terça-feira, 25 de março de 2008

Indisciplina nas escolas públicas portuguesas

Penso que todos já devem ter visto, até à exaustão, estas imagens que se referem a uma situação de grave indisciplina que ocorreu no último dia de aulas do 2º período no 9º C da Escola Secundária Carolina Michaelis, do Porto.



Esta situação tem constituído um dos grandes temas da última semana nos media portugueses. Já ouvimos muitos comentários sobre esta situação, de políticos até aos representantes dos encarregados de educação.
Mas agora, gostava de saber a opinião dos alunos, dos meus alunos.
O que é que pensam de tudo isto? Como é que reagiram quando viram estas imagens pela primeira vez? Como é possível chegar a esta situação nas escolas públicas portuguesas? O que é que deve ser feito para evitar que situações como esta, ou até piores, voltem a acontecer nas escolas públicas?

domingo, 23 de março de 2008


Tibete: Recusa de diálogo justifica "medidas de boicote" aos Jogos Olímpicos, diz Presidente do Parlamento Europeu
Entrevista do Presidente do Parlamento Europeu a jornal alemão

O presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Pöttering, defendeu hoje "medidas de boicote" aos Jogos Olímpicos de Pequim caso a China continue a recusar dialogar com o líder espiritual tibetano Dalai Lama."Pequim tem de se decidir. É preciso entrar em conversações imediatamente com o Dalai Lama, mas se não houver nenhum sinal de comunicação, eu considero que as medidas de boicote [dos Jogos Olímpicos] serão justificadas", referiu Pöttering numa entrevista a um jornal alemão. De acordo com a agência France Press (AFP), que cita o jornal "Bild am Sonntag", o presidente do Parlamento Europeu salientou que também ele quer que os jogos aconteçam entre 8 e 24 de Agosto, conforme programado, "mas nunca ao preço do genocídio cultural dos tibetanos". Pöttering apela assim aos países da União Europeia a falar "a uma só voz" em matéria de defesa dos Direitos Humanos no Tibete. "A China é um parceiro importante da Europa, por exemplo na protecção do clima. O diálogo e a cooperação devem assim ser recíprocos. No entanto, o povo tibetano não deve ser sacrificado. Perderíamos o nosso amor-próprio", considerou.
Deve haver boicote aos Jogos Olímpicos de Berlim por parte dos países ocidentais, caso a China não dialogue com o líder espiritual tibetano Dalai Lama?
P.S. : Em complemento a este "post", sugiro que participem no inquérito sobre esta mesma situação que consta na barra do lado direito deste blogue.

sexta-feira, 21 de março de 2008


Uma boa Páscoa para todos os alunos do 12º H e respectivas famílias.




São os votos do professor Eduardo Vales

quarta-feira, 19 de março de 2008

Cinco anos depois do início da ofensiva militar

"Êxito que está a ser vivido no Iraque é inegável", diz Bush

O Presidente norte-americano prepara-se para dizer hoje, num discurso por ocasião do quinto aniversário do início da guerra no Iraque, que "expulsar Saddam do poder foi uma boa decisão " e que a guerra foi "uma grande vitória estratégica", apesar de ter sido combatida com "altos custos". De acordo com alguns excertos do discurso agendado para hoje à tarde no Pentágono, e que chegaram aos meios de comunicação social, o Presidente norte-americano dirá que "o êxito" que está a ser vivido no Iraque é "inegável"."Expulsar Saddam Hussein do poder foi uma boa decisão e este é um combate que a América pode e deve ganhar", indicará Bush no discurso avançado pela Casa Branca. De acordo com a estratégia mantida desde o início da guerra, Bush vai vincular a invasão do Iraque à "guerra contra o terrorismo" que os Estados Unidos lançaram após os atentados de 11 de Setembro. A intervenção prevista para hoje foi antecedida de declarações do vice-Presidente norte-americano Dick Chenney, que assegurou na segunda-feira, durante uma visita-surpresa à capital iraquiana, que os esforços destes cinco anos "valeram a pena". O Exército americano mantém actualmente cerca de 160 mil soldados no Iraque. No início da invasão a cifra atingia os 225 mil. O número foi sendo reduzido nos meses seguintes mas de novo aumentado para os 175 mil quando foi lançado o plano de segurança em Bagdad. Cinco anos depois do início da ofensiva militar, a guerra causou - de acordo com as estimativas mais baixas - a morte a cerca de 82 mil civis iraquianos, apesar de outros estudos indicarem que o número total de mortos ascende aos 600 mil. Por oposição, o número de soldados norte-americanos mortos ronda os 4000 e o de soldados britânicos os 170. Nos dias que antecederam a guerra, a Administração Bush fixou o custo da guerra entre os 50 e os 60 mil milhões de dólares. Actualmente, a cifra rondará um milhão de milhões de dólares.
Nota: o PIB de Portugal em 2007 era de, aproximadamente, 210 mil milhões de dólares.


