar a comprar os DVD's de todas as temporadas para que esta separação não seja tão difícil...


O vídeo que se segue mostra os últimos minutos deste último episódio.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Movimento emigratório actual comparado ao da década de 60


Mais uma notícia inquietante para o nosso país: a emigração portuguesa voltou a aumentar significativamente. Depois de um período relativamente longo (anos 80 e 90 do século XX) em que a emigração diminuiu e Portugal passou a ser um pais mais de imigrantes do que de emigrantes e que correspondeu a uma fase de desenvolvimento do país, voltamos a emigrar em força. O presidente da Comissão de Especialidade de Fluxos Migratórios, Manuel Beja, julga que é preciso recuar até à década de 1960 para encontrar uma vaga de emigração tão grande em Portugal. É mais um sinal da crise económica e social que o país atravessa e em que a taxa de desemprego continua a subir, atingindo nesta altura os 10,3%.

Vejam a notícia do Público on line de hoje:



"É plausível", admite João Peixoto, da Universidade Técnica de Lisboa. Jorge Malheiros, do Centro de Estudos Geográficos, acha que não.

Ninguém sabe ao certo quantas pessoas estão a virar as costas. Portugal, como quase todos os membros da UE, não faz inquérito de saída. A única hipótese é coligir a estatística dos países de destino, tarefa que o recém-criado Observatório de Emigração já iniciou. Mesmo assim, João Peixoto faz três ressalvas: as estatísticas tendem a não ser comparáveis; a recolha não distingue movimentos temporários de permanentes; e a oferta de emprego não é a que era antes da crise. Muito por força da livre circulação, a nova vaga está concentrada na UE, ou em territórios muito próximos, como a Suíça ou Andorra, nota a coordenadora do observatório, Filipa Pinho. Embora se desbrave caminho na Ásia e em África - com Angola à cabeça.

Manuel Beja dá o exemplo da Suíça. O contingente de cidadãos de nacionalidade portuguesa passou de 173.278 em 2004 para 196.186 em 2008. E, "no ano passado, entravam em média mil por mês". Paradigmático, para Filipa Pinho, é o caso de Espanha: o número de pessoas nascidas em Portugal a residir no país vizinho passou de 71 mil para 136 mil entre 2004 e 2008. Manter-se-á? A taxa de desemprego entre trabalhadores portugueses a residir em Espanha subiu de 4,7 por cento no final de 2007 para 21,89 por cento no final de 2009, revelou o INE espanhol. O exemplo do Reino Unido mostra outro aspecto: o número de nascidos em Portugal passou de 68 mil para 83 mil entre 2004 e 2008. A comunidade ultrapassa os 300 mil nas estimativas consulares de residentes de nacionalidade portuguesa. O que incluirá, atalha Jorge Malheiros, portugueses lusos, descendentes de emigrantes, ex-imigrantes e descendentes de ex-imigrantes.

A culpa não é só do desemprego, que já ultrapassa os 10 por cento, sublinha João Peixoto, que é também membro do Conselho Científico do Observatório da Emigração. Nos anos 90, Portugal vivia um período de crescimento e nem por isso deixou de ter emigração. A culpa é também do diferencial de rendimento entre os portugueses e os outros europeus. E de uma cultura de emigração.

Na década de 60 e na primeira metade de 70, chegavam a sair mais de 100 mil por ano. Por maior que seja a dimensão actual, para Malheiros, não faz sentido comparar. Não só por a geo- grafia da mobilidade ser outra. Também pela forma. As emigrações já não são longas ou definitivas, mas temporárias - por vezes mesmo pendulares: "Nos anos 60, na teoria, a emigração era muito regulada. Agora, as pessoas têm direito a procurar trabalho noutros países da UE. Muitas vezes, saem para prestar serviços específicos e de duração limitada - na construção civil, no turismo, na agricultura. O mercado é muito flexível."

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/movimento-emigratorio-actual-comparado-ao-da-decada-de-60_1421033

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dia Aberto da FDUP

Faculdade de Direito da Universidade do Porto



Na sequência da actividade desenvolvida na aula de hoje no 12ºI, em Geografia C, o Vasco enviou-me um mail dando notícia que no dia 14 de Março a Faculdade de Direito da Universidade do Porto vai organizar o "Dia Aberto da FDUP". No site da Faculdade encontrei a seguinte informação:


A Faculdade de Direito da Universidade do Porto, instituição ao serviço do ensino, da investigação, da cultura e da formação integral dos seus estudantes, retomará, este ano, a iniciativa "Dia Aberto da FDUP".

