Morgan Tsvangirai voltou ontem a ser levado até uma esquadra e impedido pela polícia de fazer campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, a decorrer no dia 27
São os generais quem mais ajuda Mugabe a resistir
As Forças Armadas do Zimbabwe, cujo potencial mobilizável está avaliado em três milhões de homens e mulheres dos 16 aos 49 anos, montaram um autêntico golpe e reduziram o Presidente Robert Mugabe a uma mera figura decorativa, declarou ontem um diplomata ocidental citado pelo editor diplomático do matutino britânico Daily Telegraph, David Blair. De acordo com essa teoria, o apertado círculo de "securocratas", constituído por oficiais generais como Constantine Chiwenga, Augustine Chihuri, Perence Shiri e Paul Zimondi, que formam uma espécie de junta militar, estarão agora a dirigir o quotidiano do país, pelo que Mugabe se pode dar ao luxo de viajar quando bem entende. E é por isso mesmo que nos últimos dias ele esteve em Roma, a participar na cimeira da FAO. Os generais estão a arquitectar uma campanha de terror para suprimir o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), de Morgan Tsvangirai, primeiro classificado na primeira volta das presidenciais, em 29 de Março, e garantir que a ZANU-Frente Patriótica poderá continuar no poder depois da segunda volta, no dia 27 de Junho, disse aquele diplomata, para quem o Comando Conjunto de Operações é que é agora o verdadeiro poder. Ao longo de 28 anos de independência, os antigos companheiros de Mugabe na luta contra a Frente Rodesiana, de Ian Smith, acumularam uma fortuna consideráve, designadamente quando ficaram com fazendas confiscadas a agricultores de origem europeia.
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