Finalmente, chegou hoje ao fim o tempo de prisão domiciliária que a mais famosa dissidente birmanesa teve de cumprir nos últimos 18 meses.
Foram vários anos sem acesso ao exterior: telefone, televisão, Internet, visitas, tudo estava proibido. Mas ontem, vários media, citando fontes próximas do Governo, adiantavam que o generalíssimo Than Shwe já tinha assinado a ordem para a libertação.
Fiquem com "Walk On", a canção dos U2 dedicada a Aung San Suu Kyi.
Aung San Suu Kyi, nascida em Rangum em 19 de junho de 1945, é uma líder política e activista dos direitos humanos birmanesa, premiada com o Nobel da Paz em 1991. É conhecida internacionalmente como líder da oposição ao regime ditatorial de seu país, que a mantém presa até hoje em razão de seus ideais democráticos.
É filha de Aung San, o herói nacional da independência da Birmânia (também chamado Mianmar), que foi assassinado quando ela tinha apenas dois anos de idade.
É filha de Aung San, o herói nacional da independência da Birmânia (também chamado Mianmar), que foi assassinado quando ela tinha apenas dois anos de idade.
Depois de ter vivido em Londres, regressou ao seu país em 1988, por altura da morte da mãe. O seu retorno à Birmânia coincidiu com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra vinte e seis anos de repressão política e de declínio económico no país. Em pouco tempo, Suu Kyi tornou-se a líder do movimento de contestação ao regime militar.
Nesse ano de 1988, morreram dez mil pessoas em consequência das medidas de repressão adoptadas pelo regime. Após o seu partido (a Liga Nacional para a Democracia) ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições de 1990, Suu Kyi viu-se remetida a prisão domiciliária pela junta militar que governa o seu país. A Birmânia - denominada Myanmar, a partir de 18 de junho de 1989 - continuou a ser dirigida pelo general Ne Win num regime ditatorial, mas a luta pela democracia ganhava crescente visibilidade e apoio internacional.
Em 1995, o regime militar decidiu levantar a pena de prisão domiciliária imposta à Prémio Nobel, como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional. Mas sua liberdade durou pouco. Dos últimos 19 anos, ela passou 13 em prisão domiciliar.
Em 2000, o grupo U2 fez uma canção em sua homenagem chamada "Walk On". Em 2005, Damien Rice e Lisa Hannigan escreveram a canção "Unplayed Piano em sua honra e tocaram-na ao vivo no "Nobel Peace Prize Concert (Nobels fredspriskonsert)" em Oslo, Noruega.
Em 2008, Suu Kyi foi classificada como a 71ª mulher mais poderosa do mundo, pela revista Forbes. Em Setembro do mesmo ano, o seu estado de saúde suscitou preocupação. Ela estaria a recusar a comida que lhe era fornecida pela junta militar.
Foram vários anos sem acesso ao exterior: telefone, televisão, Internet, visitas, tudo estava proibido. Mas ontem, vários media, citando fontes próximas do Governo, adiantavam que o generalíssimo Than Shwe já tinha assinado a ordem para a libertação.
Suu Kyi deveria ter ficado em liberdade no ano passado, mas as autoridades acusaram-na de ter quebrado os termos da detenção ao receber um americano que atravessou a nado o lago que cerca a sua casa (que dissera ter a missão de a salvar), condenando-a a mais 18 meses de clausura.
Fiquem com "Walk On", a canção dos U2 dedicada a Aung San Suu Kyi.
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