08.12.2007, José Manuel Fernandes
Reza o que julgo ser um velha lenda angolana que Deus, depois de distribuir pela Terra as diferentes riquezas, ficou com uma mão-cheia delas que já não sabia onde colocar. Deixou-as então cair sobre Angola, generosamente.Contudo, apesar dos diamantes, do petróleo, do urânio, do ouro, dos fosfatos, do cobre e do ferro, Angola é um país cujo povo, apesar do rápido desenvolvimento económico dos últimos anos, continua a viver numa imensa pobreza. De acordo com o mais recente relatório do PNUD, fica em 162.º lugar entre 177 países classificados. Atrás do Ruanda. E da Eritreia. Ou de Timor-Leste. O rendimento per capita até é relativamente elevado (as riquezas são muitas, mas também estão muito mal divididas...), mas a esperança de vida é das mais baixas do mundo, assim como o nível de literacia. Porquê? Porque o regime de Luanda, apesar da formalidade do Parlamento, não é uma democracia, antes uma cleptocracia. Só isso explica, por exemplo, que, apesar da riqueza nacional per capita ser quase o dobro da de Moçambique, a esperança de vida seja inferior e a frequência escolar também inferior. É por isso, e por tudo o que fez ao longo das quase três décadas que leva como Presidente da Angola, que José Eduardo dos Santos, apesar de não dar tanto nas vistas como Robert Mugabe, pertence à mesma categoria de líderes africanos que são muito mais responsáveis pelas desgraças das nações que dirigem do que o pior dos antigos líderes coloniais. Ian Smith, o racista branco que proclamou a independência da Rodésia, hoje Zimbabwe, fez menos mal aos seus habitantes negros do que o racista negro que hoje se apega ao poder em Harare. Custa admiti-lo, porque Ian Smith representa o que de mais detestável existe em termos políticos, mas não há forma de fugir à verdade. O delírio de Mugabe nos últimos anos precipitou um dos raros países de sucesso da África subsariana num precipício antes inimaginável.Ora, estes dois líderes - José Eduardo dos Santos e Robert Mugabe - não são apenas amigos e aliados: são ao mesmo tempo uma amostra de como más lideranças, maus sistemas políticos e uma sede de poder cega pode destruir nações que tinham tudo para ser ricas e prósperas. E há muitos mais como eles em África, desde o tunisino Ben Ali, "reeleito" em 2004 com 94,5 por cento dos votos, ao sudanês Omar Hassan Ahmad al-Bashir, o campeão da ignomínia, que sobrevive no poder desde 1989 em boa parte graças às guerras que promoveu no Sul do país, contra a minoria cristã, e no Darfur. Passando pelo rei da Suazilândia, Mswati III, soberano de um país onde um terço da população depende da ajuda externa, mas que gasta milhões com as suas 13 mulheres, de quem tem 27 filhos, ou pelo "exótico" e meio senil Muammar Kadhafi, o "socialista" que se desloca de limousine de tenda em tenda e ora se apresenta como amigo do Ocidente, ora faz chantagem, como sucedeu recentemente com a condenação de um grupo de enfermeiras búlgaras. Podíamos multiplicar os exemplos, citando países como a República Democrática do Congo ou a Nigéria, a Guiné-Bissau ou a Serra Leoa, mas a verdade é que a esmagadora maioria dos líderes africanos que por estes dias estão em Lisboa não só tem as mãos sujas de sangue como dirige de forma autocrática os seus países. De acordo com a Freedom House, dos 53 países africanos apenas 11 podem ser considerados livres, enquanto 20 são considerados não-livres e os restantes apenas parcialmente livres, sendo que a maior parte deles vive uma situação instável.É ao olhar para esta situação, e para como as derivas autoritárias se têm traduzido, por regra, num quebra do nível de vida e dos índices de desencolvimento humano, que só uma cegueira teimosa pode continuar a considerar que todos os males do continente são culpa dos colonizadores, como ontem fez Kadhafi (esquecendo-se de que falava numa cidade que já foi uma colónia árabe...) e como tem vindo a fazer o PCP. É também por isso que, apesar da obsessão oficial de querer fazer do "caso Mugabe" um fait-divers sem interesse que não deve estragar a cimeira, é necessário repetir que nunca África se libertará da sua condição sem melhorar a qualidade e a transparência dos seus muitos governos. Até porque não vale a pena ser hipócritas e dizer, piedosamente, que quando há corruptos há corruptores. Essa verdade lapalassiana ignora aquilo que praticamente todos os empresários portugueses que trabalham em Angola, por exemplo, sabem: ou há dinheiro por fora, ou não há negócio.Era bom que isso fosse dito em voz alta na cimeira que hoje começa em Lisboa.
