Dow Jones descia 3,2 e Nasdaq quase cinco por cento
Nova Iorque afunda-se mesmo depois da baixa dos juros nos EUA
22.01.2008 - 14h36
Por Eduardo Melo, Anabela Campos, Agências
Apesar da decisão de Ben Bernanke (Fed), os investidores continuam a fugir das acções. A bolsa de Nova Iorque abriu em forte quebra, mesmo depois do anúncio, inesperado, da redução das taxas de juro pela Reserva Federal em 0,75 pontos percentuais, para 3,5 por cento.O índice industrial Dow Jones, que concentra os títulos de empresas do sector industrial, recuava 3,2 por cento por cento nos primeiros minutos de negociação, enquanto o índice dos títulos de empresas dos sectores de tecnologia, media e telecomunicações, o Nasdaq Composite, descia 4,89 por cento.Na Ásia, os mercados fecharam em forte quebra, com os nipónicos Hang Seng a cair 8,65 por cento e o Nikkei 225 a desvalorizar 5,65 por cento. Este comportamento condicionou a abertura das bolsas europeias, que estiveram toda a manhã num permanente sobe e desce, num chamado movimento carrossel. A volatilidade é a palavra de ordem, com os investidores a entrar e a sair das acções em permanência, enquanto aguardavam o arranque dos mercados norte-americanos, que ontem estiveram encerrados para o gozo do feriado do “Dia de Martin Luther King”. Após o descalabro dos mercados nipónicos, as bolsas arrancaram a sessão em forte quebra, para de seguida recuperarem para terreno positivo, e voltarem a cair. Logo após o anúncio do corte das taxas de juro pela Fed, a maioria das bolsas inverteu a tendência de quebra e voltou a terreno positivo. Mas 15 minutos antes de Nova Iorque abrir, a maioria já estava de novo no “vermelho”. Lisboa mantinha-se do lado positivo, com o PSI20 a subir 0,87 por cento, puxado pela Galp, que valorizava 9,16 por cento. Às 14h15, havia 12 títulos do PSI20 em terreno positivo, e alguns com ganhos interessantes. Destaque para as subidas da Sonae SGPS (4,27 por cento) e do BCP (2,86 por cento)
Comenta o conteúdo da notícia, reflectindo sobre a actual crise bolsista nos EUA e os seus efeitos à escala mundial.
5 comentários:
O minicrash de 2008
Tentarei ser breve no comentário a esta notícia, primeiro, porque, apesar de ser de facto algo preocupante, não é um tema que domine, e por outro lado, economia e bolsa, não é um tema que me atraia minimamente. O meu dia iniciou-se a ouvir a rádio; tema central, a queda nas bolsas asiáticas, a abertura em queda das bolsas europeias e, a grande expectativa sobre a abertura da bolsa nova-iorquina, pela qual se regem as flutuações de mercado e os destinos do capitalismo global.
Há quem fale já, de um minicrash, e o dia de hoje foi já apelidado como a “terça-feira negra”. Em Lisboa, o Euronext fechou em queda, em linha com a Europa, com PSI 20 a cair cerca de 6%, com a Soares da Costa a liderar as quedas, com perdas de 14,7%. Em poucas semanas, perdeu-se na bolsa portuguesa os ganhos acumulados no ano de 2007, sendo considerado o dia de ontem como um minicrash da bolsa em Lisboa, pior do que aconteceu aquando dos atentados do 11 de Setembro de 2001, sendo a pior sessão desde 1998.
O receio geral de que a economia dos EUA entre em recessão, faz tremer os quatro cantos do mundo, principalmente na Europa, ainda em recuperação face à crise do crédito imobiliário. Apesar do anúncio da Reserva Federal norte-americana em reduzir as suas taxas de juro em 0,75 pontos percentuais, a onda de medo tem-se espalhado por todo o Mundo, contribuindo para as constantes flutuações, como as verificadas hoje, em todas as bolsas europeias. Ontem, na vizinha Espanha, registaram-se as maiores quedas desde o “crash” de 1987.
Segundo declarações de Vasco Balixa, analista da Ok2 Deal, “não deixa de haver alguma irracionalidade” perante a situação actual. "Muitos pequenos investidores, assustados, estão a resgatar fundos e vender acções", sendo a seu ver, necessário ter-se “calma”.
Já Vítor Constâncio, presidente do Banco de Portugal, confirmou hoje que “caso se confirmem as expectativas de uma possível recessão nos EUA, isso terá consequências na Europa, incluindo Portugal, o que poderá conduzir a uma ligeira revisão em baixa das recentes previsões económicas”, o que se reflectirá num abrandamento da já branda economia portuguesa.
A única forma de concluir este assunto, é, não o concluindo e ficar à espera para ver o que realmente acontece. Este tema seria do maior interesse para os alunos de economia, que devem ter mais conceitos do que nós, alunos de humanidades. Enquanto indivíduos atentos, com certeza esperamos que este problema seja resolvido da melhor forma e o mais rápido que for possível. Até lá, continuaremos de olhos postos nos “sobes e desces” das bolsas de todo o Mundo.
