quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Obras do metropolitano em Rio Tinto estão a gerar uma grande polémica


Este post é dedicado à grande polémica que está instalada quanto às obras do Metro em rio Tinto. O Movimento em Defesa do Rio Tinto acusa a empresa Metro do porto de estar a cometer uma ilegalidade ao pretender entubar mais 60 metros do rio Tinto, alterando significativamente o curso de um rio que dá nome à cidade. Por sua vez a Metro do Porto, considera que o referido entubamento é positivo visto que poderá prevenir inundações naquela área.
Seja como for, estamos, mais uma vez, perante uma acção humana que ao melhorar as acessibilidades a uma localidade (aspecto positivo), altera significativamente a natureza e a paisagem condicionando o escoamento superficial.

Vejam agora a notícia do Público de ontem:



Obras do metropolitano em Rio Tinto motivaram participação ao DIAP

O Movimento em Defesa do Rio Tinto remeteu na passada semana ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) um pedido de averiguação da legalidade do processo relativo ao traçado do metro do Porto na freguesia de Rio Tinto, em Gondomar, considerando que as obras em curso estão a promover o entubamento de mais algumas dezenas de metros do curso fluvial, mutilando a integridade daquele bem natural. A iniciativa, anunciada no blogue da associação ambientalista, será ainda acompanhada por uma exposição à Agência Europeia do Ambiente, ao Instituto da Água e à Administração Hidrográfica do Norte.

Ontem contactada pelo PÚBLICO, a Metro do Porto reconheceu que um troço do rio com uma extensão de 60 metros vai ser efectivamente entubado, acrescentando que tal resulta de uma medida preventiva sugerida pela Agência Portuguesa do Ambiente. "Trata-se de uma zona junto à Rua das Perlinhas, ambientalmente delicada, onde havia o risco de alagamento e inundação de casas e da via", explicou fonte oficial da empresa.

De acordo com o esclarecimento, a obra de prolongamento da linha C do metropolitano, cuja aprovação ficou precisamente condicionada pela concretização do projecto de regularização fluvial do rio Tinto, está a respeitar escrupulosamente aquilo que ficou assente na Declaração de Impacte Ambiental (DIA). "As obras obrigam a mexer com o canal e a adoptar algumas medidas transitórias, mas, no final, o canal será reposto, apenas com aquela excepção", assegurou fonte oficial da empresa.

Apesar da garantia expressa na DIA, o Movimento de Defesa do Rio Tinto alega que as obras em curso "estão a agravar claramente os atentados à integridade do rio", nomeadamente no troço entre a Rua da Lourinha e a Escola Básica n.º 2 de Rio Tinto. "Sugerimos que se averigue a legalidade do novo entubamento e a desconformidade entre a Declaração de Impacte Ambiental e a execução da obra, com a eliminação de várias dezenas de metros do leito natural do rio", lê-se no blogue da associação, que teme ainda que estejam a ser violadas áreas de reserva agrícola e da reserva ecológica nacional.

Considerando "desastrosos e irreversíveis" os danos já causados ao rio Tinto, o movimento alega ainda que as obras destruíram pelo menos um moinho centenário.

Troço Antas-Venda Nova

Os protestos e as dúvidas da associação, bem como o parecer negativo dado pelo Movimento Rio Tinto a Concelho, constam, ao que o PÚBLICO pôde constatar, do relatório de acompanhamento da obra que está a ser levado a cabo pela Agência Portuguesa do Ambiente, tendo a conformidade do projecto com a DIA sido já confirmada pela Comissão de Avaliação.

De acordo com a fonte da Metro do Porto, a obra em curso em Rio Tinto, correspondente ao troço Antas-Venda Nova, inclui um projecto de salvaguarda e regularização do curso do rio Tinto ainda a descoberto, o qual será executado numa fase posterior. O Instituto da Água, aliás, começou, em 2003, por levantar várias objecções à intervenção na zona, que violava algumas disposições legais. A Metro do Porto apresentou posteriormente uma proposta destinada a corrigir as falhas apontadas, tendo o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução sido aprovado em 14 de Abril de 2008. O projecto, refira-se, prevê concretamente "a criação de um leito composto (que se desenvolve a céu aberto) entre a ponte da Rua da Quinta da Campainha e a zona urbana das Perlinhas" e o aumento da capacidade de vazão do caudal.


Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/noticia/04-11-2009/obras-do-metropolitano-em-rio-tintomotivaram-participacao-ao-diap-18149201.htm



Para mais informações cliquem aqui (site do Movimento Em Defesa do Rio Tinto) e aqui (blogue do movimento)

Sem comentários: