domingo, 30 de dezembro de 2007

O atentado a Benazir Bhutto


Um atentado que pode levar à implosão política do país

28.12.2007, Jorge Almeida Fernandes

O que está em jogo não é apenas o processo de democratização, mas um desastre para a política americana no Afeganistão e todo o Médio Oriente
O assassínio de Benazir Bhutto ilustra o lugar-comum mais usado desde há muitos anos para definir o Paquistão: "uma bomba-relógio". Os primeiros comentários não assinalavam apenas a liquidação do sonho duma relativa estabilização democrática, interrogavam-se também sobre as consequências do crime na região, e para lá dela. Sintomaticamente, a lista dos suspeitos era muito vasta. Se à primeira vista os radicais ligados à Al-Qaeda, que ameaçaram directamente Bhutto, eram os favoritos, alguns ramos dos poderosos serviços secretos militares - Inter-Services Intelligence (ISI) - não escapavam à suspeita. Não está em jogo apenas a sorte do Paquistão. "É um profundo desaire para a "guerra ao terror" dos EUA, que tinha como parte da sua estratégia na região a restauração da democracia no Paquistão, para oferecer um caminho alternativo ao extremismo", observou o analista Paul Reynolds, da BBC. A campanha pela democratização do Paquistão partiu do interior das elites, de que a rebelião dos juízes foi o ponto mais saliente. No entanto, foi persistentemente impulsionada pelos Estados Unidos: estando o regime do general Musharraf completamente desacreditado e deslegitimado, era necessário encontrar uma alternativa. Nestes termos, o objectivo primacial de Washington não era a democracia mas a segurança. Daniel Mackay, antigo responsável no Departamento de Estado, expôs na Foreign Affairs um modelo que assentava na necessidade de democratização "sem pôr em causa os interesses fulcrais dos militares" que, desde os anos 1960, exercem um papel tutelar sobre as instituições políticas. "O problema real (...) é que uma genuína democracia civil no Paquistão é uma aspiração irrealista a curto prazo."Nesta linha, o que Musharraf desejou negociar com Bhutto era uma solução de compromisso, em que ela poderia "governar", deixando nas mãos do Exército as decisões fulcrais sobre segurança e política externa. Benazir soube interpretar a vontade popular de mudança. Moveu não só as elites que pretendem afastar os militares da cena política e impor o corte radical com o extremismo islâmico que ela prometeu, mas também multidões, que aspiram a mudar a cúpula política e uma prática que desvia para a Defesa a maioria dos recursos do país, um dos principais factores de bloqueio económico.Independentemente de ainda pouco ou nada se saber sobre a conspiração, a simples realização de eleições, com a previsível vitória de Bhutto, ter-se-á tornado numa ameaça intolerável.
Aliança dúplice
A preocupação de que o analista da BBC fazia eco vai muito para lá do Afeganistão e da implantação da Al-Qaeda nos territórios de fronteira do Paquistão. Este país está situado naquilo a que se tem chamado uma "zona de fractura geopolítica", tocando a Índia, o Afeganistão, o Irão, o conjunto do Médio Oriente. É um país desigual e instável por natureza - e dotado de armas atómicas. O medo da Índia fez do Paquistão um aliado fácil dos Estados Unidos. Como dizem os especialistas, esta aliança nunca foi uma "opção ideológica". Se os dirigentes paquistaneses sempre tiveram a noção que Washington usava para com eles de uma atitude "dúplice", o mesmo pensam os americanos. Com a invasão do Afeganistão pelos soviéticos, Islamabad ganhou autonomia e tratou de promover a instalação do regime taliban no país vizinho, consumada em 1996, assim realizando o desígnio de conquistar uma "profundidade estratégica" perante a Índia. O preço foi fazer do Paquistão um território de eleição para a Al-Qaeda e outros "jiahdistas". Após o 11 de Setembro e a queda de Cabul, Islamabad perde quase tudo o que investira. O general Musharraf tem de se inclinar perante o ultimato americano. Mas, de forma hábil, consegue uma fabulosa ajuda financeira que salva o regime da bancarrota, continuando encapotadamente a manter uma estreita relação com os islamistas, seus aliados políticos.O assassínio de Bhutto destrói o quadro político idealizado para estabilizar o Paquistão, que passava por um pacto com Islamabad: neutralidade no Afeganistão e combate às milícias islamistas e redes de madrassas extremistas, que estão a "talibanizar" parte do país. Os islamistas são minoritários, mas estão na ofensiva.
Nacionalismo sem nação
A mais temida ameaça é que a instabilidade do Paquistão conduza a uma "implosão". Um analista do israelita Ha'aretz traçou há um mês o quadro apocalíptico de um 2008 dominado por uma dupla crise de proliferação nuclear, a iraniana e a paquistanesa. "Com um Paquistão em turbulência, economicamente falido, com o poder a cair nas mãos de vários grupos, incluindo elementos transviados do poderoso ISI, com conhecidos laços com os extremistas islâmicos, a proliferação nuclear é provável." É um ponto de vista israelita, mas com muitos ecos em Washington.O problema paquistanês começou na própria fundação. Foi criado como o Estado dos muçulmanos do subcontinente indiano e definido pelo fundador, Mohammad Ali Jinnah, como um Estado laico. Mas, perante a fraqueza de uma "identidade moderna", a identidade islâmica acabou por prevalecer. Para Christophe Jaffrelot, um dos grandes especialistas do Paquistão, o equívoco islâmico, o estatuto dos militares e o bloqueio da democracia provêm de um facto: o Paquistão é "um nacionalismo sem nação".

Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/ (artigo de opinião)

Elabora um comentário à morte de Benazir Bhutto, reflectindo sobre as suas possíveis consequências para o futuro do Paquistão, bem como para os países vizinhos, nomeadamente o Afeganistão, a Índia e o Irão.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal 2007


Para todos os alunos do 12º H e suas famílias, os votos de um Feliz Natal e um bom Ano Novo de 2008

são os votos do professor de Geografia C
Eduardo Vales
PS: não resisto enviar-vos um link a um site que se chama "La grande crèche de nöel", com imagens animadas e com música de fundo alusivos ao Natal. Liguem o som do computador. Pode parecer um pouco infantil mas tem piada. Nunca devemos perder completamente a criança que há em todos nós.
Mais uma vez um Bom Natal e continuem a participar neste blogue em 2008.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O Tratado Reformador ou Tratado de Lisboa



Hoje, 13 de Dezembro de 2007 foi assinado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, o Tratado Reformador ou Tratado de Lisboa.




Os pontos-chave do Tratado de Lisboa

Novos cargos e mudanças nos modelos de decisão estão entre os aspectos mais relevantes
O novo tratado facilita a tomada de decisões e reforça a capacidade da acção externa da União Europeia.


Presidência do Conselho


O Conselho Europeu elege um presidente por maioria qualificada, por um mandato de dois anos e meio, renovável uma vez, sem poder executivo. Assim, as presidências rotativas da União Europeia terminam, mas mantêm-se ao nível de alguns conselhos de ministros.


O "ministro dos Negócios Estrangeiros europeu"


É criado o cargo de alto--representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, que funde os cargos do alto-representante para a Política Externa e do comissário para os Assuntos Externos. Concentra as vertentes intergovernamental e comunitária da acção externa (é um dos vice-presidentes da Comissão).


Decisões por maioria qualificada


A aprovação por maioria qualificada no Conselho exige uma maioria dos Estados (55 por cento, 15 Estados) e da população da União Europeia (pelo menos 65 por cento). Em cerca de 40 domínios a unanimidade deixa de ser necessária (como segurança energética ou ajuda humanitária de emergência). A unanimidade mantém-se necessária para políticas fiscal, externa, de defesa e de segurança social. Entrada em vigor em 2014. Até 2019, qualquer Estado pode pedira aplicação do sistema de Nice.


Minorias de bloqueio


Têm de reunir pelo menos 13 Estados--membros ou, em alternativa, 35,01 por cento da população (com um mínimo de quatro países). A cláusula de Ioannina, incluída numa declaração anexa ao tratado, permite que um pequeno número de Estados-membros possa ainda pedir que uma decisão seja examinada de novo.


Parlamento Europeu


A co-decisão passa a ser a regra, com algumas excepções. Passa a aprovar todas as despesas da UE. Confirma a escolha, feita pelo Conselho (por maioria qualificada) do presidente da Comissão.


Comissários


A partir de 2014 a Comissão terá um número de comissários europeus igual a dois terços do número de Estados-membros.


Parlamentos nacionais


Continuam a poder pronunciar-se sobre propostas legislativas, tendo oito semanas para as analisar quanto ao respeito pelo princípio de subsidiariedade. Se um número significativo declarar que desrespeita esse princípio, a Comissão tem de justificar a proposta legislativa, se a quiser manter.


Cooperações reforçadas


Os Estados-membros deixam de poder travar cooperações reforçadas [grupos de países que se associam para avançar mais depressa num determinado domínio da integração europeia; os países da zona euro são um exemplo de uma cooperação reforçada] de outros no domínio da política externa e de segurança comum. Grupos de cooperações reforçadas podem tomar decisões por maioria. É criada uma "cooperação estruturada permanente" no domínio da defesa para os países com mais capacidades militares.


Tribunal de Justiça


Passa a ter mais poder sobre políticas de justiça e assuntos internos, incluindo as de asilo e de imigração, com algumas excepções, como a Dinamarca e o Reino Unido.


Cidadãos europeus


Podem propor à Comissão Europeia uma dada iniciativa legislativa, precisando para tanto de reunir um milhão de assinaturas.


Personalidade jurídica


A União Europeia passa a ter uma personalidade jurídica.


M.J.G.




Faz um comentário crítico relativamente à importância do Tratado para a UE e para Portugal e às mudanças mais relevantes que são introduzidas pelo Tratado Reformador.