A guerra no Iraque foi uma boa decisão?
Valeu mesmo a pena? Foi um êxito?
Os EUA tornaram-se mais fortes perante a comunidade internacional?
O Mundo está agora mais seguro?

domingo, 16 de março de 2008


Crise financeira coloca economia mundial em território desconhecido



15.03.2008, Sérgio Aníbal

Petróleo a 110 dólares, divisa norte-americana em queda e acesso ao crédito mais difícil. A economia mundial enfrenta um cenário nunca antes visto


Dólar com novos mínimos face ao euro, libra e iene. Petróleo, ouro e bens alimentares com máximos históricos. Clima de desconfiança e medo entre as instituições financeiras. E queda a pique dos preços e vendas de casas nos EUA, Reino Unido e Espanha. A combinação de notícias negativas que tem surgido, dia após dia, nos mercados internacionais está a colocar a economia mundial em território desconhecido, tornando cada vez mais difícil a tarefa das autoridades políticas e monetárias de limitarem os danos e controlarem a situação.Ontem, mantendo a tendência da última semana, repetiram-se os recordes, a instabilidade e as ameaças de falência nos mercados mundiais, fazendo parecer que tudo o que pode correr mal acaba, na actual conjuntura, mesmo por acontecer. Um dos primeiros problemas é a queda do dólar. Não é uma surpresa, tendo em conta excessos de endividamento cometidos ao longo da última década nos EUA, mas a verdade é que está a superar todas as expectativas. Aos preços de ontem, era possível trocar um euro por 1,54 dólares e com uma unidade da divisa norte-americana já não se conseguiam comprar nem 100 ienes. E se há sempre quem, a curto prazo, possa beneficiar com um dólar fraco - os exportadores norte-americanos e os turistas europeus, por exemplo - começa-se a chegar a um ponto em que, de uma forma ou de outra, todos acabam prejudicados. A queda do dólar, para além de colocar a Europa e Ásia em dificuldades para escoar as suas exportações, está também a contribuir de forma decisiva para a escalada de preços das matérias-primas. Os produtores colocam os seus bens nos mercados em dólares e pretendem, com uma subida de preços, compensar a perda de poder de compra que têm devido à quebra desta divisa. Desta forma se explica uma parte significativa da subida do preço do petróleo - que ontem já valia 111 dólares por barril - e dos preços de bens alimentares como o trigo e o milho. E aqui há outro problema. A subida poucas vezes vista dos preços nas matérias-primas, especialmente do petróleo, leva a que a inflação se mantenha persistentemente alta em quase todos os pontos do globo. Ontem, o Eurostat anunciou que, em Fevereiro, a inflação na Zona Euro subiu para um máximo de 3,3 por cento. Mais inflação significa não só uma perda de poder de compra dos consumidores, mas também menos espaço para que os bancos centrais, especialmente o europeu, possam cortar as suas taxas de juro e, assim, ajudar a contrariar o aperto de crédito a que se assiste nos mercados financeiros e a dar um estímulo para que as empresas e as famílias invistam e consumam mais.

Situação única

Os resultados desta combinação de factores já estão à vista, especialmente nos EUA. Ontem, Martin Feldstein, ex-presidente do NBER - a entidade que define nos EUA se a economia está ou não em recessão - já reconheceu que "a situação é muito má, está a ficar pior e os riscos apontam para que venha ainda a deteriorar-se mais". Esta declaração é apenas a última amostra da incapacidade que começam a revelar os economistas em antecipar quais podem ser as consequências desta combinação, muito poucas vezes vista, de factores negativos. "É uma situação relativamente única", afirma Luís Campos e Cunha. "Não é fácil encontrar paralelo histórico", reconhece João Ferreira do Amaral. O ex-ministro das Finanças diz estar "muito preocupado", especialmente depois da sequência de notícias do último mês, assinalando que "esta é uma crise que atinge o coração da economia, que é o sistema financeiro". Ferreira do Amaral, professor do ISEG, defende mais estímulos orçamentais e diz que "o BCE está a cometer um grave erro ao não descer taxas, aumentando as probabilidades de que a crise monetária e financeira se torne numa crise económica real". "Está aqui a ser jogado muito do futuro do estatuto do BCE", afirma. Campos e Cunha, pelo contrário, avisa que "as receitas tradicionais podem, neste caso, não funcionar" e afirma que a preocupação deve estar centrada em garantir que se "pode socorrer as entidades financeiras que entrem em dificuldades".






