quinta-feira, 30 de junho de 2011

X-Wife - Heart of The World, On The Radio, Ping Pong e Keep on Dancing

Os X-Wife são uma banda portuguesa, da cidade do Porto, de indie-rock. É constituída por João Vieira (Dj Kitten) (voz/guitarra), Fernando Sousa (baixo), Rui Maia (Sintetizadores/ bateria/drum machine). Fiquem com uma pequena amostra das suas canções: Heart of the World, On The Radio, Ping Pong e Keep on Dancing.









http://www.myspace.com/xwiferocks

http://x-wife.net/

O arquipélago das Berlengas já é Reserva Mundial da Biosfera



A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura - atribuiu hoje a classificação de Reserva Mundial da Biosfera ao arquipélago das Berlengas, que se localiza a cerca de 20 quilómetros de Peniche.

As Berlengas são a quinta Reserva Mundial da Biosfera do país, depois das ilhas do Corvo, Flores e Graciosa (Açores) e do Paul do Boquilobo (na bacia hidrográfica do Tejo).

As Berlengas já estão classificadas desde 1981 como Reserva Natural.

A importância da conservação desta área natural à escala Europeia foi reconhecida em 1997, ao ser classificada como Sítio da Rede Natura 2000 ao abrigo da Directiva Habitats.

Em 1999 foi classificada como Zona de Protecção Especial para as Aves Selvagens ao abrigo da Directiva Aves.

Além destes estatutos, encontra-se ainda classificada pelo Conselho da Europa como Reserva Biogenética.

Resultados preliminares dos Censos 2011: população portuguesa cresceu 1,9 por cento desde 2001


Portugal tem 10.555.853 habitantes, segundo os resultados preliminares dos Censos 2011 apresentados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística. A população cresceu 1,9 por cento desde 2001, data dos anteriores Censos.

O crescimento deveu-se sobretudo à imigração. O país ganhou cerca de 199.700 novos habitantes, mas apenas 17.600 (9%) devem-se ao saldo natural entre nascimentos e óbitos. O saldo migratório, entre os que entraram e saíram do país, é por sua vez responsável por 182.100 novos habitantes (91% do total).

O crescimento da população foi desigual, mantendo a tendência de concentração junto ao litoral. As maiores taxas de crescimento ocorreram no Algarve (14,0%), Madeira (9,4%), Península de Setúbal (8,9%), Oeste (6,6%) e Grande Lisboa (4,7%). O Grande Porto teve um aumento de 2,0%.

As capitais das duas áreas metropolitanas do país continuaram a perder população. No Porto, a queda foi de 9,7% e em Lisboa, 3,4%. Mas nos municípios vizinhos houve aumentos significativos, especialmente na zona de Lisboa, onde houve cinco concelhos com mais de 20 por cento de aumento: Mafra (41%), Alcochete (35%), Montijo (31%), Sesimbra (31%) e Cascais (20%). Na Área Metropolitana do Porto, a população aumentou mais significativamente na Maia (12,4%), Valongo (9,0%) e Vila do Conde (6,7%).

Em várais regiões estatísticas, inclusive em algumas junto à costa, como o Alentejo Litoral, Baixo Mondego e Minho-Lima, e em todo o interior do país, a população descresceu. A tendência foi mais acentuada na Serra da Estrela (-12,4%), Beira Interior Norte (-9,5%), Pinhal Interior Sul (-9,1%), Alto de Trás-os-Montes (-8,3%) e Douro (-7,2%).

A densificação populacional do litoral e a desertificação do interior continuam a estar relacionadas. “O saldo migratório [internacional] não é suficiente para explicar o crescimento do litoral”, afirma Fernando Casimiro, coordenador dos Censos 2011.

Os Censos 2011 apuraram ainda que há 4.079.577 famílias, 5.879.845 alojamentos e 3.550.823 edifcios no país. As famílias cresceram menos (11,6%) do que os alojamentos (16,3%) e os edifícios (12,4%). O Algarve e a Madeira foram as regiões com mais construções novas, em termos relativos, com uma subida de 37% e 36% por cento no número de alojamentos, respectivamente.