Se queres saber mais sobre o tratado, podes ler o texto integral em:


domingo, 9 de dezembro de 2007

A cimeira UE - África e as práticas de governação em África



Ter ou não sangue nas mãos não pode ser indiferente

08.12.2007, José Manuel Fernandes

Reza o que julgo ser um velha lenda angolana que Deus, depois de distribuir pela Terra as diferentes riquezas, ficou com uma mão-cheia delas que já não sabia onde colocar. Deixou-as então cair sobre Angola, generosamente.Contudo, apesar dos diamantes, do petróleo, do urânio, do ouro, dos fosfatos, do cobre e do ferro, Angola é um país cujo povo, apesar do rápido desenvolvimento económico dos últimos anos, continua a viver numa imensa pobreza. De acordo com o mais recente relatório do PNUD, fica em 162.º lugar entre 177 países classificados. Atrás do Ruanda. E da Eritreia. Ou de Timor-Leste. O rendimento per capita até é relativamente elevado (as riquezas são muitas, mas também estão muito mal divididas...), mas a esperança de vida é das mais baixas do mundo, assim como o nível de literacia. Porquê? Porque o regime de Luanda, apesar da formalidade do Parlamento, não é uma democracia, antes uma cleptocracia. Só isso explica, por exemplo, que, apesar da riqueza nacional per capita ser quase o dobro da de Moçambique, a esperança de vida seja inferior e a frequência escolar também inferior. É por isso, e por tudo o que fez ao longo das quase três décadas que leva como Presidente da Angola, que José Eduardo dos Santos, apesar de não dar tanto nas vistas como Robert Mugabe, pertence à mesma categoria de líderes africanos que são muito mais responsáveis pelas desgraças das nações que dirigem do que o pior dos antigos líderes coloniais. Ian Smith, o racista branco que proclamou a independência da Rodésia, hoje Zimbabwe, fez menos mal aos seus habitantes negros do que o racista negro que hoje se apega ao poder em Harare. Custa admiti-lo, porque Ian Smith representa o que de mais detestável existe em termos políticos, mas não há forma de fugir à verdade. O delírio de Mugabe nos últimos anos precipitou um dos raros países de sucesso da África subsariana num precipício antes inimaginável.Ora, estes dois líderes - José Eduardo dos Santos e Robert Mugabe - não são apenas amigos e aliados: são ao mesmo tempo uma amostra de como más lideranças, maus sistemas políticos e uma sede de poder cega pode destruir nações que tinham tudo para ser ricas e prósperas. E há muitos mais como eles em África, desde o tunisino Ben Ali, "reeleito" em 2004 com 94,5 por cento dos votos, ao sudanês Omar Hassan Ahmad al-Bashir, o campeão da ignomínia, que sobrevive no poder desde 1989 em boa parte graças às guerras que promoveu no Sul do país, contra a minoria cristã, e no Darfur. Passando pelo rei da Suazilândia, Mswati III, soberano de um país onde um terço da população depende da ajuda externa, mas que gasta milhões com as suas 13 mulheres, de quem tem 27 filhos, ou pelo "exótico" e meio senil Muammar Kadhafi, o "socialista" que se desloca de limousine de tenda em tenda e ora se apresenta como amigo do Ocidente, ora faz chantagem, como sucedeu recentemente com a condenação de um grupo de enfermeiras búlgaras. Podíamos multiplicar os exemplos, citando países como a República Democrática do Congo ou a Nigéria, a Guiné-Bissau ou a Serra Leoa, mas a verdade é que a esmagadora maioria dos líderes africanos que por estes dias estão em Lisboa não só tem as mãos sujas de sangue como dirige de forma autocrática os seus países. De acordo com a Freedom House, dos 53 países africanos apenas 11 podem ser considerados livres, enquanto 20 são considerados não-livres e os restantes apenas parcialmente livres, sendo que a maior parte deles vive uma situação instável.É ao olhar para esta situação, e para como as derivas autoritárias se têm traduzido, por regra, num quebra do nível de vida e dos índices de desencolvimento humano, que só uma cegueira teimosa pode continuar a considerar que todos os males do continente são culpa dos colonizadores, como ontem fez Kadhafi (esquecendo-se de que falava numa cidade que já foi uma colónia árabe...) e como tem vindo a fazer o PCP. É também por isso que, apesar da obsessão oficial de querer fazer do "caso Mugabe" um fait-divers sem interesse que não deve estragar a cimeira, é necessário repetir que nunca África se libertará da sua condição sem melhorar a qualidade e a transparência dos seus muitos governos. Até porque não vale a pena ser hipócritas e dizer, piedosamente, que quando há corruptos há corruptores. Essa verdade lapalassiana ignora aquilo que praticamente todos os empresários portugueses que trabalham em Angola, por exemplo, sabem: ou há dinheiro por fora, ou não há negócio.Era bom que isso fosse dito em voz alta na cimeira que hoje começa em Lisboa.

Fonte: Editorial do Jornal Público, 08/12/07, http://jornal.publico.clix.pt/
Comenta, criticamente, o conteúdo do editorial do jornal público de 8 de Dezembro.
Nota: Não te esqueças que um editorial não constitui uma notícia mas apenas um artigo de opinião de um responsável do jornal (neste caso do director).

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O fundamentalismo islâmico no Sudão


A iniciativa foi considerada “insultuosa para o profeta”

Professora britânica presa no Sudão por chamar Mohammed a um ursinho de peluche

26.11.2007 - 15h58 Reuters

Gillian Gibbons, uma professora inglesa de 54 anos radicada no Sudão, foi presa pelas autoridades sudanesas, sob acusação de ter deixado a sua turma do 2º ano baptizar um urso de peluche com o nome de Mohammed. Este exercício foi considerado “um insulto” ao profeta muçulmano e poderá valer a Gillian até três meses de prisão.Os colegas de Gillian Gibbons na Unity School dizem estar preocupados com a sua integridade física, tendo em conta que depois da sua detenção alguns activistas islâmicos se reuniram à porta da esquadra da polícia de Cartum, capital do Sudão. Estes professores dizem ainda que o erro de Gillian foi inocente, e que a votação do nome foi feita pelas crianças como parte de um projecto educativo.Robert Boulos, director da escola, explica que a professora seguia apenas um programa do currículo oficial britânico, relacionado com as diferentes espécies animais e os seus "habitats". Como o animal deste ano lectivo é o urso, a educadora pediu a uma das meninas do segundo ano que trouxesse o seu urso de peluche. Depois encorajou as crianças a darem-lhe um nome, para que posteriormente se escrevesse um diário sobre a interacção dos meninos com o brinquedo. O nome de Mohammed foi escolhido de entre oito possívies e votado por maioria (20 crianças em 23 votaram nessa opção). Boulos e respectivo corpo docente considera, por isso, que Gillian é inocente da acusação de blasfémia que agora enfrenta. A queixa foi fomentada por queixas formais vindas de pais muçulmanos.Uma das professoras, muçulmana e cuja filha frequentava a turma de Gibbons, referiu “não ter qualquer problema” com o nome, acrescentando que estava “apenas impressionada por Gillian ter conseguido que eles votassem”. Disse ainda que ela “nunca faria isso como um insulto” ao islamismo, opinião partilhada pelo director da escola.Gillian Gibbons enfrenta agora uma pena de até três meses de prisão, ao abrigo do artigo 125 da Constituição sudanesa, referente a blasfémias e insultos à fé e religião.Entretanto, a Unity School ficará fechada até Janeiro como medida preventiva. “Este é um assunto muito delicado, e estamos preocupados com a integridade física de Gillian”, foi a justificação dada por Boulos para esta medida.Os ministérios da Educação e da Justiça sudaneses revelaram-se indisponíveis para dar esclarecimentos sobre o caso.

Comenta o conteúdo da notícia, reflectindo sobre o fundamentalismo islâmico e a influência da religião islâmica nas leis do Sudão.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Portugal desce um lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Portugal desce uma posição.

Está em 29º lugar no índice de desenvolvimento humano


Portugal desceu uma posição no índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas, situando-se no 29º lugar, atrás de países como a Eslovénia, Grécia ou Singapura.
No relatório de Desenvolvimento Humano de 2007 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Portugal consegue 0,89 pontos num ranking que analisa dados relativos a 2005 em 177 países e regiões especiais.
A Islândia lidera com 0,96 pontos, num índice que visa avaliar o estado do desenvolvimento através da esperança média de vida, da alfabetização dos adultos e da escolarização, bem como indicadores de rendimento.
Entre os Estados-membros da União Europeia, Portugal ocupa a 17ª posição. Irlanda, Grécia, Eslovénia e Chipre estão à frente, para além dos países nórdicos e das potências europeias Espanha, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
Atrás de Portugal surgem a Polónia, a Húngria ou a Bulgária e países do resto do mundo como os Emirados Arabes Unidos, México, Rússia ou Brasil.
A taxa de escolarização bruta combinada dos ensinos primário, secundário e superior atinge os 89,8 por cento em Portugal, que viu aumentar de 92 por cento em 2004 para 93,8 por cento em 2005 a taxa de alfabetização de adultos.
A esperança de vida em Portugal situava-se em 2005 nos 77,7 anos e o valor do Produto Interno Bruto era de 20,4 dólares PPC (paridade poder de compra) per capita.
A Islândia, com 0,96 pontos, ultrapassou a Noruega, que foi número um no ranking nos últimos seis anos.

Fonte: http://jn.sapo.pt/2007/11/27/ultimas/Portugal_desce_uma_posi_o.html

Comenta o conteúdo da notícia, realçando os aspectos mais relevantes.

Distúrbios na periferia de Paris


Segunda noite de distúrbios na periferia de Paris
PHILIPPE DE POULPIQUET/epa


Distúrbios voltam aos subúrbios de Paris, dois anos depois. Pela segunda noite consecutiva registaram-se confrontos entre jovens e as forças de segurança, em Villiers-le-Bell, nos subúrbios de Paris, onde na véspera dois adolescentes morreram na sequência de um acidente envolvendo a sua moto e um carro policial. A Procuradoria francesa jé incumbiu a Inspecção-Geral da Polícia (IGPN) de realizar um inquérito por "homicídio involuntário e não assistência a pessoas em perigo". Os incidentes de ontem à noite ocorreram a cerca de 200 metros do local da colisão mortal e obrigaram a Polícia a usar balas de borracha e gás lacrimogénio para conter cerca de uma centana de jovens. Várias viaturas foram queimadas, incluindo um camião de recolha de lixo e um carro policial.Os acontecimentos das duas últimas noites trazem à memória a onda de violência de há dois anos, nos subúrbios da capital francesa. Na altura, centenas de pessoas ficaram feridas e mais de 10 mil veículos e 30 edifícios foram incendiados. A morte de dois jovens, no domingo à noite, esteve na origem dos distúrbios e logo nesse dia vários edifícios foram incendiados e polícias ficaram feridos. Durante seis horas de violência, grupos de jovens assaltaram ou incendiaram lojas, oficinas e postos policiais. No total, mais de 40 polícias e um bombeiro ficaram feridos durante os distúrbios e, pelo menos, 30 viaturas, duas garagens, dois postos policiais e várias lojas foram incendiadas. Os dois jovens, de 15 e 16 anos, que seguiam numa motorizada, morreram na sequência de uma colisão com um veículo da polícia, em circunstâncias ainda desconhecidas. Os polícias argumentam que o acidente foi motivado pela falta de cedência de prioridade pelos dois jovens num cruzamento, enquanto o veículo policial circulava "à velocidade regulamentar". Testemunhas afirmaram que os dois jovens, que acabariam por morrer, não usavam capacete de protecção. O irmão de uma das vítimas expressou, entretanto, a sua vontade de "que todos os polícias responsáveis (pelo acidente) sejam condenados". "Foi um acto de não assistência a pessoa em perigo", sublinhou, uma vez que, segundo ele, os polícias em causa "não permaneceram no local" após a colisão.
Comenta a notícia do JN, encontrando explicações para a conflitualidade social existente nos subúrbios de Paris.
A pedido da Soraia, reproduzo o segundo parágrafo do post do Ricardo ("American") relativo à actividade: "O que fazes tu pelo ambiente?"

"Sei que um país, do qual eu pessoalmente aprecio, é também um dos que contribui mais para o problema do Aquecimento Global. Esse país tem o nome de Estados Unidos da América. No entanto posso, por conhecimento próprio, afirmar que é também um dos países que mais rapidamente conseguiria solucionar grande parte deste problema em pouco tempo. Infelizmente as grandes multinacionais desse país (que possuem uma grande influência sobre o mesmo) impedem a concretização da solução para este grande problema."

Ricardo Caldas
A ideia é comentar o conteúdo deste parágrafo escrito pelo Ricardo.

sábado, 24 de novembro de 2007

O que fazes tu pelo ambiente?

Vais de autocarro para a Escola?

Compras alimentos biológicos?

Escreves na parte de trás das folhas já impressas ou fotocopiadas?

Fazes separação do lixo doméstico para reciclagem?


Diz, em mil caracteres, de que forma contribuis para a sustentabilidade do planeta.


Envia o teu trabalho para ecosfera@publico.pt


Os melhores trabalhos serão publicados pelo PÚBLICO durante a Cimeira de Bali (Indonésia)sobre Alterações Climáticas a realizar no próximo mês de Dezembro.


PS. Gostaria que também enviasses o teu trabalho para este blogue.