Esta iniciativa visa abrir a Faculdade à comunidade e dar a conhecer, a todos quantos o desejem, a formação ministrada pela instituição, as saídas profissionais das Licenciaturas em Direito e em Criminologia (esta, pioneira no nosso país), os projectos de investigação em curso e os equipamentos ao dispor da comunidade. Assim, no próximo dia 10 de Março de 2010 (4ª feira), a partir das 15h00, os estudantes dos 9º aos 12º anos de escolaridade são convidados a descobrir esta Instituição. Para além da visita às instalações, terá lugar uma pequena palestra sobre as temáticas acima referidas, com presença de alunos da FDUP e de vários profissionais ligados às múltiplas áreas de saídas do mercado de trabalho.

Mais informações poderão ser obtidas junto do Gabinete de Relações com o Exterior da FDUP: Dra. Manuela Santos / D.ª Susana Silva

Telf.: 22 204 16 74/73

E-mail: https://sigarra.up.pt/fdup/manuela@direito.up.pt


Já agora, gostaram do encontro que tiveram com os meus ex-alunos Vasco e Ricardo?

Vem aí uma geração de rapazes frustrados


A propósito do tema apresentado pela Cátia do 12ºI na aula de Geografia C, deixo-vos o link ao artigo do jornal Público sobre o facto de em quase todos os países ocidentais, os rapazes abandonarem cada vez mais o ensino no final da escolaridade obrigatória e que podermos estar a criar (ou já criámos?) uma geração de excluídos e uma nova classe baixa - a dos homens. O artigo é um pouco longo mas talvez valha a pena lê-lo.

Fica, então, o desafio: será que estamos mesmo a criar uma geração de excluídos e uma nova classe baixa constituída pelos homens?


Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/noticia/27-01-2010/vem-ai--uma-geracao-de-rapazes-frustrados-18656888.htm

China faz duras advertências aos EUA sobre Tibete e Taiwan

Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, território anexado pela China
As relações entre os EUA e a China já tiveram melhores dias. A China advertiu nesta terça-feira que um encontro entre o presidente americano Barack Obama e o Dalai Lama prejudicará as relações bilaterais e ameaçou adotar represálias após a decisão de Washington de vender armas a Taiwan, em um novo episódio da escalada da tensão entre as duas grandes potências mundiais.

O que é que será de esperar desta nova tensão entre os dois gigantes mundiais?

Vejam a notícia da AFP de hoje:


Além do Tibete, existem ainda a questão de venda de armas americanas a Taiwan e o caso da censura denunciada pelo Google. Os problemas se multiplicam e ofuscam as relações entre os dois países, numa escalada de conflitos ainda moderada, segundo os analistas.

"Nós opomo-nos com firmeza a tal encontro", declarou à imprensa Zhu Weiqun, alto funcionário do Partido Comunista, numa referência à visita de 10 dias aos Estados Unidos que o Dalai Lama iniciará em Washington a partir de 16 de fevereiro.

Em Dharamsala (norte da Índia), o governo tibetano no exílio declarou que "não há motivos" para que Obama tema uma possível reunião.

No momentos em que as relações China-EUA atravessam um período de turbulências, Zhu Weiqun declarou que um encontro Obama-Dalai Lama "prejudicaria seriamente as bases políticas das relações".

"Se o presidente americano escolher este momento para receber o Dalai Lama, isto ameaçará com certeza a confiança e a cooperação entre China e Estados Unidos", disse o director do Departamento do Trabalho da Frente Unida, responsável pelas negociações com os tibetanos.

A China protesta em todas as ocasiões em que está prevista uma reunião entre o líder religioso tibetano, a quem acusa de separatismo, e líderes estrangeiros.

Oficialmente não foi confirmada uma reunião de Obama com o Dalai Lama, mas o presidente verá o dirigente tibetano "no momento oportuno", segundo fontes do governo americano.

O governo tibetano no exílio rebateu as ameaças de Pequim a Washington.

"Do nosso ponto de vista, temos o sentimento de que o papel dos Estados Unidos é facilitar um diálogo justo e honesto entre os emissários do Dalai Lama e o governo chinês", declarou à AFP o porta-voz do governo tibetano no exílio, Thubten Samphel.

"Os Estados Unidos apoiam o ponto de vista do Dalai Lama, que considera que a questão do Tibete deve ser resolvida dentro da Constituição chinesa", acrescentou Samphel.

"Não há, portanto, razões que sustentem o argumento chinês de que tal encontro prejudicaria as relaçõnes entre China e Estados Unidos".

Em Pequim, Zhu ressaltou que o diálogo de Pequim com os representantes do Dalai Lama, na semana passada, evidenciou as profundas divergências entre as duas partes a respeito do estatuto do Tibete.

