domingo, 19 de abril de 2009

Seis falsos mitos sobre o Trabalho Infantil

A propósito da Palestra subordinada ao tema "Pobreza Puxa Trabalho Infantil", que foi apresentada por elementos do CNASTI (Confederação Nacional de Acção Sobre Trabalho Infanil) no dia 20 de Abril na aula de Geografia C do 12º H, fica aqui uma reflexão desta organização que podem encontrar no seu site:


Seis falsos mitos sobre o Trabalho Infantil

1º - As crianças têm que trabalhar porque são pobres….
Este é o maior mito sobre o trabalho de crianças. Em todo mundo, de acordo com dados recolhidos pela “Marcha Global Contra o Trabalho Infantil”, a maioria das pessoas pensa que só o fim da pobreza poderá trazer, também, o fim do trabalho de crianças. Enquanto que as crianças continuarem analfabetas, sem conhecer os seus direitos e deveres e sem terem a noção de que podem ter uma vida diferente e melhor que a dos pais, o ciclo da pobreza não terminará. Segundo números da UNICEF, o exemplo de que a pobreza não justifica o trabalho infantil está na comparação entre dois países: o Quénia e a Zâmbia. São países com níveis muito similares de pobreza mas com números bem diferentes o que diz respeito ao trabalho de menores. No Quénia, 39% das crianças trabalham e na Zâmbia apenas 15 %. Se este mito fosse verdadeiro, o Quénia deveria ter um rendimento “per capita” muito superior ao da Zâmbia. E não tem.

2º - O contributo das crianças é fundamental para o rendimento das famílias…
Sim, é verdade que muitas famílias vivem na pobreza e todo o dinheiro que conseguirem alcançar é fundamental. Mas, o Banco Mundial não tem dúvidas em assegurar que milhões de adultos não trabalham porque as tarefas são desempenhadas por crianças a um custo infinitamente mais baixo do que se realizadas por um adulto. O exemplo vem da Índia. Num questionário feito aos donos das empresas e oficinas que tinham um elevado número de crianças a trabalhar, 80 % dos “empregadores” referiu que apenas emprega crianças porque é mais barato. Assim, no mundo, há cerca de 180 milhões de adultos desempregados e mais de 240 milhões de crianças a trabalhar. Como as famílias não estão mais ricas, apesar do trabalho das crianças, a conclusão que podemos tirar é que as tarefas que as crianças desempenham deveriam ser realizadas por adultos, com um trabalho digno e salários justos.

3º - Em algumas áreas, as crianças trabalham melhor que os adultos…
Sobretudo em áreas como os sectores têxtil e fiação criou-se o mito que como as crianças têm as mãos mais pequenas, conseguem trabalhar melhor que os adultos. É preciso acabar urgentemente com este argumento de que as crianças têm “atributos especiais” para o trabalho. Os adultos têm capacidade física para trabalhar mais e melhor que as crianças.

4º - O trabalho das crianças é necessário para que os países pobres se desenvolvam…
Não há qualquer estudo económico do Banco Mundial que confirme esta teoria. Historicamente, o motor de desenvolvimento dos países é a educação e não o trabalho de meninas e meninos que têm idade para estar na escola. São as leis que implicam uma escolaridade obrigatória e a construção de mais escolas que fazem crescer, a longo prazo, a economia dos países.

5º - O trabalho infantil faz parte da educação das crianças…
Milhões de vítimas do trabalho infantil passaram os dias e as noites da sua infância em actividades físicas e mentalmente esgotantes. A Escola ensina mais do que a ler e a escrever. A Escola ensina a viver em sociedade e a conhecer o mundo. A educação “transforma” uma criança num adulto responsável. Um estudo recente, mostra que os adultos que trabalharam enquanto crianças, produzem menos que os colegas que começaram a trabalhar na idade adequada. A UNICEF recomenda: “Os adultos têm que perceber que o trabalho infantil não faz parte nem da educação nem do crescimento de uma criança”.