sexta-feira, 14 de março de 2008

Monges tibetanos lideram nova contestação

Centenas de pessoas manifestam-se na capital tibetana contra o domínio chinês

Centenas de pessoas juntaram-se hoje na capital tibetana em novas manifestações lideradas por monges budistas contra a administração chinesa no Tibete, queimando carros da polícia, com a tensão a aumentar na região, informou a Radio Free Ásia. De acordo com a agência Nova China, há notícia de feridos em resultado destas manifestações. De acordo com declarações de uma testemunha à mesma rádio, os manifestantes são já às centenas, incluindo monges e civis, e foram incendiados carros da polícia e do exército no centro de Lhasa. Estas são as mais recentes manifestações no Tibete, as maiores desde 1989, contra a administração chinesa da região, numa espiral de tensão que vem aumentando desde segunda-feira e que já levou dois monges a tentar o suicídio e as autoridades chinesas a cercar e encerrar mosteiros. O Departamento da Região Autónoma do Tibete em Pequim disse hoje à Lusa que os pedidos de autorização para entrada no Tibete estão suspensos."Não é possível pedir licenças de entrada", disse um funcionário do departamento, que não se identificou nem soube dizer quando será possível voltar a pedir autorizações de viagem para o Tibete, onde o governo chinês só permite a entrada de estrangeiros com um vistos de viagem especiais, que são quase sempre recusados aos jornalistas. A Radio Free Asia informou ainda que os monges budistas do mosteiro de Sera iniciaram ontem uma greve de fome dentro do próprio mosteiro e recusam comer ou dormir até que as autoridades libertem os monges alegadamente presos ao longo das manifestações desta semana. "Há uma atmosfera crescente de medo e tensão em Lhasa no momento", disse à imprensa estrangeira Kate Saunders, porta-voz da organização Campanha Internacional pelo Tibete (CIT), sedeada em Londres. "Muitos outros monges estão também a ferir-se a si próprios em desespero,"disse uma fonte anónima à Rádio Free Asia. De acordo com a CIT, as manifestações estenderam-se já aos mosteiros de Reting e de Ganden, para além de Sera, os mais importantes mosteiros da região, chamados "três pilares do Tibete". Milhares de militares e de elementos da polícia paramilitar cercaram os três mosteiros, segundo a CIT. Uma agência de viagens de Pequim confirmou hoje à Lusa ter informações que "os três mosteiros estão fechados a visitas de grupos turísticos". As manifestações voltam a pôr em causa a forma como a China administra o Tibete, poucos meses antes dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, que decorrem entre 8 e 24 de Agosto. Os protestos começaram na segunda-feira, o aniversário da entrada das tropas chinesas no Tibete em 1959, para esmagar uma revolta falhada contra a presença da China na região e na sequência a qual o Dalai Lama, líder religioso tibetano, partiu para o exílio na Índia. A China insiste que o Dalai Lama não é um líder religioso mas sim um líder político separatista que busca a independência do Tibete. O Dalai Lama, Prémio Nobel da Paz em 1989 pela sua dedicação não-violenta pela causa tibetana, diz ter abandonado as exigências iniciais de independência para o Tibete, defendendo uma "autonomia real e significativa" que preserve a cultura, a língua e o meio ambiente tibetanos.

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1322589&idCanal=11 (14/03/08)

terça-feira, 11 de março de 2008

Migrações no século XXI causadas pelo aquecimento global

Relatório sobre as consequências das alterações climáticas discutido quinta-feira em Bruxelas