A história repete-se...
Bem, para alguma admiração do professor (penso eu), pois no passado período fui uma assídua comentadora deste blog, ultimamente não tenho feito os comentários que gostaria por falta de tempo, no entanto voltei para ficar.
Vou começar por comentar este post sobre o crash das bolsas de valores, pois sendo uma assumida pró-americana, os assuntos que dizem respeito aos EUA são obviamente muito aliciantes para mim, principalmente quando estão relacionados com economia, que é uma área que me atrai bastante.
Tendo em conta o conteúdo da notícia do público, podemos concluir que as bolsas de valores se revelaram uma autêntica montanha russa, com sobes e desces permanentes, apesar de a reserva federal ter reduzido as taxas de juro em 0.75 pontos percentuais.
Hoje havia uma grande expectativa quanto à abertura da bolsa de valores de Nova Iorque, pois no dia anterior (para sorte dos EUA), a bolsa esteve encerrada, pois era feriado em honra de Martin Luther King, assassinado na varanda de um hotel, quando fazia um dos seus majestosos discursos.
Esta crise na bolsa Nova Iorquina é preocupante, embora esta situação fosse um pouco previsível, tendo em conta a recente crise imobiliária norte-americana.
A situação referida provoca agitação nos quatro cantos do mundo, pois numa era de globalização, em que todos os países estão dependentes uns dos outros (uns mais outros menos), devido às suas interelações, é muito provável que esta crise na bolsa afecte todo o mundo, pois como todos sabemos (pró-americanos ou não), é a bolsa de Nova Iorque que dita as “regras do jogo” para o resto do mundo.
Surpreendentemente (ou não), a bolsa de Lisboa manteve-se positiva, com a Galp, a Sonae, a SGPS e o BCP a valorizarem as suas acções, e claro temos de acreditar no nosso querídissimo Presidente da República, quando ele diz que a economia está muito melhor agora do que há dez anos atrás e que temos de estar optimistas e confiantes (se eu ganhasse o salário que ele ganha, de facto confiança não faltaria).
Penso que não se justifica estar a alargar-me mais neste comentário, porque ainda “muita água vai correr”, como tal resta-me acreditar que tudo se irá recompor e que mais uma vez os EUA conseguirão recuperar da crise, como já o fizeram há umas décadas atrás, em 1929, quando se deu o crash da Bolsa de valores de Nova Iorque, que foi uma das causas da grande depressão dos anos 30.
Como diz o velho provérbio “quem viver verá”.
Ps: peço ao professor que vá consultando alguns dos posts anteriores, nomeadamente o de Israel,o do rapto na Colômbia, e o do “terrorismo” em Portugal, pois pretendo comentá-los logo que tenha um tempinho livre.
Obrigado.
Consequência esperada ou inesperada…
Para todos os momentos de excessos e de extremos lucros financeiros, há sempre uma queda prevista. Isto acontece porque se trata de um fenómeno cíclico. Tendo em conta a realidade bolsista, a seguir aos lucros sempre vêm os prejuízos. Foi exactamente o que a aconteceu ontem. Acontecimento que se reflectiu na queda das acções nas principais bolsas mundiais.
O fenómeno cíclico, neste momento inesperado por todos, iniciou-se ontem com a queda da bolsa de Hong Kong, tendo esta registado ontem a maior queda de sempre. Baixou 8,7 por cento depois de na segunda-feira já ter descido 5,5 por cento. Apesar de esta se apresentar como uma consequência cíclica e esperada em certas alturas, este não era o momento mais apontado. O pânico começou a ser ontem sentido na bolsa de Hong Kong, quando as acções começaram a cair inesperadamente.
No entanto para outros esta parece não ser assim um acontecimento tão inesperado, e apontam esta queda como sendo o resultado de um processo de recessão dos EUA. Mesmo assim não era de todo esperada.
Foi um momento em que, semelhante ao que aconteceu noutros momentos de graves quedas nas bolsas mais importantes e influentes do mundo, os investidores começaram a vender rapidamente as suas acções antes que fossem gravemente prejudicados. É obvio que nestas situações ninguém quer ficar prejudicado e para isso tentam livrar-se do prejuízo que minutos antes era lucro garantido. A bolsa sempre foi bastante previsível para uns, e uma completa surpresa, pela negativa, para outros mais inocentes nestes domínios.
Outros afirmaram que desta vez esta reacção foi exagerada porque na sua opinião esta não é uma crise tão grave como a estão a classificar e por isso não eram necessárias tamanhas preocupações. Alguns afirmaram mesmo que não era um caso para grandes desesperos e pediram aos investidores para se manterem optimistas. No entanto, é sempre bom não perder dinheiro.
Esta queda prejudicou maioritariamente os mercados asiáticos, que depois disto vão conhecer alguns entraves ao nível do seu crescimento. No entanto, na minha opinião estas crises ultrapassam-se e um mercado como o asiático vai conseguir encontrar soluções e apoiar-se nas suas bases mais fortes, ao nível económico, para se conseguirem restabelecer rapidamente desta crise. A sua economia e o seu crescimento não chegaram ao fim, bem pelo contrário, e esta queda vai ter rápidas soluções que reflectirão a recuperação.