6º As crianças têm o direito de trabalhar se o quiserem fazer…
Nos últimos anos, um pouco por todo o mundo, algumas instituições têm vindo a defender esta causa. Todas as convenções internacionais defendem o direito à infância. Defendem e lutam pelo direito à educação e não pelo direito ao trabalho. Os direitos das crianças não são negociáveis nem dependentes de etnia, sexo ou religião. E todas as crianças têm direito à infância.

por: CNASTI (30/05/2008 15:06:47)

Fonte: http://www.cnasti.pt/cnasti/?pg=noticia&id=10


Os alunos do 12ºH gostaram da palestra?

6 comentários:

Mariana_Magalhães disse...

Após a realização desta conferência, devo dizer que esta me agradou bastante.
Este é um tema muito presente na minha vida, visto que os meus pais viram-se obrigados a deixar os estudos para seguir a via do trabalho, desde jovens, tendo a minha mãe começado a trabalhar na indústria têxtil com apenas 14 anos, e tendo o meu pai trabalhado desde os seus seis anos.
Estes dois exemplos permitem-me ver o trabalho infantil com outra perspectiva.
As crianças que são "vítimas" de trabalho infantil vêem-se obrigadas a deixar os estudos para trás, o que leva a falta de qualificação profissional.
Porém, nem sempre é tarde para aprender, como foi referido na conferência: hoje em dia, temos as Novas Oportunidades, um excelente projecto para adultos em busca de qualificação profissional.
Ainda há pouco tempo, em Fevereiro, testemunhei na Escola, a avaliação de vários formandos das Novas Oportunidades, fazendo parte desse grupo de formandos a minha mãe, e conclui que muitas dessas pessoas após deixarem os estudos seguiram quase todas o mesmo caminho: fábricas têxteis, lavandarias, cafés, etc.
Mas todos refiriram algo que me marcou imenso e que pude relacionar com a minha mãe: todos eles queriam recomeçar a sua vida a nível escolar, a nível profissional, para ser possível possuirem uma vida melhor e, assim, poderem dar aos seus filhos a vida que eles nunca poderam ter.
Para terminar, quero expressar novamente, o meu enorme agrado relativamente a esta conferência e a este tema em específico.
Espero que a senhora que dirigiu a conferência regresse a escola e quero, desde já, agradecer a sua presença na nossa escola.

MárciaFilipa disse...

A palestra que ocorreu ontem na nossa turma, não trouxe nenhuma novidade.
O Professor já tinha abordado muitos dos assuntos na aula e no nosso quotidiano, ou seja, através da comunicação social verificamos estes acontecimentos.
Na minha opinião, as crianças devem ser sempre respeitadas, seja qual for a situação.
Entristece-me de facto saber que existem milhões de crianças no mundo a trabalharem, ou então a ocuparem cargos em guerras, e continuamos a verificar que os representantes dos países não se preocupam com estes assuntos que na verdade são muito graves e preocupantes.
Em relação ao facto das crianças participarem em publicidade ou então em séries de televisão, na minha opinião eu não considero isso uma forma de trabalho infantil, a única coisa que acho é que as crianças não devem ser exploradas e que os pais devem estar sempre atentos.
Na verdade é muito importante que organizações como a CNASTI existam porque é fundamental lutar pelos direitos das crianças, afinal elas representam o futuro!

Joana Couto disse...

Devo dizer que gostei bastante da Palestra, pois fala-se deste tema, mas nunca com dados concretos.
Fiquei admirada e também um pouco desiludida ao saber que o Norte de Portugal é a região mais afectada pelo trabalho infantil.
Fiquei bastante esclarecida,pois não sabia quando é que o trabalho realizado por menores, era considerado trabalho infantil.

Assim, gostei desta palestra e era muito bom que se realizassem mais com temas interessantes.

Suzy Conceição disse...