As alterações climáticas vão pôr as populações mundiais em movimento durante as próximas décadas. Esta é uma das conclusões do relatório feito por Javier Solana, alto-comissário de política externa e da segurança comum da União Europeia (UE), e Benita Ferrero-Waldner, comissária europeia das Relações Externas. O documento, que vai ser apresentado na próxima quinta-feira em Bruxelas, no Conselho Europeu, adverte para um futuro com falta de recursos, problemas sociais e conflitos políticos. No relatório de sete páginas a que o diário britânico "Guardian" teve acesso, fica claro que as consequências do aquecimento global vão para além das crises humanitárias, pondo também em risco as relações políticas entre os países. As alterações climáticas provocam problemas que podem trazer ainda mais ameaças porque “agravam os stresses e as tensões que existem dentro e entre os países”, sublinha Javier Solana, num artigo de opinião publicado na edição on-line do "Guardian". Segundo o documento, estas tensões já estão a ser sentidas. No último ano, os apelos humanitárias feitos às Nações Unidas foram maioritariamente relacionados com as alterações climáticas. Alguns países já exigiram à comunidade internacional que este fenómeno seja reconhecido como uma razão válida para a emigração. No futuro, prevê-se que este tipo de movimentos migratórios irá afectar milhões de pessoas. O recuo das zonas costeiras vai diminuir o território de vários países e pôr em risco a vida de um quinto da população mundial. A falta de água e a desertificação, a redução de terreno arável e das reservas piscícolas e a competição pelos recursos energéticos cujas reservas encontram-se em zonas vulneráveis a estes fenómenos, vão ter repercussões a nível mundial.Do ponto de vista social, todas estas pressões podem instigar conflitos étnicos e religiosos e radicalizar as tendências políticas dos países. O relatório adverte que as regiões futuramente mais afectadas englobam os países de terceiro mundo, com menor capacidade de resposta. Estes países “não são os maiores responsáveis pelas alterações climáticas”, diz Solana, “o que pode incentivar políticas de ressentimento.”


Árctico: Conflito no Horizonte


A Europa já antevê o seu problema caseiro. À medida que as calotes de gelo do Árctico vão deixando de existir, novas vias marítimas tornam-se apetecíveis para as nações que rodeiam o Pólo Norte. Ao mesmo tempo, enormes reservas de hidrocarbonetos ficam disponíveis para quem lhes quiser deitar a mão. No ano passado, a bandeira russa hasteada no leito marinho do Árctico foi mal vista pela comunidade internacional, que interpretou o gesto como um sinal e aviso do interesse da Rússia naquela área. Javier Solana refere a importância de se discutir este problema, “com a subida das águas e o derretimento dos gelos, aumenta a necessidade do debate sobre a pertença territorial, as zonas económicas exclusivas e o acesso a novas rotas comercias.” Para o comissário a discussão científica acerca das alterações climática já acabou. É altura para consciencializar o mundo e ajudar os países que mais vão sofrer com este fenómeno, para que possam desenvolver formas de o combater. À Europa, como provável destino de futuras migrações, esperam-lhe novos desafios. Quinta-feira, os líderes da UE poderão começar a desenhar uma resposta internacional para esta problemática.

domingo, 9 de março de 2008

A viagem da minha vida

Depois de termos abordado na aula a matéria dos fluxos turísticos, seria interessante que partilhassem uns com os outros descrevendo a viagem da vossa vida. Pode ser a viagem que mais vos marcou, até ao momento, ou aquela que gostariam muito, um dia, de a concretizar: a viagem dos vossos sonhos.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Amorim suplanta Belmiro na lista dos mais ricos da revista Forbes
07.03.2008, José Manuel Rocha

No topo do ranking, também há novidades. Bill Gates perde liderança que mantinha há 13 anos para Warren Buffet e desce ao terceiro lugar da lista
Warren Buffet

