Declarado alarme em Espanha, Portugal, França e Reino Unido
20.01.2008 - 09h06 Nuno Ribeiro, Madrid
Alguns dos 15 cidadãos de origem paquistanesa que foram detidos na madrugada e manhã de ontem em Barcelona, acusados de prepararem atentados na capital da Catalunha, mantiveram contactos em Portugal com compatriotas seus recém-chegados ao nosso país. Estes movimentos do que os investigadores denominam como “grupos itinerantes”, foram “acompanhados” em estreita colaboração pelos serviços de informação espanhóis e portugueses.As autoridades portuguesas estão neste momento envolvidas em operações de localização e captura destes contactados.Os contactos em Portugal destes membros, cuja identidade ainda não foi divulgada, decorreram, por diversas vezes, em várias regiões do nosso país, entre as quais a de Lisboa. Segundo o PÚBLICO apurou, os contactados não estão relacionados com as históricas comunidades de paquistaneses que residem em Portugal, nomeadamente os oriundos das antigas colónias. Eram recém-chegados ao nosso país e os seus passos foram seguidos devido às investigações de vários serviços de informação europeus - nomeadamente do Centro Nacional de Inteligência (CNI), a “secreta” espanhola, que para tanto contactou os serviços homólogos portugueses. Aliás, as detenções de ontem, em Barcelona, feitas por agentes dos serviços antiterrorismo da Guarda Civil, têm na origem as investigações do CNI. Estes serviços também transmitiram a Portugal, nos últimos dias, o alerta de perigo para atentados terroristas que, para além dos dois países ibéricos, abrangeu a França e o Reino Unido. Contudo, segundo as primeiras investigações, o nosso país não era alvo iminente de qualquer atentado. Uma hipótese avançada seria a intenção de atacar durante a visita do Presidente paquistanês, Pervez Musharraf, à Europa, que arranca hoje em Bruxelas.“Eles estavam um passo à frente do radicalismo ideológico e quando alguém com estas características tem material explosivo em casa é claro o que pretende fazer, acções violentas”, comentou, ontem, em conferência de imprensa, o ministro do Interior espanhol. Alfredo Pérez Rubalcaba revelou que nas buscas efectuadas no bairro de Raval de Barcelona - a seguir a Londres a segunda maior concentração de cidadãos paquistaneses na Europa ocidental - foi encontrado material para o fabrico de explosivos e componentes para bombas, entre os quais quatro temporizadores.
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3 comentários:
Portugal: na mira do Mal
(até rima)
A notícia que se refere a um eventual ataque terrorista, tendo por alvo o nosso país, é de facto preocupante, não o nego. No entanto, não me surpreendeu em nada, pois, Portugal, tal como qualquer país inserido num mundo globalizado, pertencente à UE, apoiante da invasão do Iraque e empenhado na luta anti-terrorista, me parece, um alvo óbvio para os fundamentalistas islâmicos. Não digo que para eles seja urgente atacar Portugal, afinal, no contexto internacional, o nosso país geralmente, só faz número. É muito mais provável atacar-se a França, por exemplo...ou o Reino Unido, novamente. Ou talvez não...Portugal parece mais desprotegido...(É em momentos como este que o nosso patriotismo nos lembra das fragatas e submarinos de Paulo Portas...a bomba Prestige não afundou nas nossas águas; desta vez, não há Paulo Portas que nos valha!).
Este tipo de acções terroristas, sobretudo, atentados bombistas, não são só parte do imaginário, são uma realidade. Desconhecemos, sem dúvida, a realidade deste Mundo e, mantemos sempre a ideia de que o mal só acontece aos outros. Não convém esquecer, que esses outros, estão aqui bem perto, por exemplo, os vizinhos espanhóis, que viveram da forma mais dramática uma acção terrorista, que jamais será esquecida.
O fundamentalismo islâmico e o terrorismo são uma realidade que cresce a um ritmo alucinante e impressionante, espalhando-se mundialmente, como qualquer processo usufruidor dos benefícios da globalização. É cada vez mais fácil a movimentação de país para país; é cada vez mais fácil arranjar-se os componentes para se fazer uma bomba; é cada vez mais fácil exaltar religiosidades exacerbadas; é fácil destruir, eliminar, matar.
O filósofo muçulmano Seyyed Hossein Nasr defende a ideia de que o “fundamentalismo” é um produto da modernidade. Assim, após décadas a tentar-se modernizar o Islão, há islâmicos que procuram hoje islamizar a modernidade, submetendo-a a um conjunto de valores e sentidos orientados para a “Restauração Divina”.
