domingo, 23 de março de 2008


Tibete: Recusa de diálogo justifica "medidas de boicote" aos Jogos Olímpicos, diz Presidente do Parlamento Europeu
Entrevista do Presidente do Parlamento Europeu a jornal alemão

O presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Pöttering, defendeu hoje "medidas de boicote" aos Jogos Olímpicos de Pequim caso a China continue a recusar dialogar com o líder espiritual tibetano Dalai Lama."Pequim tem de se decidir. É preciso entrar em conversações imediatamente com o Dalai Lama, mas se não houver nenhum sinal de comunicação, eu considero que as medidas de boicote [dos Jogos Olímpicos] serão justificadas", referiu Pöttering numa entrevista a um jornal alemão. De acordo com a agência France Press (AFP), que cita o jornal "Bild am Sonntag", o presidente do Parlamento Europeu salientou que também ele quer que os jogos aconteçam entre 8 e 24 de Agosto, conforme programado, "mas nunca ao preço do genocídio cultural dos tibetanos". Pöttering apela assim aos países da União Europeia a falar "a uma só voz" em matéria de defesa dos Direitos Humanos no Tibete. "A China é um parceiro importante da Europa, por exemplo na protecção do clima. O diálogo e a cooperação devem assim ser recíprocos. No entanto, o povo tibetano não deve ser sacrificado. Perderíamos o nosso amor-próprio", considerou.
Deve haver boicote aos Jogos Olímpicos de Berlim por parte dos países ocidentais, caso a China não dialogue com o líder espiritual tibetano Dalai Lama?
P.S. : Em complemento a este "post", sugiro que participem no inquérito sobre esta mesma situação que consta na barra do lado direito deste blogue.

3 comentários:

Soraia disse...

Bem, como deixei bem claro na aula de Geografia de hoje (01.04.08), considero que devem ser boicotados os Jogos Olímpicos de Pequim, se a China mantiver a sua posição arrogante e repressiva.

Penso que o desporto e o trabalho árduo de preparação dos atletas para esta competição não tem qualquer relevância, quando o que está em causa é o desrespeito pelos direitos humanos.

A China pode ser uma potência económica, mas está ainda muito longe daquilo que se considera um país desenvolvido.
É uma vergonha que um país como a China, continue em pleno século XXI, a utilizar a força como forma de impôr as suas vontades.

Acho mais que justo que os Jogos Olímpicos de Pequim sejam boicotados, porque esta situação é um atentado aos direitos humanos.

Num caso como este, o desporto é o menos importante. Espero sinceramente que esta situação se resolva pelo melhor e que a China aceite, pelo menos, dialogar com Dalai Lama.Caso isso não aconteça, o próximo passo, deverá ser, na minha opinião, o boicote aos Jogos Olímpicos. Tenho dito.

Que a justiça seja feita.

Vasco PS disse...

Bem, venho já um pouco tarde para comentar esta notícia. No entanto, deixo aqui a minha opinião. Numa situação como esta com a qual nos deparamos, a comunidade internacional não pode deixar a China passar impune, como quase sempre. Se se proíbem determinadas exportações como forma de punir alguns países que prevaricam em questões de Dtos. Humanos, não é assim tão absurdo mostrar o descontentamento dos cidadãos em todo mundo, muito especialmente na Europa, através de um boicote aos Jogos Olímpicos.

Evidentemente, não podemos esquecer dois pontos. Primeiro, o próprio papel dos Jogos Olímpicos numa tentativa de pacificação e diálogo entre todos os povos, por outro, o papel da China enquanto potência emergente, principal destino de IDE em todo o mundo, país mais populoso e, como é obvio, membro do Conselho de Segurança da ONU. Tal como referiu, não há muito tempo, o próprio Dalai Lama, a China, país de história imensa e de milhões de habitantes merece organizar o maior evento desportivo à escala planetária. Concordo, ainda assim, com o que disse a minha colega Soraia. Em questões em que o respeito pelos Dtos. Humanos está em causa, os atletas são o menos. Entendo e compreendo o esforço que fazem para atingir os seus objectivos. Mas pergunto a mim mesmo se eles próprios, atletas, se sentem verdadeiramente vitoriosos ao participar e ganhar medalhas num país onde se desrespeitam as minorias étnicas, se anexam e desprezam outros povos e, até, o próprio povo daquele país, que terá passado por provações desumanas para cumprir a realização deste evento. Se assim for, os Jogos Olímpicos perdem o seu significado e não deverão ser realizados.

Paulo disse...

O Vasco e a Soraia já resumiram bem aquilo que representa a possibilidade de boicote dos Jogos Olímpicos, mas também gostava de deixar aqui a minha breve opinião sobre o assunto, que corresponde com a dos meus amigos.

De facto, penso que um país como a China, que tem cada vez mais importância a nível global, ou qualquer outro país, não pode oprimir um povo da maneira que tem feito nas últimas décadas, e deve ser punida por isso, principalmente porque insiste em não ouvir os apelos exteriores que pedem moderação no Tibete. Penso que esta situação já passou dos limites, e nesse sentido devem ser tomadas medidas drásticas, como o boicote das provas olímpicas, porque de outra forma, dificilmente se conseguirá convencer Pequim de que o que está a fazer no Tibete vai contra todas as ideias de liberdade e respeito dos Direitos Humanos.
Deste modo, sou totalmente a favor desta medida, porque considero que os direitos de um povo estão acima de uma simples medalha de ouro.

Além disso, gostaria de mencionar aqui o facto de que algumas provas de longa duração correm o risco de ser anuladas, pela elevada poluição que envolve a capital da China, Pequim. Penso que seria a primeira vez a acontecer algo do género e só vem provar que de facto vamos de mal a pior.