Os dados preliminares dos Censos 2011 reflectem uma primeira contagem, dos grandes números. O tratamento de todas as questões contidas no questionário prossegue até ao próximo ano. Os resultados provisórios e definitivos serão divulgados no primeiro e quarto trimestres de 2012.

Fonte: Público on line

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Como funciona o mundo do trabalho?

Recebi há algum tempo um mail com um conteúdo muito bom. O texto tem origem no Brasil (desconheço o nome do autor desta "fábula") mas a situação portuguesa não é muito diferente. É o espelho do mundo do trabalho, e no fim quem se lixa sempre é a formiga.

Como funciona...


Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava a sério no trabalho
A formiga era produtiva e feliz.

O gerente besouro estranhou a formiga trabalhar sem supervisão.
Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada.

E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.

A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.

Pouco depois, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefónicas.

O besouro ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões.

A barata, então, contratou uma mosca e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a lamentar-se de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!

O besouro concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.

O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar uma carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial..

A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente, a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e o controlo do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava e cada vez ia ficando mais aborrecida

A cigarra, então, convenceu o gerente besouro, que era preciso fazer um estudo do clima. Mas, o besouro, ao rever as contas, deu-se conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes, que concluía: Há muita gente nesta empresa!!

E adivinhe quem o besouro mandou demitir?

A formiga, claro, porque andava muito desmotivada e aborrecida.

Já viu este filme antes?


Bom trabalho a todas as formigas do Mundo!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Futura professora de Geografia?

Tem quase dois anos e deve ser uma das poucas americanas que sabe onde fica Portugal.

Na verdade, sabe tanto que até é impressionante! Mais uma vez este fenómeno só na América...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Provas de aferição com quebra a Matemática e a Língua Portuguesa

 Fonte: Bartoon, in Público, 20 de Junho de 2011

Segundo uma notícia do jornal Público de 19 de Junho, as negativas continuaram a aumentar nas provas de aferição de Português e Matemática, realizadas pelos alunos dos 4.º e 6.º anos  neste ano lectivo. A prova de Matemática do 2.º ciclo registou 35,2 por cento de negativas, mais 12,2 do que no ano anterior. De acordo com o Ministério da Educação, a descida generalizada decorre "do nível de exigência superior ao dos anos anteriores".

Na prova de Língua Portuguesa do 1.º ciclo, o valor médio foi de 68,8 por cento, um por cento abaixo da prova anterior. A percentagem de alunos com negativa aumentou 3,9 por cento em relação a 2010, para 12,3 por cento. Na mesma prova, mas referente ao 2.º ciclo, o valor médio manteve-se nos 64,6 por cento, mas a percentagem de alunos com negativas aumentou 4,1 por cento, para 15,7.

A Matemática, as descidas foram mais expressivas: no 1.º ciclo, o valor médio baixou de 70,8 para 67,8 por cento. Aqui, houve 19,7 por cento de negativas, mais 8,6 por cento do que em 2010. Ainda na prova de Matemática, mas no 2.º ciclo, a nota média baixou de 61,7 para 58,0 por cento. No universo de 237 mil alunos que fizeram esta prova, 35,2 por cento tiraram negativa.

Fonte: http://www.publico.pt/

sexta-feira, 17 de junho de 2011

R.E.M. - Man On the Moon

The Man on the Moon, um tributo dos REM ao comediante norte-americano Andy Kaufman.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eclipse Lunar

Ontem, 15 de Junho, ocorreu um dos eclipses lunares mais espectaculares que alguma vez pude observar. Como devem saber um eclipse lunar ocorre quando a Lua passa por trás da terra, para que a terra impeça a passagem dos raios do sol para a lua. Isso só pode ocorrer quando o Sol, a Terra e a Lua estão alinhados exactamente, com a Terra no meio.