Fonte: Editorial do Jornal Público, 08/12/07, http://jornal.publico.clix.pt/
Comenta, criticamente, o conteúdo do editorial do jornal público de 8 de Dezembro.
Nota: Não te esqueças que um editorial não constitui uma notícia mas apenas um artigo de opinião de um responsável do jornal (neste caso do director).
5 comentários:
Começarei então pela primeira parte....
De facto quando se trata de falar dos países africanos pensámos imediatamente em que? Pensamos precisamente num mundo de contrastes bem vincados e demarcados por magnatas riquíssimos e por pessoas sem acesso ás necessidades básicas, tudo devido á apropriação dos políticos desses países ao dinheiro “comum” digamos assim.
A cimeira EU- África tem uma importância bem visível visto tratar de assuntos bem sensíveis e complexos e que necessitam de uma resolução brevemente.
Temos o exemplo de Angola que foi como que bafejada pela boa sorte de ter algumas das matérias primas de mais valor mas que todos os proveitos retirados dessas exploração não são utilizados para uma progressiva evolução interna do país mas sim para gastos indecentes e para proveito próprio dos governantes.
Vemos então uma situação deveras electrizante que faz tremer o mundo. Daí então a importância da cimeira realizada e a realizar.
Para acabar, deixo aqui uma opinião. Penso que, esta situação vai ter um fim muito breve mas que não irá ser o melhor...É tarde demais para se solucionar problemas provenientes no percurso realizado pelo tempo...
Pena que se viva agarrado ao passado e não se lute pelo futuro...pena que os instintos humanos não sejam os da igualdade e da busca comum de felicidade e riqueza , mas de individualismo e ganância.
Ps: Não consigo entrar no site do professor ( http://eduardolealvales.googlepages.com?sera este?)
Diogo Silva Nº 7 12ªH
África, tuas mãos.
"Prelúdio"
(...)
Quando o descobridor chegou
e saltou da proa do escaler varado na praia
enterrando
o pé direito na areia molhada
e se persignou
receoso ainda e surpreso
pensando n’El-Rei
nessa hora então
nessa hora inicial
começou a cumprir-se
este destino ainda de todos nós.
Jorge Barbosa (Cabo Verde)
Tanto está dito e escrito sobre África. Abramos uma nova página na sua história, voltemos ao primordial canto das suas aves, ao avanço das suas culturas antecessoras, ao som da areia-relógio que começou a contar o tempo para nós, homens. Quando penso em África, tento esquecer-me do mal que vai nesse maravilhoso continente. Penso, primeiramente, naquela terra, na sua beleza e encanto. Desço lentamente o Nilo numa falua com vela de linho, e absorvo o saber dos povos antigos, da fertilidade do seu conhecer. O meu olhar perde-se, ao largo, no Deserto do Sara, no meio das suas ondas de areia e dunas em movimento. Mais adiante, mato a minha sede no Vale do Grande Rift e subo acima das nuvens nos picos do Quilimanjaro. Sigo, então, até ao mundo perdido do Ruwenzori, ilha de frescura que se ergue numa planície de calor. Deixo-me levar pelo vento, que sobe em círculos, anunciando a tempestade no Cabo.
África é um mundo de sensações para qualquer ser humano, pois encontramos lá lugares de extremo encanto. Quando se criou o mundo, espalharam-se mil riquezas sobre estas terras, das quais brotou a Humanidade. No entanto, a civilização perdeu-se nas areias do tempo. Depois de chegarem os europeus, tudo mudou, África tornou-se noutro lugar, mas continuou sempre a encantar.
Os tempos mudaram, já não podemos responsabilizar os europeus pela falta de civilização que se vive nos países africanos. O colonialismo na sua forma primária terminou há muitos anos. O mal que foi feito, foi feito. E as tentativas de esse mal prosperar, nos nossos dias, dependem muito da aceitação que os próprios africanos fazem perante o domínio das grandes empresas exploradoras, vindas de além-mar. Na verdade, e para ser justo, tenho consciência que não são decisões dos africanos, mas dos seus líderes...mas os políticos não são o reflexo do seu povo?
A falta de instrução acaba por ser uma vantagem para quem está no poder e por lá se quer manter. Não se querem ouvir vozes contrárias, contestatárias, defensoras de mudança. Com o fim do colonialismo europeu, África ficou entregue a elites usurpadoras, em todos os países já referidos. A democracia é uma mera ilusão para muitos povos africanos, que não lutaram por ela. Quiseram liberdade. Quiseram governar os seus países. E deixaram que outros governassem os países, como bem entendem. Democracia não rima com África, ditadura sim, mais provavelmente.
Há muitos homens e mulheres que lutaram e lutam para a pacificação deste continente, para uma mudança social, política, económica. Têm sido em vão as suas lutas, porque os próprios africanos não conseguem admitir o próprio mal que fazem a si mesmos e ao seu continente. Enquanto durar a acusação constante ao passado histórico, enquanto não se construírem valores, enquanto não se respeitarem direitos, nada mudará. É triste, mas seria certo começar tudo pela base. Todos proclamamos: sejam respeitados os direitos dos africanos! Conhecerão os africanos esses direitos? Sabem o seu significado para que lutem por eles? Muitas vezes queria poder acreditar que sim, mas a realidade é bem diferente.
Tudo isto continua a agravar-se. Os povos de África estão cada vez mais dependentes, alastra a miséria, a pobreza e a fome. A dívida externa dos seus países é tremenda, e cada vez mais aumentará, pois as alternativas que têm são restritas. Mas se houver uma verdadeira consciência dos povos e governos africanos para mudar, e sejam ajudados de forma honesta pelos europeus e outros povos, na verdade conseguiriam virar a página pesada da sua história. Por outro lado, continuamos a assistir à dura realidade dos povos subjugados, que se deixam subjugar e explorar, penso eu, não por gosto de sofrer, mas por falta de consciência e conhecimento. Um povo que não tenha os conhecimentos certos para se libertar, vai continuar a aceitar as elites, os poderosos, os ladrões que detêm o governo das nações africanas.
E, assim, continuam a ser manchadas as mãos de África...manchadas de sangue. A minha esperança, era que fossem manchadas de esperança, trabalho, riqueza, conhecimento, futuro. Como diz Francisco José Tenreiro, de São Tomé e Príncipe, no seu poema "Mãos":
Mãos que moldaram em terracota a beleza e a serenidade do Ifé.
Mãos que na cera polida encontram o orgulho perdido do Benin.
Mãos que do negro madeiro extraíram a chama das estatuetas olhos de vidro
e pintaram na porta das palhotas ritmos sinuosos de vida plena:
plena de sol incendiando em espasmos as estepes do sem-fim
e nas savanas acaricia e dá flores às gramíneas da fome.
Mãos cheias e dadas às labaredas da posse total da Terra,
mãos que a queimam e a rasgam na sede de chuva
para que dela nasça o inhame alargando os quadris das mulheres
adoçando os queixumes dos ventres dilatados das crianças
o inhame e a matabala, a matabala e o inhame.
(...)
Mãos estrelas olhos nocturnos e caminhantes no quente deserto.
Mãos correndo com o harmatan nuvens de gafanhotos livres
criando nos rios da Guiné veredas verdes de ansiedades.
Mãos que à beira-do-mar-deserto abriram Kano à atracção dos camelos da aventura
e também Tombuctu e Sokoto, Sokoto e Zária
e outras cidades ainda pasmadas de solenes emires de mil e mais noites!
(...)
Mãos Zimbabwe ao largo do Índico das pandas velas
Mãos Mali do sono dos historiadores da civilização
Mãos Songhai episódio bolorento dos Tombos
Mãos Ghana de escravos e oiro só agora falados
Mãos Congo tingindo de sangue as mãos limpas das virgens
Mãos Abissínias levantadas a Deus nos altos planaltos:
Mãos de África, minha bela adormecida, agora acordada pelo relógio das balas!
(...)
Mãos pretas e sábias que nem inventaram a escrita nem a rosa-dos-ventos
mas que da terra, da árvore, da água e da música das nuvens
beberam as palavras dos corás, dos quissanges e das timbilas que o mesmo é
dizer palavras telegrafadas e recebidas de coração em coração.
Mãos que da terra, da árvore, da água e do coração tantã
criastes religião e arte, religião e amor.
(...)
[Esperemos todos nós, humanos, mãos de Paz e Dignidade, Vida, Mudança...]
Cimeira U.E – África e as práticas de governação que aos olhos de pessoas civilizadas, não são as melhores
Neste fim de semana realizou-se no nosso país um importante acontecimento que se relaciona com as relações entre a U.E. e o continente africano, e onde pelos vistos foram lembrados alguns maus hábitos de governação utilizados em beneficio dos seus governantes e em prejuízo de todo o país, sendo isto verdadeiramente lamentável e nos dias de hoje, inadmissível.