É uma autêntica revolução na lista dos mais ricos do planeta. A conhecida revista Forbes revelou ontem quem é quem no reino dos multimilionários. Com fortes novidades à mistura: Américo Amorim destrona Belmiro de Azevedo em Portugal; e Warren Buffet conquista o primeiro lugar mundial ao fundador da Microsoft, Bill Gates.
Entre paredes, o "rei da cortiça" é, de facto, a grande novidade. Para além de ter entrado para a lista da conhecida revista norte-americana, fê-lo logo para primeiro lugar do ranking de portugueses (quatro este ano). Com um património de 4,6 mil milhões de euros, Américo Amorim suplanta, assim, o líder do grupo Sonae, a quem é atribuída uma fortuna de 1,33 mil milhões de euros. O facto de deter cerca de um terço das acções da Galp Energia, empresa que tem registado uma forte valorização bolsista, ajuda a explicar o salto dado por Américo Amorim. A classificação da Forbes é feita com base na capitalização bolsista dos activos dos indivíduos analisados. Mas, no que a Portugal diz respeito, as novidades não se ficam por aqui. Joe Berardo e Horácio Roque entraram também para a lista dos multimilionários (que têm mais de um milhão de dólares, segundo a revista). O investidor madeirense, que é accionista de referência do BCP, é "avaliado" em 1,18 mil milhões de euros. Ao dono do Banif é creditada uma fortuna de cerca de 920 milhões de euros. Desde a morte de António Champalimaud que a representação portuguesa na lista da Forbes se resumia à presença do patrão da Sonae (a que pertence a Sonaecom, proprietária do PÚBLICO). Quanto à verdadeira nata do ranking ontem divulgado, a surpresa chama-se Warren Buffet, que surge no primeiro lugar da lista, assim destronando o fundador da Microsoft, Bill Gates, que reinou durante 13 anos. A fortuna de Buffet foi avaliada pela Forbes em 40 mil milhões de euros (cerca de um quarto do produto interno bruto português). O conhecido investidor norte-americano terá visto a sua fortuna aumentar mais de 6,6 mil milhões de euros, essencialmente devido à valorização das acções da holding que controla, a Berkshire Hathaway. Gates, no entanto, não foi apenas ultrapassado por Buffet. Também viu passar-lhe à frente o mexicano Carlos Slim (que chegou a deter uma participação qualificada na Portugal Telecom, por alturas da OPA da Sonae-com). O património de Slim é avaliado em 39,5 mil milhões de euros. A lista da Forbes encerra algumas outras confirmações e novidades. Do lado das confirmações, o facto de haver uma longa comitiva de norte--americanos nos principais postos. Do lado das novidades, o fortíssimo assalto de indianos aos lugares mais apetecidos (o top 10). A exponencial valorização da bolsa indiana em 2007 (quase 55 por cento) poderá explicar este facto. A exemplo de outros anos, também a Rússia tem uma forte presença no pelotão dos ricos, feita à custa dos jovens investidores a quem Boris Ieltsin vendeu quase ao desbarato as principais empresas públicas - energia, metalurgia pesada, metalomecânica, banca e seguros.

Em complemento, consulta a lista de países por PIB nominal do Banco Mundial e compara com as maiores fortunas do planeta.

quinta-feira, 6 de março de 2008

À semelhança do que fez o Kosovo

Ossétia do Sul pede à UE, ONU e Rússia que reconheçam a sua independência
05.03.2008 - 11h20 AFP

A Ossétia do Sul, região separatista pró-russa da Geórgia, pediu hoje à Rússia, à ONU e à União Europeia que reconheçam a sua independência, à semelhança do que aconteceu recentemente no Kosovo, avançaram as agências russas. O apelo foi validado por um voto, hoje, no "Parlamento" da Ossétia do Sul, cuja independência unilateral declarada em 1990 não é reconhecida por nenhum país, nomeadamente pela Rússia, precisam as agências russas."O Parlamento da Ossétia do Sul pede ao secretário-geral da ONU, ao Presidente russo e à direcção dos países da União Europeia que reconheçam a independência da república da Ossétia do Sul", indica um comunicado publicado no site do "ministério da informação" da região independentista. A Ossétia do Sul e a Abkhazia, as duas regiões independentistas da Geórgia, advertiram desde o dia 17 de Fevereiro, dia da proclamação da independência do Kosovo, que iriam pedir à Rússia, ao Conselho de Segurança da ONU e à UE que também passassem a reconhecer as suas independências. Depois de terem alertado contra o risco de um "efeito dominó" com o Kosovo, as autoridades russas excluiram o reconhecimento da Ossétia do Sul e da Abkhazia, após a declaração de independência kosovar. O "presidente" da Abkhazia, Serguei Bagapch, anunciou por seu lado à agência russa Interfax que o seu "Parlamento" tomará a mesma atitude - pedir o reconhecimento da independência - até ao final desta semana.Quer a Ossétia do Sul quer a Abkhazia proclamaram as suas independências logo após o final da URSS (em 1990 e 1992, respectivamente), o que tem causado, ao longo dos anos, o confronto com as forças da Geórgia.


Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1321652&idCanal=11 (06/03/08)



Geórgia
Abkhazia pede reconhecimento internacional da sua independência
07.03.2008 - 14h26 AFP


A região separatista pró-russa da Abkhazia, na Geórgia, pediu hoje à comunidade internacional que reconheça a sua independência, declarada unilateralmente após a queda da URSS, avançam as agências noticiosas russas."Após o reconhecimento da independência do Kosovo por um grande número de Estados Ocidentais, a situação geopolítica mudou de maneira significativa e as condições são favoráveis ao reconhecimento da independência da Abkhazia", estimou o "Parlamento" abkhaze numa declaração citada pela Itar-Tass e pela Interfax. O "Parlamento" abkhaze dirige-se, no documento, às duas câmaras do Parlamento russo, à ONU e à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), precisam as agências. O "Parlamento" da Ossétia do Sul, outro território separatista pró-russo na Geórgia, adoptou terça-feira uma declaração similar. A Duma, câmara baixa do Parlamento russo, vai examinar a questão na próxima quinta-feira, no quadro de uma sessão dedicada aos problemas da Comunidade dos Estados Independentes, avançou a Itar Tass."Um dos temas centrar-se-á nos pedidos de reconhecimento de independência da Abkhazia e da Ossétia do Sul recebidos pela Rússia", declarou o primeiro adjunto do chefe da comissão dos Negócios Estrangeiros da Duma, Leonid Sloutski, citado pela Itar-Tass."A Rússia não põe em causa a integridade territorial da Geórgia", precisou, porém, Leonid Sloutski, deixando entender que Moscovo não reconhece os dois territórios. A Abkhazia e a Ossétia do Sul, duas regiões limitrofes da Rússia, proclamaram unilateralmente a sua independência após a queda da União Soviética e desde essa altura que têm lutado pela autodeterminação contra as forças georgianas.

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1321916&idCanal=11 (07/03/08)

Novos "Kosovos" em perspectiva? Será que se vai confirmar o "efeito de Dominó" de que tanto se falava a propósito da declaração de independência do Kosovo?

quarta-feira, 5 de março de 2008



Crianças forçados em guerras de adultos



Em mais de vinte países as crianças participam directamente em guerras. É-lhes negada a infância a que têm direito e são presenteadas com o horror e a morte. Estima-se que entre 200 a 300 mil crianças tenham servido como soldados em conflitos actualmente em curso, quer fazendo parte de grupos rebeldes quer de forças governamentais. Estas crianças participam em todos os aspectos que fazem parte das guerras contemporâneas. Disparam armas na frente de combate, servem de detectores humanos de minas, participam em missões suicidas, carregam mantimentos e actuam como espiões, mensageiros ou vigias.
Psicologicamente vulneráveis e facilmente intimidáveis, as crianças tornam-se soldados obedientes. Muitas são sequestradas ou recrutadas à força, e geralmente intimadas a cumprir ordens sob ameaça de morte. Outras, juntam-se a grupos armados por desespero. À medida que o conflito vai destruindo a sociedade, deixando as crianças sem escola, obrigando-as a sair das suas casas ou a separar-se das famílias, muitas percebem que o ingresso nos grupos armados é a sua única hipótese de sobrevivência. Outras ainda, ao ingressar em grupos militares procuram apenas escapar à pobreza ou vingar membros da família que tenham sido mortos por facções opostas. O Observatório dos Direitos Humanos (Human Rights Watch) tem denunciado vários países pela utilização de crianças-soldado: Angola, Birmânia, Burundi, Colômbia, República Democrática do Congo, Líbano, Libéria, Serra Leoa, Sri Lanka, Sudão, Uganda. A UNICEF tem realizado programas de desmobilização de crianças-soldado, em países como a Serra Leoa e o Afeganistão. A ideia é dar novas oportunidades a estas crianças, nomeadamente através da escolarização. A falta de fundos ou quebra nos apoios internacionais compromete muitas vezes estes programas. A fragilidade dos acordos de paz assinados pelas partes envolvidas nos conflitos e tantas vezes violados também contribui para o fracasso da tentativa de desmobilização das crianças-soldado. Acresce que muitas das crianças ex-soldado quando regressam a casa não têm já uma estrutura familiar à sua espera. Os programas apontam ainda a necessidade de ajudar as crianças a adaptar-se à nova realidade existente nas suas comunidades. A mensagem da UNICEF é a aposta na educação. Recentemente, em Fevereiro de 2007, durante a Conferência Internacional de Paris sobre as Crianças-soldado, os 58 países presentes comprometeram-se a lutar pela libertação incondicional destas crianças. Entre os compromissos assumidos num documento que resultou da conferência, pede-se aos Estados que as crianças-soldado sejam vistas como vítimas antes de serem acusadas de crimes aos olhos do direito internacional. Pede-se também que um menor que fuja ao recrutamento seja beneficiado pelo direito de asilo. Uma última chamada de atenção vai para o facto de as meninas estarem excluídas dos programas e das iniciativas diplomáticas sobre as crianças-soldado. Uma situação que os países participantes se comprometeram a "reverter e a corrigir". Nas várias abordagens internacionais relativas ao problema, entende-se por criança-soldado qualquer pessoa que tenha menos de 18 anos e faça parte de qualquer tipo de força armada organizada ou não organizada. A definição nunca se refere apenas a crianças que usem ou tenham usado armas. Vai mais longe. Aplica-se a crianças que possam ter desempenhado no grupo armado funções tão diversas como transportar equipamentos, cozinhar ou servir de mensageiros. E a raparigas que tenham sido recrutadas para fins sexuais ou para «casamentos» forçados.


Notas recolhidas nos relatórios do Observatório dos Direitos Humanos (Human Rights Watch) sobre crianças-soldado




Nepal (Janeiro de 2007)


Milhares de crianças foram recrutadas pelo Partido Comunista do Nepal (Maoísta) durante 10 anos de guerra civil. Crianças estiveram na linha da frente do conflito, receberam treino em armas e realizaram acções de suporte militar e logístico cruciais aos Maoístas. Apesar do governo ter assinado um acordo de paz, em Novembro de 2006, os Maoístas continuaram a recrutar crianças tendo recusado libertar algumas que já integravam as suas forças.




Sri Lanka (Janeiro de 2007)


O grupo Karuna tem sequestrado centenas de crianças no Sri Lanka Oriental para combater. Este grupo é liderado pelo antigo comandante de um outro grupo, os Tigres de Libertação da Pátria Tamil, e seu actual opositor. As forças de segurança governamental longe de parar os sequestros facilitam o trabalho aos sequestradores, permitindo o transporte das crianças por postos de segurança a caminho dos campos de treino. A denúncia consta do último relatório do Observatório dos Direitos Humanos.




Burundi (Junho 2006)


Longe de casa Durante os treze anos da guerra civil no Burundi, crianças têm sido recrutadas e usadas como combatentes pelos dois lados envolvidos no conflito. Mais de três mil crianças foram desmobilizadas, mas o grupo rebelde denominado Forças de Libertação Nacional (FLN) continua a usar crianças como combatentes e como auxiliares em várias tarefas logísticas. Por outro lado, dezenas de crianças que serviram ou são acusadas de ter servido como soldados nas FLN estão agora sob custódia governamental, no entanto, sem qualquer tipo de assistência.




África Ocidental (Março 2005)


Juventude, pobreza e sangue: A herança letal dos guerreiros regionais Desde 1989, jovens soldados têm lutado em conflitos armados na Libéria, Serra Leoa, Guiné, Costa do Marfim, sempre cruzando fronteiras entre países vizinhos para lutar pelo seu sustento económico como mercenários.




Libéria (Fevereiro 2004)


Mais de 15 mil crianças-soldado lutaram nos dois lados da guerra civil na Libéria e muitas unidades eram formadas essencialmente por crianças. O relatório do Observatório dos Direitos Humanos sobre este país, assinala não apenas os abusos cometidos sobre as crianças-soldado, como as violações que estas foram forçadas a exercer sobre os civis. O relatório alerta que a paz na África Ocidental vai depender do sucesso da reintegração das crianças-soldado na sociedade.




Colômbia (Setembro 2003)


Mais de 11 mil crianças combatem no conflito armado na Colômbia tanto do lado da guerrilha como das forças paramilitares. Ambas as forças confiam às crianças-soldado a execução de verdadeiras atrocidades, tais como executar outras crianças no deserto. A guerrilha chama "abelhinhas" (little bees) às crianças-soldado por serem capazes de "picar" antes que o seu alvo se aperceba que está sob um ataque. Os paramilitares chamam-lhes "pequenas campainhas" (little bells), referindo-se à sua utilização como sistema de alarme. Desde 1998 que o recrutamento de crianças-soldado tem aumentado, de acordo com vários relatórios de organizações não governamentais.




Angola (Abril de 2003)


Abril de 2003 marca um ano sobre a data do acordo de paz em Angola. Tanto o maior grupo armado da oposição, União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), como o governo, usaram crianças como soldados nos seus exércitos durante a guerra. Os grupos de defesa dos direitos das crianças estimam que mais de 11 mil crianças estiveram envolvidas nos últimos anos da guerra. No entanto, estas crianças-soldado foram excluídas dos programas de desmobilização.




Uganda (Março de 2003)


O Exército de Resistência do Senhor (LRA) no norte do Uganda atingiu números recorde de sequestro de crianças tendo-as submetido a um tratamento brutal, como soldados, trabalhadores e escravos sexuais. Em 2002, estimava-se que cinco mil crianças tivessem sido sequestradas, um número que um ano antes era de menos de 100 crianças. Os rebeldes raptavam crianças de oito anos nas escolas e nas suas casas, as meninas eram usadas como "esposas" dos combatentes rebeldes.