Vejam um vídeo de Paulo Reis de Rio verde, Goiás, Brasil.

Cinzas do vulcão Puyehue poderão dar a volta ao mundo

Segundo o Público on line, as cinzas do vulcão Puyehue, em erupção no Chile há onze dias, deslocam-se a uma velocidade suficiente para poderem dar a volta ao mundo, acredita um especialista do Governo chileno. As perturbações no espaço aéreo podem durar meses.

Vejam a notícia publicada ontem:


Hoje, a coluna de cinzas expelida do vulcão atingiu uma altitude de nove quilómetros, “com um aspecto muito denso, de cor cinzento escura”, informa o Sernageomin – Serviço Nacional chileno de Geologia e Minas, em comunicado. A “instabilidade da actividade eruptiva possibilita a ocorrência de eventos explosivos maiores, com a consequente geração de fluxos piroclásticos igualmente maiores aos já ocorridos”, acrescenta. O Sernageomin não afasta a possibilidade de a erupção aumentar de intensidade.

Enrique Valdivieso, director do Sernageomin, acredita que as cinzas poderão dar a volta ao mundo, uma vez que se deslocam a “velocidades bastante altas e assim vão continuar”, cita hoje o jornal espanhol “El País”. O impacto no espaço aéreo deverá fazer-se sentir durante vários meses. Centenas de voos já foram cancelados, especialmente na Argentina e Uruguai mas também no Brasil – onde os aeroportos mais afectados são os de São Paulo e Rio de Janeiro -, Austrália e Nova Zelândia. “Não há sinais de que a situação vai mudar ou estabilizar a curto prazo”, disse Valdivieso à agência Reuters. “Estas cinzas finas poderão permanecer no ar durante meses. Se a coluna de cinzas continuar a atingir os nove quilómetros de altitude, pode espalhar-se facilmente. Quanto mais elevada ela chegar, mais área vai abranger”, acrescentou o especialista. Quanto às pessoas desalojadas no Chile, Valdivieso disse que não poderão regressar a casa enquanto não baixar a actividade sísmica registada, com pelo menos seis sismos por dia na zona do Puyehue. Ainda assim, as cinzas não terão substâncias prejudiciais à saúde, segundo a Comissão Nacional de Energia Atómica da Argentina. “A cinza é composta por silício, alumínio, potássio, cálcio, ferro, titânio, magnésio, sódio e uma pequena quantidade de cloro”, afirma a comissão, em comunicado, depois de análises às poeiras. “Não foi detectada a presença de substâncias que possam afectar a saúde, como o arsénio ou o enxofre”. A zona mais afectada pela actividade vulcânica do Puyehue é o Sul da Argentina. 


Segundo noticia o “El País”, cidades como Bariloche estão há quase onze dias cobertas por um manto cinzento e a chuva de cinzas invadiu rios e lagos, prejudicando a agricultura e pecuária. O vulcão Puyehue, com 2240   metros de altura, situa-se na cordilheira dos Andes. A sua última grande erupção aconteceu em 1960, depois do sismo de Valdivia, de magnitude 9,5 na escala de Richter. Morreram 5700 pessoas no Chile.

Fonte: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1498792 

Vejam a fotogaleria do público on line em: http://static.publico.pt/docs/mundo/vulcoes/  

sábado, 11 de junho de 2011

Discurso de António Barreto, Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Nada é novo. Nunca! Já lá estivemos, já o vivemos e já conhecemos. Uma crise financeira, a falência das contas públicas, a despesa pública e privada, ambas excessivas, o desequilíbrio da balança comercial, o descontrolo da actividade do Estado, o pedido de ajuda externa, a intervenção estrangeira, a crise política e a crispação estéril dos dirigentes partidários. Portugal já passou por isso tudo. E recuperou. O nosso país pode ultrapassar, mais uma vez, as dificuldades actuais. Não é seguro que o faça. Mas é possível.