“Quem quer que morra sem se esforçar pela Causa Islâmica e sem o sentir como seu dever, morre numa espécie de hipocrisia”, diz um ditado islâmico. Será que é por estes valores que se guiam os islâmicos? Não creio. Devemos saber separar as águas. Há o professar de uma Fé, de uma crença, que é pacifista. Não sei muito acerca do Islamismo, mas não o vejo como uma caminho de destruição e crença na guerra Santa. Como em muitas coisas, há o bom lado, os bons praticantes; há o pior lado, o dos fanáticos. Não existem também fanáticos religiosos noutras crenças? Claro que sim. Daí que o chamado terrorismo islâmico seja a meu ver, uma opção de alguns, daqueles que não sabem encontrar uma solução mais honrosa para o seu povo.
No fundo, há nestas acções um registo de anti-ocidentalismo, anti-americanismo, anti-liberalismo, anti-pacifismo, anti-europeísmo... As organizações terroristas, como os Taliban, a Al-Qaeda, o Hamas, o Hezbollah, fazem uma leitura e interpretação hiperbólica do Corão, dando uma importância única ao rígido código penal e às restrições que devem ser impostas às mulheres.
Quanto à proliferação do terrorismo, penso que é natural. Se os ânimos já são frequentemente exaltados pelas pressões dos países ocidentais no Oriente, sobretudo, no controlo do ouro negro; se se fazem guerras disparatadas, mal planeadas e mal justificadas (sem nexo), não esperem que o terrorismo pare. Os ocidentais dão cada vez mais motivos para que os fanáticos terroristas prossigam a sua luta.
Há que se combater o terrorismo. Mas as soluções são poucas. Penso que se as relações políticas, económicas e culturais fossem mais justas, talvez se abrandasse a ira fundamentalista. Não creio, porém, que fosse apagada. Os terroristas já deram provas que vivem para morrer e matar. Afinal, é o caminho mais curto para o Paraíso.
Ameaça terrorista ao nosso país – será realidade ou não passará de um falso alarme?
Ao falar de terrorismo, podemos dizer que tudo, ou pelo menos quase tudo é possível. Tudo é possível porque não passam de pessoas altamente mentalizadas para uma determinada missão ou objectivo que não há nada a fazer a não ser evita-los. É realmente esta a melhor solução. Tê-los longe e se possível sobre controlo. Só assim é que podemos evitar actos inesperados e extremamente destruidores e mortíferos, como são quase todos os actos ligados ao terrorismo. Como já referi, tratam-se de pessoas maníacas, ou mesmo de verdadeiros loucos que não se importam de dar a sua própria vida para lutarem por um ideal, que pensam ser o mais magnifico entre todos os outros, e que para além disso transforma os seus autores em verdadeiros mártires. O que se pode fazer para alterar estas mentalidades tão iludidas maníacas e loucas? A verdade é que não há nada de muito fiável a fazer para os evitar.
Se não é por razões religiosas talvez seja por razoes económicas, visto que são organizações muito poderosas que os organizam e contratam os terroristas para os fazer. É realmente uma situação dramática. Mas mais dramático do que pensar que tudo isto é feito por razões ridículas e para fins ainda mais ridículos, é pensar que em muitos países em que todos são fanáticos pela religião, este facto torna-se o ponto de partida para a formação de ódios e de determinados fins ideológicos extremos.
Em países onde isto acontece, nomeadamente o Paquistão, e outros (mas referi o Paquistão devido à noticia da detenção recente do grupo de paquistaneses, em Barcelona), mentalizam toda a população para os ideais pretendidos, e entre os mais rebeldes, começam-se a formar organizações terroristas que fazem tudo para se afirmarem a si e aos seus ideais. Aqui está o perigo.
A verdade é que nos dias de hoje, por vezes mais do que a religião, a politica e as suas vontades e desejos também originam violentos ataques terroristas. São muitos os exemplos de terrorismo provocado por vontades politicas e outras ambições. É pena que para isso se tenham de pôr em risco vidas humanas completamente inocentes perante a situação. Isto sim, é verdadeiramente lamentável.
Bem, isto foi só para comentar um pouco sobre aquilo que eu penso sobre o terrorismo. Mas o tema aqui em questão, trata-se de uma suposta ameaça terrorista ao nosso país, bem como a vários outros países europeus, como Reino Unido, França, Bélgica, Suiça e Espanha. Mais uma vez se confirma que desta vez o que estaria aqui em causa era uma organização de um ataque terrorista num ou vários países europeus, tudo devido a uma visita do Presidente Paquistanês, Pervez Musharraf, ao continente europeu. Se algum acto se concretiza-se, seria certamente uma vingança politica, como resultado da instabilidade politica vivida actualmente no Paquistão.