O governo chinês informou na segunda-feira ter repetido aos representantes do Dalai Lama que rejeita qualquer concessão sobre a soberania chinesa do Tibete.

"Os interesses nacionais são invioláveis e não há espaço para discussões sobre as questões de soberania nacional e territorial", afirmou o governo em um comunicado oficial.

Nesta terça-feira, Zhu Weiqun destacou que "as relações entre o governo chinês e o Dalai Lama fazem parte totalmente dos assuntos internos chineses".

"Opomo-nos a qualquer tentativa estrangeira de interferência nos assuntos internos da China sob pretexto do Dalai Lama", disse.

A advertência foi feita depois da China ter denunciado a venda de armas americanas a Taiwan, classificando a mesma de "interferência grosseira" dos Estados Unidos nos temas internos chineses.

Depois do anúncio na sexta-feira de um contrato de mais 6,4 bilhões de dólares de vendas de armamentos americanos à ilha, o governo chinês suspendeu imediatamente os intercâmbios militares com os Estados Unidos e anunciou sanções.

Em Singapura, Bruce Lekmim, vice-subsecretário da Força Aérea Americana, afirmou que a China teve uma reacção infeliz.

Lekmin descartou que os Estados Unidos recuem na decisão de vender armas a Taiwan, a ilha nacionalista considerada pela China comunista uma de suas províncias, mas que desde 1949 vive separada de facto da autoridade de Pequim.
(AFP)

Fonte: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hO4DsRE2AMyMfp5r1Mucb_GjX2Og

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Louis Armstrong - What a Wonderful World

Neste mês de Fevereiro, continuamos musicalmente com o ciclo que designei por "Sons da América". Hoje ficamos com uma das vozes mais inconfundíveis do Jazz norte-americano: Louis Armstrong e o seu clássico "What a Wonderful World" . Para mim, é, sem dúvida, umas das canções mais bonitas de sempre.

4G: a revolucão dos telemóveis


A rede 4G permite navegar a uma velocidade 100 vezes superior à da 3G


Está quase a chegar a nova sensação tecnológica que promete revolucionar as comunicações móveis. A 4ª geração de telemóveis vai ficar ao alcance dos consumidores nos próximos tempos.vejam a notícia do JN on line publicada hoje:



A tecnologia 4G transformará os telemóveis em autênticos computadores sem fios. A informação vai passar a estar ainda mais acessível através de uma rede de internet aberta, sem fios, que ultrapassa até cem vezes a rede da 3ª geração.

Daqui resulta que as velocidades de transferência de conteúdos serão muito superiores. Os utilizadores terão mais acesso a mais conteúdos, através de melhores suportes.

Também será possível incluir novas funcionalidades e novidades, actualizando permanentemente os aparelhos, sem que para isso seja necessário adquirir um novo telemóvel.

O investimento das grandes operadoras já ultrapassa os milhões. Nos EUA, a operadora Verizon prepara-se para o lançamento comercial em 2011, uma vez que a respectiva rede de 4ª geração se encontrará operacional ainda este ano. A AT&T, operadora responsável pelo serviço de internet 3G do aclamado iPad tablet, vai também investir na nova rede de telecomunicações.

A empresa norte-americana Sprint lançou o telemóvel Overdrive na véspera da CES 2010, a maior montra para as novidades da electrónica. Este aparelho suporta a rede 4G.

Em Portugal, a wTVision, empresa fornacedora de tecnologia e serviços na área do infografismo, já está a ponderar a sua entrada no mercado do 4G. A tecnologia permite fazer chegar novos conteúdos a novos públicos e a empresa pretende tirar partido disto mesmo.

Através do 4G será possível produzir televisão num novo formato, “democratizando uma produção que tem actualmente custos exorbitantes”, afirmou o director técnico da wTVision, Alexandre Fraser, em declarações à agência Lusa.

A revolução das redes móveis

Quando a revolução tecnológica "se deu a nível da fibra e do cabo, surgiu o Meo, porque está ao alcance da Internet fixa transmitir vídeo com alta definição por uma linha de Internet".

"Na quarta geração, a revolução que se deu na rede fixa vai acontecer na rede móvel. É perfeitamente viável que passemos a ter um operador de televisão totalmente móvel e uma nova concorrência do Meo e da Zon, baseada num circuito puramente wireless [sem fios]", avança.

A União Europeia está a aplicar, desde o início de janeiro, 18 milhões de euros suplementares na investigação das redes móveis 4G, capazes de permitir à Internet móvel velocidades até cem vezes superiores à das redes 3G, ou seja, cerca de um gigabit (mil megabits) por segundo.

Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=1483952

Vejam agora um vídeo aluso ao 4G