Tudo é novo. Sempre! Uma crise internacional inédita, um mundo globalizado, uma moeda comum a várias nações, um assustador défice da produção nacional, um insuportável grau de endividamento e a mais elevada taxa de desemprego da história. São factos novos que, em simultâneo, tornam tudo mais difícil, mas também podem contribuir para novas soluções. Não é certo que o novo enquadramento internacional ajude a resolver as nossas insuficiências. Mas é possível.

Novo é também o facto de alguns políticos não terem dado o exemplo do sacrifício que impõem aos cidadãos. A indisponibilidade para falarem uns com os outros, para dialogar, para encontrar denominadores comuns e chegar a compromissos contrasta com a facilidade e o oportunismo com que pedem aos cidadãos esforços excepcionais e renúncias a que muitos se recusam. A crispação política é tal que se fica com a impressão de que há partidos intrusos, ideias subversivas e opiniões condenáveis. O nosso Estado democrático, tão pesado, mas ao mesmo tempo tão frágil, refém de interesses particulares, nomeadamente partidários, parece conviver mal com a liberdade. Ora, é bom recordar que, em geral, as democracias, não são derrotadas, destroem-se a si próprias!

Há momentos, na história de um país, em que se exige uma especial relação política e afectiva entre o povo e os seus dirigentes. Em que é indispensável uma particular sintonia entre os cidadãos e os seus governantes. Em que é fundamental que haja um entendimento de princípio entre trabalhadores e patrões. Sem esta comunidade de cooperação e sem esta consciência do interesse comum nada é possível, nem sequer a liberdade.

Vivemos um desses momentos. Tudo deve ser feito para que estas condições de sobrevivência, porque é disso que se trata, estejam ao nosso alcance. Sem encenação medíocre e vazia, os políticos têm de falar uns com os outros, como alguns já não o fazem há muito. Os políticos devem respeitar os empresários e os trabalhadores, o que muitos parecem ter esquecido há algum tempo. Os políticos devem exprimir-se com verdade, princípio moral fundador da liberdade, o que infelizmente tem sido pouco habitual. Os políticos devem dar provas de honestidade e de cordialidade, condições para uma sociedade decente.

Vivemos os resultados de uma grave crise internacional. Sem dúvida. O nosso povo sofre o que outros povos, quase todos, sofrem. Com a agravante de uma crise política e institucional europeia que fere mais os países mais frágeis, como o nosso. Sentimos também, indiscutivelmente, os efeitos de longos anos de vida despreocupada e ilusória. Pagamos a factura que a miragem da abundância nos legou. Amargamos as sequelas de erros antigos que tornaram a economia portuguesa pouco competitiva e escassamente inovadora. Mas também sofremos as consequências da imprevidência das autoridades. Eis por que o apuramento de responsabilidades é indispensável, a fim de evitar novos erros.

Ao longo dos últimos meses, vivemos acontecimentos extraordinários que deixaram na população marcas de ansiedade. Uma sucessão de factos e decisões criou uma vaga de perplexidade. Há poucos dias, o povo falou. Fez a sua parte. Aos políticos cabe agora fazer a sua. Compete-lhes interpretar, não aproveitar. Exige-se-lhes que interpretem não só a expressão eleitoral do nosso povo, mas também e sobretudo os seus sentimentos e as suas aspirações. Pede-se-lhes que sejam capazes, como não o foram até agora, de dialogar e discutir entre si e de informar a população com verdade. Compete-lhes estabelecer objectivos, firmar um pacto com a sociedade, estimular o reconhecimento dos cidadãos nos seus dirigentes e orientar as energias necessárias à recuperação económica e à saúde financeira. Espera-se deles que saibam traduzir em razões públicas e conhecidas os objectivos das suas políticas. Deseja-se que percebam que vivemos um desses raros momentos históricos de aflição e de ansiedade colectiva em que é preciso estabelecer uma relação especial entre cidadãos e governantes. Os Portugueses, idosos e jovens, homens e mulheres, ricos e pobres, merecem ser tratados como cidadãos livres. Não apenas como contribuintes inesgotáveis ou eleitores resignados.É muito difícil, ao mesmo tempo, sanear as contas públicas, investir na economia e salvaguardar o Estado de protecção social. É quase impossível. Mas é possível. É muito difícil, em momentos de penúria, acudir à prioridade nacional, a reorganização da Justiça, e fazer com que os Juízes julguem prontamente, com independência, mas em obediência ao povo soberano e no respeito pelos cidadãos. É difícil. Mas é possível.