Passando a analisar os efeitos que esta queda surtiu na Europa, podemos concluir que alguns estragos esta fez, pois provocou danos nos mercados ocidentais.
Hoje, o dia seguinte, já apelidado de “terça-feira negra” (fazendo alusão à “quinta-feira negra” de 1929), as bolsas abriram com graves quedas nas suas negociações, o que provocou certos rumores de que iria ocorrer um eventual corte conjunto de taxas de juro nos EUA e na Europa.
Ao contrário do que se poderia imaginar, a bolsa de Lisboa abriu com os seus valores em níveis positivos.
O mesmo já não pode dizer a bolsa de Nova Iorque que depois do feriado de ontem iniciou as suas negociações hoje com quedas muito significativas. Os investidores estão, e têm razão para estar muito preocupados pois esta foi na verdade a descida mais significativa desde Abril de 2000. Investidores na bolsa de Nova Iorque ficarem em pânico e descrentes perante tal cenário. Na minha opinião esta queda não representa um futuro próximo muito brilhante para a economia americana.
Penso que esta crise também terá como causa uma suposta recessão dos EUA. Bem se costuma dizer que “quem tudo quer, tudo perde”. Neste caso deve-se aplicar um pouco à questão.
Na Europa a situação fica nas mãos do Banco Central Europeu e das possíveis decisões deste, que vê o intervalo entre o nível das taxas de juro na Zona Euro e nos EUA a aumentar. Agora, é quase certo que perante este cenário o dólar cairá certamente em relação ao euro, o que trás vantagens e desvantagens no contexto económico para a zona euro.
Por outro lado, se ocorrer uma descida das taxas de juro nos EUA como já foi anunciado, com alguma confusão e desacordos pelo meio, também irão existir, por certo pedidos para que aconteça o mesmo com as taxas na Europa. Na minha opinião, é provável que venha a ocorrer, em breve, uma subida das taxas de juro, pois esta é muitas vezes uma solução de primeira ordem (significando inflação), no decorrer de crises.
Por agora só nos resta esperar para ver como vai evoluir a situação e para ver como vai reagir a bolsa de Nova Iorque.
Em relação ao nosso país acho que não irá sofrer muito intensamente esta crise pois não irá ter efeitos directos na sua economia. Por outro lado, o nosso país não está muito receptível a este tipo de crises, numa altura em que o nosso crescimento económico continua muito reduzido, e com isto poderá vir a diminuir o crescimento económico previsto para este ano, o que será mais uma má noticia para a carteira dos portugueses, pois tudo isto trará outras consequências negativas se algo se agravar na Europa.
Confesso que fiquei bastante surpreendido hoje na aula quando o professor me deu a notícia que estavamos perante um minicrash, pois não tinha visto as notícias de manhã, apesar de já saber que as coisas não andavam muito bem. Este é, para mim, um assunto do qual não posso dizer grande coisa, uma vez que não estou suficientemente dentro do assunto e também economia não é um tema que me "puxe" muito. No entanto vou tentar dar um parecer sobre o assunto...
Como se sabe, ontem a Bolsa Lisboeta sofreu um minicrash que registou valores de queda superiores aos valores do dia do atentado as Torres Gémeas de Nova Iorque. No entanto e para contrariar a maior parte das bolsas pelo Mundo inteiro, a bolsa Lisboeta manteve-se positiva à custa da GALP, Sonae e outros.
Agora todo o "mundo asiático e europeu" teme que a bolsa de "New York" vá pelo mesmo caminho, sobretudo porque os EUA ainda estão a recuperar dos efeitos da crise do crédito imobiliário (que no meu ver afectaram pouco o país).
Está mais uma vez provada a dependência que o resto do mundo têm em relação aos Estados Unidos. "Toda a gente" anseia para que o povo americano caia de vez, mas se caísse toda a gente caíria também. A Bolsa de Nova Iorque é o "ponto fraco" de todo o Mundo; se alguma coisa corre mal lá, prolonga-se para o resto do Globo.
Ontem os nossos vizinhos, sentiram também na pele e a bolsa de Madrid caiu 7,54%.
Para a Europa o dia não foi definitivamente dos melhores, pois o Euro recuou face à moeda norte-americana.
Agora basta aguardar e ver o que acontece. Por isso, (sendo eu um pró americano)não tendo qualquer receio pelas consequências que a queda na bolsa Nova Iorquina poderá ter nos EUA e modificando um pouco uma frase Americana já conhecida por todos nós: "God Bless Asia and Europe"...
Um P.S. para o excelentíssimo colega Caldas: antes dos EUA sequer existirem, e se é que Deus existe, já a Europa e a Ásia tinham vivido mundos e civilizações durante longos milénios, mais do que abençoados.
Não leves a mal, mas é verdade.
Enviar um comentário