terça-feira, 20 de novembro de 2007



UE joga credibilidade no Kosovo



17.11.2007, Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas




Ninguém tem dúvidas: a União Europeia (UE) jogará a sua credibilidade na forma como gerir o cenário temido mas mais que provável de uma declaração unilateral de independência do Kosovo. Para os Vinte e Sete, esta é uma questão europeia, não só devido à localização geográfica e perspectiva de adesão à UE, mas, sobretudo, porque são os europeus que vão herdar das Nações Unidas a responsabilidade de gerir o futuro imediato. A UE tem aliás em preparação a maior operação civil de gestão de crises jamais organizada, para substituir a missão da ONU que administra a província desde os conflitos interétnicos de 1999.A grande preocupação dos europeus é tentar influenciar o calendário dos acontecimentos de modo a assegurar que o caminho para a independência do Kosovo se desenrole da forma mais suave possível, acomodando as susceptibilidades da Sérvia e evitando desestabilizar a região.Por agora, a posição oficial da UE é apoiar sem reservas as negociações entre sérvios e kosovares, mediadas pela troika (UE, Rússia, Estados Unidos). "Há um largo consenso para apoiar a troika e o representante europeu, Wolfgang Ischinger", explica a presidência portuguesa da UE. "Enquanto decorrem as negociações, há esperança", afirmou um embaixador europeu, frisando que "até 10 de Dezembro está fora de questão antecipar qualquer coisa". Mas, consciente de que a data limite das negociações está quase condenada a passar sem qualquer acordo, a UE prossegue discretamente os esforços para persuadir os kosovares a abandonarem a ideia de declarar unilateralmente a independência logo a seguir ao dia 10. Ao mesmo tempo, procuram convencer os Estados Unidos a adiar o reconhecimento da independência pelo menos até as Nações Unidas terem tempo para se pronunciar. Esta prudência destina-se a evitar hostilizar a Rússia, que, por se opor a este passo, poderá inviabilizar a aprovação de um mandato ou qualquer outra forma de apoio do Conselho de Segurança à missão civil da UE no Kosovo. Neste cenário os europeus terão grande dificuldade em avançar, quer devido à falta de legitimidade da missão, quer pelas divisões internas que um reconhecimento forçado da independência do Kosovo provocaria. Há reservas de, pelo menos, a Eslováquia, a Hungria, a Roménia, a Grécia, Chipre e, em menor grau, a Espanha, que se debatem com minorias ou movimentos separatistas. Os russos poderão ainda retaliar, reconhecendo unilateralmente a independência dos enclaves separatistas na Geórgia e na Moldávia, agravando o risco de desestabilização nas fronteiras da UE. "O Kosovo será um grande teste para a nossa política externa e de segurança comum", escreveram em Setembro os ministros dos Negócios Estrangeiros francês, Kouchner, e britânico, Milliband. Acrescentando: "Vamos ter de demonstrar que, apesar das nossas diferenças, e de eventuais dificuldades no Conselho de Segurança, estamos prontos a agir em bloco para assegurar a estabilidade do Kosovo e permitir à UE desempenhar o seu papel."

Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/

Depois de teres efectuado uma pequena pesquisa sobre a situação política vivida actualmente no Kosovo, elabora um comentário sobre o o conteúdo em sublinhado da notícia do Jornal Público.

Consulta vídeo do YouTube no site:

http://br.youtube.com/watch?v=2sJ74EXc7fM

quinta-feira, 15 de novembro de 2007



Rússia pondera instalar mísseis na Bielorrússia

15.11.2007, Dulce Furtado

Putin afirmou no passado dia 26 de Outubro que a situação do escudo antimíssil norte-americano na Europa de Leste tem semelhanças com a crise dos mísseis cubanos de 1960


A Rússia aumentou ontem o tom da ameaça nuclear que o Kremlin vem a abraçar desde o início do ano, sugerindo a possibilidade de instalar mísseis de médio alcance na Bielorrússia, ex-república soviética vizinha da Polónia, caso os Estados Unidos persistam no projecto de estender para a Europa Central partes do Sistema de Defesa Antimíssil norte-americano (MDI)."Por que não? É possível, se estiverem reunidas as condições adequadas e houver acordo da Bielorrússia", avaliou o comandante das Forças Armadas e Balísticas da Rússia, Vladimir Zaritski, citado pela Interfax, a propósito das declarações feitas na véspera pelo homólogo bielorrusso, Mikhail Puzikov. Este último revelara um plano para armar a Brigada Militar de Mísseis da Bielorrússia com o sistema russo de rockets Iskander. Já em Julho passado, aliás, o primeiro-ministro adjunto russo Serguei Ivanov sinalizara a intenção do país de colocar mísseis às portas da Europa, em Kaliningrado, enclave russo entre a Polónia e a Lituânia.Um porta-voz do Ministério da Defesa bielorrusso garantiu que não estão negociações em curso, mas confirmou que Minsk pretende comprar e incorporar o Iskander, com alcance até 400 quilómetros, em pelo menos uma brigada de mísseis até 2020.A Bielorrússia, que os Estados Unidos avaliam como sendo a "última ditadura da Europa", tem uma situação geopolítica importante. Está ensanduichada entre a Rússia, parceira num tratado de cooperação militar assinado em 1999, e uma série de países membros ou com aspirações a pertencer à NATO. Há uma semana, aliás, Moscovo quebrou com esta organização o tratado das Forças Convencionais na Europa (CFE), pacto que o Kremlin considera "obsoleto" e alega estar a ser usado pelos Estados Unidos e pela Aliança do Atlântico Norte para "minar os interesses de defesa" da Federação Russa."Todas as acções provocam inevitavelmente uma reacção. É justamente esse o caso da expansão de elementos da defesa aérea dos Estados Unidos para a República Checa e para a Polónia", afirmou o chefe do arsenal de mísseis e artilharia russo. Reiterou ainda a firme oposição que Moscovo tem feito ao plano de Washington, anunciado em Janeiro passado, de estender para a Europa Central partes do sistema de defesa antimíssil.Os Estados Unidos querem instalar dez mísseis interceptores na Polónia e um radar na República Checa - sem que estes países tenham manifestado desacordo - com a argumentação de que se destinam a integrar um escudo de defesa para a Europa, em caso de ataques nucleares dos "Estados párias" Irão e Coreia do Norte. A Rússia pode vender à Bielorrússia mísseis Iskander, cujo alcance pode ir até 400 quilómetros.