O esforço que é hoje pedido aos Portugueses é talvez ímpar na nossa história, pelo menos no último século. Por isso são necessários meios excepcionais que permitam que os cidadãos, em liberdade, saibam para quê e para quem trabalham. Sem respeito pelos empresários e pelos trabalhadores, não há saída nem solução. E sem participação dos cidadãos, nomeadamente das gerações mais novas, o esforço da comunidade nacional será inútil.

É muito difícil atrair os jovens à participação cívica e à vida política. É quase impossível. Mas é possível. Se os mais velhos perceberem que de nada serve intoxicar a juventude com as cartilhas habituais, nem acreditar que a escola a mudará, nem ainda pensar que uma imaginária "reforma de mentalidades" se encarregará disso. Se os dirigentes nacionais perceberem que são eles que estão errados, não as jovens gerações, às quais faltam oportunidades e horizontes. Se entenderem que o seu sistema político é obsoleto, que o seu sistema eleitoral é absurdo e que os seus métodos de representação estão caducos.

Como disse um grande jurista, “cada geração tem o direito de rever a Constituição”. As jovens gerações têm esse direito. Não é verdade que tudo dependa da Constituição. Nem que a sua revisão seja solução para a maior parte das nossas dificuldades. Mas a adequação, à sociedade presente, desta Constituição anacrónica, barroca e excessivamente programática afigura-se indispensável. Se tantos a invocam, se tantos a ela se referem, se tantos dela se queixam, é porque realmente está desajustada e corre o risco de ser factor de afastamento e de divisão. Ou então é letra morta, triste consolação. Uma nova Constituição, ou uma Constituição renovada, implica um novo sistema eleitoral, com o qual se estabeleçam condições de confiança, de lealdade e de responsabilidade, hoje pouco frequentes na nossa vida política. Uma nova Constituição implica um reexame das relações entre os grandes órgãos de soberania, actualmente de muito confusa configuração. Uma Constituição renovada permitirá pôr termo à permanente ameaça de governos minoritários e de Parlamentos instáveis. Uma Constituição renovada será ainda, finalmente, o ponto de partida para uma profunda reforma da Justiça portuguesa, que é actualmente uma das fontes de perigos maiores para a democracia. A liberdade necessita de Justiça, tanto quanto de eleições.Pobre país moreno e emigrante, poderás sair desta crise se souberes exigir dos teus dirigentes que falem verdade ao povo, não escondam os factos e a realidade, cumpram a sua palavra e não se percam em demagogia!

País europeu e antiquíssimo, serás capaz de te organizar para o futuro se trabalhares e fizeres sacrifícios, mas só se exigires que os teus dirigentes políticos, sociais e económicos façam o mesmo, trabalhem para o bem comum, falem uns com os outros, se entendam sobre o essencial e não tenham sempre à cabeça das prioridades os seus grupos e os seus adeptos.

País perene e errante, que viveste na Europa e fora dela, mas que à Europa regressaste, tens de te preparar para viver com metas difíceis de alcançar, apesar de assinadas pelo Estado e por três partidos, mas tens de evitar que a isso te obrigue um governo de fora.

País do sol e do Sul, tens de aprender a trabalhar melhor e a pensar mais nos teus filhos.

País desigual e contraditório, tens diante de ti a mais difícil das tarefas, a de conciliar a eficiência com a equidade, sem o que perderás a tua humanidade. Tarefa difícil. Mas possível.

António Barreto

Castelo Branco, 10 de Junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011