Gostei bastante desta palestra, penso que foi bastante esclarecedora.
Por vezes muitas pessoas falam em trabalho infantil e dão o exemplo (que é sempre o mesmo) das crianças que trabalham nas familias pobres, nos paises pobres, que trabalham para ajudarem a familia.
Com esta palestra percebemos que não é bem assim, porque existe trabalho infantil aqui em Portugal, todos aqueles reclames em que utilizam crianças, em todos aqueles progamas de crianças (como o programa da TVI) isto também é trabalho infantil e estas familias nem são assim pobres, por vezes utilizam isto para se mostrarem socialmente.
Infelizmente trabalho infantil existe por todo o Mundo, desde o País mais pobre ao País mais rico.

ClaudiaSilva disse...

Na minha opinião esta palestra foi muito boa embora já conheça esta realidade. Deu para toda a gente interargir e é sempre bom saber um pouco mais, como alguns conceitos sobre o trabalho infantil que desconhecia.
Eu pessoalmente conheço alguns casos de trabalho infantil actualmente que me deixam triste, pois eu com 6, 7 ou ate 8 anos brincava com os meus amigos, fazia asneiras, tinha escola, via telivisão a toda a hora, tinha muitos brinquedos e no entanto, ao mesmo tempo havia pessoas com exactamente a mesma idade que eu que trabalhavam no campo com tarefas pesadas, ou entao em fábricas e quase todas sem ensino nenhum ou quase nenhum. É triste saber que pessoas que podiam seguir seus estudos e até ter sucesso numa carreira profissional estão a desperdiçar a trabalhar. Essas, são as pessoas que daqui a uns tempos já não vou ter uma saúde como aquela que poderiam ter o que não é nada bom e podia ter sido evitado quando eram crianças e tivessem tido uma vida de crianças como todas as outras.
Outro tema abordado foi do trabalho artístico. Neste tema tenho de admitir que não sou completamente contra, ou melhor, até um certo ponto não sou contra. Bem, é que uma pessoa tem o direito de seguir o seu sonho e acho que os pais não podem negar o que o filho quer ser, e exemplifico com o famoso Cristiano Ronaldo que embora não tenha grandes estudos é aquilo que todos nós sabemos, ele lutou por aquilo que ele mais queria e teve sucesso. É claro que nem todos conseguimos aquilo que queremos, é tudo uma questão de sorte, mas penso que vale sempre apena tentar e caso não dê certo há sempre a oportunidade de voltar aos estudos e seguir outro rumo, pois nunca se é velho o demasiado para aprender. No entanto, hoje em dia vemos crianças de 7 e 8 anos ou até mais novas que já trabalham na televisão. Embora não seja totalmente contra, penso que as empresas para as quais essas crianças trabalham têm de ter medidas especiais para as crianças e os próprios pais devem exigir isso, pois com essa idade nada ainda é definido na cabeça de uma criança, pois hoje quer ser médico e amanha já quer ser polícia e os pais devem exigir que os trabalhos dessas crianças não sejam pesados e que se consiga conciliar com os estudos que nunca devem ser deixados para segundo plano.
Penso que tenho dada a minha opinião e peço desculpa por ter demorado uma semana para vir comentar

Filipe Ribeiro disse...

De facto, a conferência foi esclarecedora e bastante interessante. Penso que esta realidade do trabalho infantil já é conhecida por todos, pelas várias marcas como a Nike, Adidas entre outras.
Gostei bastante da interacção com os alunos, para termos um debate mais aberto e que engloba mais casos e soluções. Como o caso da TVI, entre outros, o que quero dizer é que nós temos que dar o exemplo e assim não conseguimos. Fiquei impressionado com o dado de o trabalho infantil ser superior no norte do país, mas como sabemos nem se comprara aos níveis dos países de Terceiro mundo nomeadamente.
É pena serem milhões de crianças nesta situação e saber que o futuro delas fica sabotado. Penso que esta situação irá mudar a medida que os países evoluem mas só irá abrandar e parar com ajuda externa, ou seja, ajuda internacional. Talvez um bom passo fosse retirar o controlo total do mercado internacional aos países do Norte.
Tenho a certeza que a conferência ajudou muito, e também me esclareceu a min, pois aprendi algumas noções e compreendi melhor certos aspectos deste tema. Para min foi positiva e espero ter mais conferências assim.