África sempre teve dificuldades na evolução do seu desenvolvimento. Se por vezes pensamos que a culpa se deve à estrema pobreza que se vive em alguns países africanos, deixamos de ter isso em conta como sendo o factor com maior responsabilidade, pois afinal muitos destes países poderiam ser muito ricos se fossem governados de outra forma. Por outras palavras, poderiam ser muitos ricos, se os seus governantes fossem um pouco mais evoluídos e pensassem no bem, e no desenvolvimento dos países que comandam, como sendo o ponto de partida de todo o seu compromisso, enquanto representantes e governantes dos seus países. No entanto, tomamos consciência de que, pelo que nos diz esta notícia, não é bem assim que as coisas acontecem e evoluem, resultando posteriormente e infelizmente em exemplos de péssima governação.
Tivemos conhecimento, a partir desta noticia de que a maioria dos países africanos não são livres, ou seja, são completamente dominados e controlados pelos seus governantes, que têm como princípios lamentáveis, tomar apenas decisões em benefício deles próprios, esquecendo-se de que existe um país inteiro nas suas mãos que sofre a todos os minutos em consequência das suas decisões.
É horrível sabermos que Angola, poderia ter tudo para se encontrar com um óptimo e invejável IDH, (pois é um país riquíssimo e possuidor de muitos produtos raros e valiosos), e só ainda não alcançou esses lugares neste índice devido à sua má governação. O seu governo, em especial o seu presidente, José Eduardo dos Santos, não está interessado em fazer o melhor pelo seu país, não está interessado em investir na saúde, para que tenham uma esperança média de vida mais elevada e vivam com melhores condições, bem como também não está interessado em investir na educação, para que no futuro tenham uma mão de obra competitiva e formada, para poderem, juntamente com a grande riqueza em recursos naturais, fazer de Angola um país mais competitivo e com melhores condições de vida. Angola poderia mesmo tornar-se numa das primeiras economias a nível mundial, pois tem todas as condições relativamente à riqueza do seu território, o que aliado a uma mão de obra qualificada e a uma indústria modernizada e competitiva, originaria uma economia com bastante potencial à escala mundial.
Existem outros países que infelizmente estão a passar por esta situação, pois como já referi anteriormente, a maioria dos países africanos encontram-se dominados por este tipo de sistemas de governação, que em tudo os prejudica. Mas Angola tem um lugar mais próximo do nosso coração uma vez que é uma antiga colónia portuguesa e porque teria mais condições, comparativamente com os outros países nesta situação, de se tornar muito melhor do que é hoje. Só não o consegue devido a uma série de entraves, que dificultam e travam as suas “pernas altas” que teria para correr em direcção ao desenvolvimento.
É realmente frustrante que esta situação esteja a acontecer debaixo do nosso nariz e ninguém faça nada. Ainda este fim-de-semana recebemos de portas abertas, no nosso país, este tipo de dirigentes intragáveis que nem merecem o ar que respiram. Vieram para ao nosso país, participar na Cimeira U.E.- África, com um sorrisinho estupidamente irónico na face, enquanto que nos seus respectivos países continuaram a correr lágrimas nas faces daqueles que mais sofrem, em desespero provocado pelas suas más condições de vida.
Olha-me este país a esboroar-se
em chagas de salitre
e os muros, negros, dos fortes
roídos pelo vegetar
da urina e do suor
a carne virgem mandada
cavar glórias a grandeza
do outro lado do mar.
Olha-me a história de um país perdido:
marés vazantes de gente amordaçada,
a ingénua tolerância aproveitada
em carne. Pergunta ao mar,
que é manso e afaga ainda
a mesma velha costa erosionada.
Olha-me as brutas construções quadradas:
embarcadouros, depósitos de gente.
Olha-me os rios renovados de cadáveres,
os rios turvos de espesso deslizar
dos braços e das mãos do meu país.
Olha-me as igrejas restauradas
sobre ruínas de propalada fé:
paredes brancas de um urgente brio
escondendo ferros de educar gentio.
Olha-me noite herdada, nestes olhos
de um povo condenado a amassar-te o pão.
Olha-me amor, atenta podes ver
uma história de pedra a construir-se
sobre uma história morta a esboroar-se
em chagas de salitre.
Ruy Duarte de Carvalho
África…infelizmente continua nas bocas do mundo e sempre pelas piores razões.
E porquê?
Porquê tanta miséria num continente que é riquíssimo?
Porquê tanta fome?
Porquê tantas mortes?
Há uns tempos atrás, a culpa desta situação seria atribuída aos povos europeus, os ex-colonizadores brancos, que deixaram África entregue a si mesma, sem meios nem sabedoria para se governar…
Actualmente a história é bem diferente.
Muitos anos se passaram, muito poderia ter sido feito por este continente, mas desta vez a culpa não é dos europeus…desta vez os grandes culpados são os chefes de Estado africanos…ou devo dizer ditadores? Aqueles que se preocupam mais em sustentar o seu harém e a sua manada de filhos do que ajudar o seu povo?
Sim, porque embora se considere África como sendo um continente onde existe democracia, eu não creio nessa democracia, pois em África não existe um Estado de Direito, não existe o mínimo respeito pelos direitos humanos, o povo não sabe eleger conscientemente os seus governadores, pois não têm formação para tal.
Aliás os governadores fazem questão de assegurar que o povo africano se mantém sem a mínima formação e cultura, para não correrem o risco do povo se revoltar, tomar consciência da situação de exploração em que vive e reagir, contestar, manifestar-se…acreditar que é possível uma África diferente da que conhecem.
Enquanto os governadores africanos estiverem mais preocupados em aumentar a sua fortuna, em vez de investirem as verbas de que dispõem em desenvolvimento, saúde, educação e formação, esta situação arrastar-se-á por anos e anos, e cada vez será mais difícil arranjar soluções.
África é um continente cada vez mais dependente do exterior, onde se assiste a uma proliferação da miséria, da fome, da exploração humana, de doenças horríveis e mortíferas como a SIDA.
É necessário e urgente que se tomem medidas e que as ajudas dos países desenvolvidos a África sejam desinteressadas, apenas com o objectivo de ajudar, no verdadeiro significado da palavra.
É necessário que as ajudas nomeadamente financeiras por parte da comunidade internacional a África, sejam aplicadas em áreas de interesse que contribuam para o desenvolvimento do continente, nomeadamente a educação, instrução e formação profissional, pois o conhecimento é a base de uma sociedade capaz de se auto-governar e de manter as condições necessárias a uma boa qualidade de vida da sua população.
Há de facto, ainda muito a fazer, mas honestamente penso que mais importante do que passarmos a vida a chamar “coitados” aos africanos, seria encarar África como um continente de oportunidades, de esperança, de futuro, capaz de renascer das cinzas e crescer, desenvolver-se e tornar-se um continente integrado no sistema-mundo.
Espero que assim seja.
Antes de mais peço desculpa, por só comentar agora está notícia, mas não podia deixar de comentar.
Realmente acredito que Angola foi bastante abençoado por Deus para conter tais riqueza.
Infelizmente o governo Angolano e até o próprio povo, não souberam gerir tanta riqueza... ao ponto de esbanjarem em coisas tão fúteis só pensando no seu ego e esquecendo assim do povo.
Hoje acredito que enquanto países africanos estarem nas mãos de líderes ditadores, Africa continuará em crise! Pois por mais cimeiras que se realizem e por mais ajuda que os países industrializados prestem, de nada adianta...
O que me intriga como Angolana e como Africana é a devoção e a fidelidade que o povo Africano tem para com os seus líderes corruptos, e que mesmo com a miséria e más condições de vida, amam e admiram José Eduardo dos Santos e outros. - E porque? - Só porque venceram a unita, e conseguiu derrubar o mau da fita? Tudo bem que ele têm o nome de "santos" mas também não é preciso exagerar ele não é nenhum santo! E temos provas disso.
Agora em relação aos empresários Portugueses que estão a trabalhar em África e principalmente em Angola, eles não podem fazer nada, por isso eles simplesmente ignoram o que vêem.
Porque se eles queixarem ou criticarem o governo, ou voltam para o Pais ou algo de pior os acontece. E por dinheiro o ser humano é capaz de tudo.
Infelizmente é assim a "minha" terra, apesar de todos os problemas económicos, políticos e sócias. Toda gente olha para Angola como o país do futuro e das oportunidades. E eu acredito que neste novo ano com as eleições em Angola, espero que José Eduardo saia do poder, e entre alguém menos mesquinho e menos ganancioso... e talvez assim Angola cresça mais do que já cresceu até hoje.
Nunca é tarde para um novo começo!
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