Na minha opinião, estes actos nem deveriam de ser pensados, mas se mesmo assim ainda continuam a ser planeados e ninguém pode fazer nada para impedi-los com sucesso garantido, entao ao menos que tivessem a ideia de não os realizar nos países que não têm nada relacionado como a questão, como por exemplo o caso de Portugal. Mas a verdade é que o nosso país pode, como todos os outros países do mundo, ser alvo de um atentado terrorista, e não duvido que também cá existam elementos ligados e em contacto com essas destruidoras e ameaçadoras redes terroristas. A verdade é que com facilidade alguma dessas pessoas entra no nosso país e circula sem nenhum tipo de restrições. Prova disso foi a detenção noticiada de um grupo de paquistaneses em Barcelona e que terão também passado por Portugal, como nos foi dado a conhecer.
Na minha opinião, neste momento nenhum país do mundo está absolutamente livre de um ataque terrorista. As ameaças são constantes e o perigo também. Todos os países devem estar o máximo atentos possível para tentar de alguma forma impedir estes dramáticos acontecimentos.
Recentemente, a Europa tem recebido vários avisos, uns mais graves do que outros, fazendo mais ou menos prejuízos, outros menos graves e outros apenas suspeitos e leves, no entanto estes avisos não deixam de ser um sinal para mais do que nunca estarmos atentos. Logo no início do ano ameaçaram o Dakar, uma das mais importantes provas do desporto automóvel fazendo milhões de prejuízos e pior do que isso foi o facto de terem cedido a tal ameaça o que poderá a vir a ser um pretexto para outros posteriormente; depois a ameaça à Torre Eiffel e agora estas ameaças quase por toda a Europa e inclusive envolvendo o nosso país. Trata-se da verdadeira ameaça da época. Há que combatê-la.
Tendo em conta, mais uma vez os Paquistaneses que foram detidos em Barcelona, podemos dizer que algo eles planeavam fazer, pois ao serem apanhados com material susceptível de ser empregue na produção de bombas, incluindo detonadores com temporizadores e triperóxido de triacetona, o mesmo explosivo utilizado em acções terroristas na Grã-Bretanha e em Marrocos, de certeza que não pretendiam brincar ao Carnaval, como todos podemos calcular. É certo que algo queriam fazer, ou melhor, que algo queriam destruir.
Terrorismo é um método que consiste no uso de violência, física ou psicológica, por indivíduos, ou grupos políticos, contra a ordem estabelecida através de um ataque a um governo ou à população que o legitimou, de modo que os estragos psicológicos ultrapassem largamente o círculo das vítimas para incluir o resto do território.
Fonte: Wikipedia
A detenção dos paquistaneses em Barcelona, eventualmente preparando ataques terroristas, colocou Portugal em estado de alerta, tanto por ser o nosso país vizinho como também por esses mesmos cidadãos terem contactos no nosso país que os auxiliassem nas suas acções futuras.
Apesar deste aviso, não acredito que Portugal terá motivos para alarmes. Mesmo que Portugal seja um país desenvolvido, anti-terrorista e até mesmo aliado dos Estados Unidos da América, não reúne condições suficientes para algum ataque próximo. Portugal pode ser, no máximo, um mero intermediário (as fronteiras não se encontram suficientemente vigiadas, só mesmo nestas alturas de alerta, tal como a costa, que é uma via de entrada para todo o tipo de tráfego, sem sequer ser controlada).
O terrorismo, hoje em dia, com a informação que corre, é facilitado. A receita de uma bomba esconde-se nos escombros da Internet, tanto como o radicalismo islâmico em websites e revistas ou videos que demonstram a violência deste. Entre os jovens já apalpa terreno a fome pela violência e ataques bombistas. O extremismo dos praticantes do islamismo existe nos quatro cantos do mundo, é impossível eliminá-lo permanentemente. Como o meu colega Vasco já mencionou, na religião existem sempre duas faces: o lado dos bons praticantes e o lado dos fanáticos. Qual é a diferença entre um fanático islamista de um fanático de uma outra doutrina dos países de Ocidente? É que o fanático islamista interfere com as outras religiões, não as respeita e ainda morre pela sua religião, matando aqueles de quem discorda.
O dever dos povos Ocidentais ou daqueles que discordam destas acções extremistas é protegerem-se, a si e a todos os que os rodeiam. O lado mau é que é impossível detectar todas as acções terroristas e os seus actores principais. Há, embora, que olhar melhor por todos os alvos, localizar os pontos fracos e cortar o mal pela raiz.
O terrorismo não é, afinal, a causa de mais mortes no mundo.
(Pena que os países joguem ao 'Salve-se quem puder' e, no fim, só a morte de pessoas dos países mais desenvolvidos é que conta...)
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