Serra Leoa (Julho de 2003)


Uma denúncia da UNICEF alerta para o perigo que acarreta a falta de fundos internacionais para a reintegração de mais de sete mil crianças outrora combatentes nas guerras civis naquele território. O acordo de paz estabelecido na Serra Leoa, em 2000, prometia educação para as crianças ex-soldado como forma de lhes possibilitar estruturar-se para a sua sobrevivência. Muitas destas crianças tinham-se juntado aos grupos armados por falta de alternativas. "Só através de programas de formação se lhes abrirão as portas do futuro", alerta a UNICEF num comunicado.




Birmânia (Outubro de 2002)


Acredita-se que a Birmânia tenha o maior número de crianças-soldado do mundo. A larga maioria combate no exército de libertação da Birmânia, o Tatmadaw Kyi que consecutivamente recruta crianças de 11 anos. Estas são submetidas a treinos brutais e forçadas a participar nos combates e nos abusos cometidos contra os civis. As crianças estão também presentes em grupos opositores, ainda que em número bastante inferior.

Autor do Artigo: Andreia Lobo
Jornalista, A Página da Educação
Como é possível existirem situações como estas que vos são apresentadas?
Como vão ser estas crianças quando forem adultas (se sobreviverem)?

segunda-feira, 3 de março de 2008

Tensão agrava-se na América Latina após incursão militar colombiana no Equador

03.03.2008 - 17h49 AFP, PÚBLICO

A tensão na América Latina não pára de aumentar na sequência da entrada de tropas colombianas no Equador para eliminar o “número dois” das FARC, sábado passado, naquela que é já considerada a mais grave crise da década na região. Tanto o Equador como a Venezuela enviaram milhares de soldados para a fronteira com a Colômbia, ao mesmo tempo que romperam, “de facto”, as relações diplomáticas com Bogotá, expulsando os embaixadores do país e chamando os seus diplomatas acreditados no país vizinho. Esta manhã, o Ministério da Defesa do Equador colocou em “estado de alerta máximo” as forças armadas do país, ordenando a realização de “patrulhas na fronteira” com a Colômbia, adianta a AFP. Bogotá critica a reacção dos países vizinhos a uma operação que considera legítima e garante que não tomará parte em qualquer escalada militar. “Temos capacidade para mobilizar as nossas tropas, mas não vemos qualquer necessidade de o fazer”, afirmou o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos.O “número dois” das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) foi morto anteontem, no Norte do Equador, por um comando militar colombiano que atravessou a fronteira para atacar uma base recuada da guerrilha, matando outros 17 rebeldes. A operação, que não terá sido comunicada às autoridades locais, ocorreu dias depois das FARC terem libertado quatro ex-congressistas colombianos, num processo mediado pelo Presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Uribe acusa países vizinhos de usarem reféns como mercadoria
O Presidente equatoriano, Rafael Correa, apelidou de “mentiroso” o seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, depois de este ter dito que os militares colombianos se limitaram a reagir a um ataque da guerrilha. Na resposta, Bogotá acusou Correa de ter cedido à guerrilha, a fim de lhe ser reconhecido o papel de mediador nas negociações para a libertação de mais reféns. Uribe chegou mesmo a afirmar que “certos governos” usam a questão dos reféns como “mercadoria” para “ganhar dividendos políticos”. O Governo colombiano promete entregar à ONU e à Organização de Estados Americanos (OEA) “revelações sobre os acordos entre o grupo terrorista das FARC e os Governos do Equador e da Venezuela. Há vários anos que as FARC instalaram nos países vizinhos bases recuadas, para onde se retiram para fugir à perseguição dos militares colombianos. Mas a incursão de sábado veio dar uma componente militar a uma questão que era até agora tratada no domínio diplomático. “A situação é explosiva, os Exércitos estão nas fronteiras e a questão das FARC transforma-se num problema regional, até mesmo internacional”, sublinhou um diplomata europeu, que falou à AFP sob condição de anonimato.A questão poderá complicar-se ainda mais depois da Administração norte-americana – que há anos apoia militarmente a Colômbia sob o pretexto de combate ao narcotráfico – ter garantido total solidariedade com Uribe. “Apoiaremos o Governo colombiano no seu combate contra as organizações terroristas que ameaçam a democracia e a estabilidade”, garantiu um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, pedindo também “contenção” aos países vizinhos.
Mais uma vez a Colômbia, as FARC, a Venezuela e Hugo Chavéz e agora, também, o Equador!
Será que vai haver mais uma guerra, à escala regional, na América Latina?