sábado, 14 de janeiro de 2012

Por que razão os alunos do Leste Europeu têm bom desempenho escolar?

Por que razão os alunos do Leste Europeu têm bom desempenho escolar?

Porque será que o insucesso escolar entre os alunos dos países do Leste Europeu a residirem em Portugal é residual?

Para responder a esta pergunta, transcrevo esta conversa publicada no http://www.profblog.org/2009/02/licoes-da-moldavia.html,   em 13 de Fevereiro de 2009:


Fui, esta tarde, à reprografia da escola e encontrei uma funcionária nova.

Perguntei: "É brasileira?"

Ela respondeu: "sou moldava".

"E onde é que aprendeu a falar tão bem o português?"

Ela: "Eu? Sozinha!"

"Tem filhos?"

"Dois. Estão na escola".

"Gosta da escola portuguesa?", perguntei.

"Muito diferente da Moldávia. Em Portugal não há respeito pelos professores e a escola ensina pouco. Nada exigente", respondeu.

"Por que razão os alunos do Leste têm tão bons resultados?", perguntei.

"Muito trabalho em casa. Duas horas por dia de estudo. É pena aqui os professores não passarem trabalhos para casa. Alunos portugueses não respeitam os professores. Os nossos respeitam. Damos valor à escola", acrescentou.

Tudo isto dá muito que pensar, não é verdade?

É verdade que os resultados dos alunos dependem muito da competência profissional e humana dos seus professores, do ambiente e organização das escolas e do nível socio-cultural e económico das famílias. Todavia, não podemos ignorar a quota parte de responsabilidade dos alunos e por que não das próprias famílias.

Como diria alguém num mail que recebi há algum tempo," podem forrar de mármore as paredes das escolas, cobrir as secretárias com computadores da última geração e colocar professores de apoio em todas as salas de aula. Se estas 5 variáveis não estiverem presentes, os alunos não aprendem.

O problema do mau desempenho dos alunos portugueses - um facto sempre confirmado pelos resultados do PISA - tem uma razão e apenas uma razão: falta de gosto pelo trabalho, desprezo pelo esforço, falta de responsabilidade e de respeito e expectativas baixas. Enquanto estas variáveis não forem introduzidas nas mentes dos pais e dos alunos, não há metodologia, recursos materiais e professores capazes de resolver o problema".

Em contrapartida, e apesar de se encontrarem num país estranho, com uma outra língua e até com um alfabeto diferente, é muito frequente que os alunos do Leste Europeu a residirem em Portugal tenham boas notas, sendo até, por vezes, os melhores alunos das suas turmas. Talvez porque as suas famílias continuem a educá-los com valores como o trabalho, esforço, responsabilidade, respeito e expectativas, situação que, infelizmente, já não acontece em muitos lares portugueses.

Sem comentários: