Troy Davis, de 42 anos, que se encontrava no corredor da morte desde 1991 (há vinte anos!!!), foi executado por injecção letal na prisão do Estado da Geórgia em Jackson, no dia 21 de Setembro, apesar das sérias dúvidas em torno da sua condenação. Transcrevo de seguida um excerto de uma notícia do Expresso on Line.
No mesmo dia, o Irão enforcou publicamente um jovem de 17 anos condenado pelo homicídio de um popular atleta, apesar das proibições internacionais sobre a execução de adolescentes, enquanto a China executou um paquistanês condenado por tráfico de drogas apesar dos crimes de droga não se incluírem nos crimes "mais graves" do direito internacional.
Troy Davis foi condenado à morte em 1991 pelo homicídio do polícia Mark Allen Macphail em Savannah, no estado da Geórgia. O caso contra Troy Davis baseou-se principalmente em declarações de testemunhas.Desde o seu julgamento em 1991, sete das nove testemunhas chave retiraram ou alteraram o seu testemunho, algumas alegando coerção policial.
O adolescente iraniano Alireza Molla-Soltani foi enforcado na manhã de 21 de Setembro diante de uma multidão na cidade de Karaj. Foi condenado à morte no mês anterior por apunhalar Ruhollah Dadashi, um popular atleta, durante uma disputa na sequência de um acidente de viação a 17 de Julho. O jovem de 17 anos disse que entrou em pânico e apunhalou Ruhollah Dadashi em legítima defesa depois do atleta o atacar num local escuro, de acordo com os relatos dos media locais.
Zahid Husain Shah, detido em 2008 por tráfico de drogas, foi executado na China por injecção letal no dia 21 de Setembro.
No mesmo dia, Lawrence Brewer foi também executado em Huntsville, no Texas. Foi condenado à morte pelo seu papel no homicídio de James Byrd Jr., em Junho de 1998.
Fonte: http://aeiou.expresso.pt/eua-executaram-troy-davis=f675672 (adaptado)
O dia 21 de Setembro de 2011 foi, na minha opinião, mais um dia negro para a humanidade e para a luta pelos Direitos Humanos. Sou claramente contra a pena de morte em todos os casos, sem excepção. Um Estado ao permitir nas suas leis a pena de morte está a violar o artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos do Homem: Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém, nem o Estado, tem o direito de tirar a vida a alguém mesmo que este tenha também morto alguém. Na minha opinião, seria preferível aplicar a pena de prisão perpétua e não a pena de morte. Convém lembrar que em muitos casos, ocorrem erros judiciários (inocentes condenados à morte) que serão fatalmente irreversíveis, como já aconteceu diversas vezes no passado .
O caso de Troy Davis, a mais mediática das execuções do passado dia 21, deixa muitas dúvidas. Pelo que conta a comunicação social, Troy Davis devia ter tido a oportunidade de voltar a ser submetido a um novo julgamento.
Uma potência como os EUA devia envergonhar-se de permitir que a pena de morte continue a ser aplicada em diversos Estados. A pena de morte foi abolida para todos os crimes em quase todos os países da Europa e da Oceania. Na América do Norte, foi abolida no Canadá e no México e em algumas zonas dos Estados Unidos. Na América do Sul, o Chile e o Perú ainda mantém a pena de morte para alguns crimes, mas estes estão completamente fora da realidade do quotidiano dos cidadãos, como, por exemplo, traição em tempos de guerra. Trinta e seis estados dos Estados Unidos, a Guatemala e a maior parte do Caribe, da Ásia (como na China) e da África ainda mantêm a pena de morte para crimes comuns. Em alguns países apesar de legalmente manterem a pena de morte já não executam ninguém há bastante tempo.
2 comentários:
Este é um caso triste que mostra que as coisas más não acontecem só em Portugal, mas existem casos chocantes até nas maiores potências mundiais. Relativamente à pena de morte, devido aos meus principios penso que é completamente errada, pois nenhum ser humano imperfeito que é, com todas as suas falhas tem o direito de se julgar "superior" ao ponto de matar outro ser humano por uma falha sua, por maior que seja. Devem sim, ser severamente punidos com a prisão perpétua, e ter um árduo trabalho dentro da prisão, de forma a não terem vida facilitada.
Aproveito também para mostrar o meu descontentamento pelo facto de a pena máxima em Portugal ser "só" 25 anos , e digo isto por uma notícia que nao pode deixar ninguém indiferente: O violador de telheiras. Este "senhor" cometeu 71 crimes sobre 16 pessoas, uma boa parte delas menores de idade, foi condenado a mais de 100 anos de prisão mas viu ser reduzida a sua pena a 25 anos pelo facto de esta ser a pena máxima. É , na minha opinião, uma triste noticia porque este homem fez outras pessoas viverem um verdadeiro inferno, e quem sabe daqui a 25 anos estará cá fora, quem sabe, para se "vingar" ..
Rui Sousa, 20, 12J
Concordo plenamente com o Rui, acho que nenhum ser humano tem o direito a tirar a vida a outro. Aliás acho que isso até é um "bom" castigo, porque enquanto se forem condenados eles vão sofrer dentro da cadeia e se forem condenados à morte a pena deles acabará ali. Porém continuo a achar que nenhum mas mesmo nenhum ser humano tem direito a matar outro.
É verdade que as coisas más não acontecem só no nosso país, mas como vimos nas nossas aulas a globalização abriu as portas aos crimes internacionais e também a forma como, não digo o país, mas o mundo (que parece virado do avesso) está, só se ouve a palavra "CRISE" repetidamente, tudo isto leva a mais violência, a mais assaltos e a tudo que isso envolve. Claro que isto não é justificação para os actos criminosos, mas influência muito.
Concordo também com o facto do descontentamento dele acerca da pena máxima em Portugal, acho que muitos como por exemplo o "violador de telheiras" ou o "rei dos gnomos" que contam os dias para se "vingarem". É uma vergonha não sermos protegidos e peço desculpa pelo termo destes ANIMAIS que estão na nossa sociedade.
Enviar um comentário