Elabora um comentário ao conteúdo da notícia do jornal Público.

sábado, 3 de novembro de 2007

Histórias de terror num desenho feito por uma criança



Desenhos de crianças do Darfur servem de prova no TPI



03.11.2007, Ana Dias Cordeiro


Nas imagens vêem-se casas em chamas, aviões a bombardear aldeias, homens armados a atirar contra pessoas indefesas e em fuga.
São desenhos de crianças e praticamente os únicos registos em imagem da violência a que estiveram submetidas, nos últimos quatro anos, as populações do Darfur, no Sudão. A inocência das cores e dos traços finos contrasta com a brutalidade dos acontecimentos presenciados por crianças dos cinco aos 18 anos, antes de fugirem das suas aldeias no Darfur, e hoje a viver em campos de refugiados no Chade. Agora, além de quase únicos, estes registos são preciosos no caminho traçado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia para julgar os responsáveis pelas atrocidades cometidas na província ocidental sudanesa do Darfur, em guerra desde 2003. O tribunal internacional, que indiciou, em Fevereiro, um ministro sudanês e um líder de uma milícia pró-governamental janjawid por cumplicidade em crimes de guerra e contra a humanidade, confirmou que aceita os desenhos das crianças como elementos de prova nos julgamentos em Haia desses dois suspeitos e em julgamentos de eventuais futuros suspeitos nas investigações que prosseguem no TPI.Quando o procurador do TPI tornou pública essa acusação do ministro e do líder da milícia pró-governamental, um outro membro do Governo sudanês, o ministro da Justiça, disse que as acusações tinham por base "mentiras". Estes desenhos - também já mostrados em exposições em Londres, e com exposições previstas para Itália, em Dezembro, e Praga, em Janeiro, além de outras cidades - dificilmente mentem, disse ao PÚBLICO Louise Roland-Gosselin, directora da organização não-governamental (ONG) Waging Peace, na origem da iniciativa, que começou com uma missão da investigadora Anna Schmitt desta ONG nos campos de refugiados do Darfur e deslocados no Chade, em Junho e Julho. Prova contextual, Anna Schmitt começou por conversar com as mães, que lhe disseram que, se desejava informações, deveria ouvir as crianças. Passou três semanas nas escolas improvisadas nos campos. Quando pediu às crianças para descreverem os acontecimentos que as tinham levado a fugir das suas aldeias, estas responderam com desenhos e histórias à volta do que desenhavam: um avião com a bandeira nacional do Sudão, um helicóptero com a marca da aviação militar ou homens armados montados a cavalo e vestidos com uniformes das milícias janjawid, pró-governamentais, casas incendiadas, mulheres, homens e crianças expulsos das aldeias, à força, atirados ao fogo ou mortos à queima-roupa. Para Louise Roland-Gosselin, o reconhecimento dos desenhos como prova contextual (para descrever a situação) e não primária (porque isso obrigaria à presença das crianças no tribunal), é "extremamente importante". "Através dos desenhos, é possível mostrar os crimes que ocorrem no Darfur, que estes são contra civis, e perpetrados por milícias e também por elementos das Forças Armadas da Sudão", diz. "Além disso", acrescenta, "os desenhos dizem algo às pessoas". Imagens implicam GovernoEnquanto se mantém o conflito no Darfur, com os seus mais de 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados, enquanto a guerra não se resolve no plano das negociações nem se estanca a violência com o envio de uma força de paz internacional, poderão pequenos sinais como este, dado pelo TPI, fazer a diferença? "Muito vai depender da pressão que os países ocidentais e a ONU estiverem dispostos a fazer sobre o Sudão", refere a directora da Waging Peace. "Pressão" para prender os dois suspeitos a julgar em Haia, o que ainda não aconteceu. Para Louise Roland-Gosselin, as imagens contradizem a versão governamental dos acontecimentos. E provam a implicação directa das forças sudanesas. Em resumo: vão ao encontro daquilo que são já algumas provas existentes no TPI, resultado de dois anos de investigações. Depois da acusação do ministro dos Assuntos Humanitários e do chefe das milícias, em Fevereiro, a investigação dos crimes de guerra no Darfur continua. Mandados de captura foram lançados contra estes dois suspeitos. E enquanto se aguardam desenvolvimentos, a guerra, como pretexto para assassínios e expulsões forçadas, continua.
Ainda sem tropas, missão conjunta da ONU e da União Africana já tem quartel-general
03.11.2007
A missão híbrida que a União Africana (UA) e as Nações Unidas estão a procurar constituir no Darfur (Unamid), para substituir a malograda missão exclusiva dos países africanos, já colocou em funcionamento a sua base operacional na cidade de Al-Fashir, no Norte daquele território sudanês. Se acaso a Unamid, criada pelo Conselho de Segurança da ONU em Julho, viesse a totalizar os 19.555 militares e 6432 polícias que estão previstos, seria uma das maiores missões pacificadoras jamais concretizadas pelas Nações Unidas. E ir-se-ia juntar à força de 18.800 capacetes azuis que está a fiscalizar a aplicação do acordo estabelecido em 2001 para o Sul do Sudão.
Depois de fazeres uma pequena pesquisa sobre o conflito de Darfur, no Sudão, faz um comentário relativo à situação descrita nas duas notícias.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O relacionamento UE - África na era da globalização



Reunião das "troikas" da UE e da União Africana

Europa tem o dever de mudar o relacionamento com África, diz Luís Amado

Daniel Rocha/PÚBLICO (arquivo)

31.10.2007 - 13h12 Lusa

O presidente do Conselho de Ministros da União Europeia (UE) defendeu hoje em Acra que a Europa "tem o dever de contribuir" para uma mudança, para melhor, das relações com África, numa altura em que a globalização assim o exige.
Falando na sessão de abertura da reunião das "troikas" da UE e da União Africana (UA), que decorre em Acra, capital do Gana, país que ocupa a presidência da organização africana, o também chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, adiantou que se vive actualmente no mundo um momento "especial"."Vive-se um momento muito especial, um momento de transição, em que importa mudar o relacionamento da UE com África. Com a globalização, as relações têm de ser diferentes e nós, Europa, temos o dever de contribuir para isso", afirmou Luís Amado.O ministro dos Negócios Estrangeiros português, que co-presidiu à sessão de abertura com o seu homólogo ganês, Hon Akwasi Osei-Adjei, sustentou que essas mudanças são já visíveis no relacionamento dos Vinte e Sete com outras regiões do mundo, exemplificando os já existentes com os Estados Unidos e a China."É com esse objectivo que foram feitos os dois documentos hoje aqui em discussão" (Parceria Estratégica UE/África e Plano de Acção), acrescentou Luís Amado, que saudou o "forte empenhamento" das duas partes na elaboração dos projectos.Os dois documentos deverão ser aprovados hoje em Acra na reunião que se seguiu à sessão de abertura do encontro, que decorre agora à porta fechada, e que serão, depois, remetidos para os trabalhos da II Cimeira Europa/África, a 8 e 9 de Dezembro próximo, em Lisboa.Luís Amado salientou ainda o facto de a reunião da "troika" se realizar no Gana, país que celebra este ano o cinquentenário da sua independência, o mesmo aniversário que a UE completa também ao longo de 2007.Também na sessão de abertura, o chefe da diplomacia ganesa, na qualidade de presidente do Conselho de Ministros da UA, destacou a "qualidade do trabalho" feito pela presidência portuguesa dos "27" na preparação da cimeira de Lisboa."É grande a qualidade do trabalho feito até agora na preparação da cimeira. Os dois documentos em discussão constituem um trabalho de grande qualidade. Espero que saiam daqui aprovados", sublinhou.Sobre a cimeira de Lisboa, Osei-Adjei frisou que Portugal não pode deixar de a concretizar, uma vez que se trata de um acontecimento "muito importante para as relações entre os dois continentes".Cerca das 14h00 locais (mesma hora em Lisboa), os dois co-presidentes da reunião das "troikas" darão uma conferência de imprensa conjunta, já depois da reunião.Em termos globais, disse à Lusa fonte ligada às negociações dos documentos, a nova Parceria Estratégica contempla três níveis: as relações intercontinentais (global UE/África), regionais (com organizações sub-regionais) e entre os "27" e cada um dos Estados africanos (bilateral).Segundos os termos previstos, caberá à Comissão da União Africana, composta por um presidente, um vice-presidente e oito comissários, acompanhar a aplicação do Plano de Acção.A fonte destacou também o empenho da Comissão de Redacção dos dois documentos, composto por cinco elementos de cada uma das organizações, que deram início aos trabalhos no começo da presidência alemã da UE, mas que sofreram um "forte impulso" quando Portugal, em Julho deste ano, substitui a Alemanha.Além das reuniões bilaterais, esta comissão pretendeu alargar o debate à sociedade civil, mantendo encontros com representantes de organizações não governamentais, com as quais discutiu as necessidades das populações, informação tida em conta na elaboração dos documentos. Na reunião das "troikas" participam também, do lado europeu, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, João Gomes Cravinho, e o director do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia, Mitja Drobnic.Integram ainda a delegação europeia o director-geral para o Desenvolvimento e Relações com os países da África, Caraíbas e Pacífico (ACP), em representação da Comissão Europeia (CE), Stefano Manservisi, e o chefe da "task-force" para África, em representação do secretariado do Conselho da UE, Koen Varvaeke.Do lado africano, e além de Osei-Adjei, participam a ministra do Comércio do Congo, em representação do chefe da diplomacia congolesa, Adelaide Mondele Ngollo, e os comissários da UA para os Assuntos Económicos, Maxwell Mkwezalamba, e para a Paz e Segurança, Said Djinnit.

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1309341


Elabora um comentário à notícia do Público, realçando o conteúdo da afirmação do Ministro de Negócios Estrangeiros português, que se encontra em negrito.