China continua a ser o país com maiores emissões, à frente dos EUA, e a Índia está quase a roubar o terceiro lugar à Rússia
As emissões mundiais de dióxido de carbono continuaram a aumentar em 2007 nos mesmos moldes dos últimos anos: os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, são os principais responsáveis pelo aumento e juntos emitiram 53 por cento do CO2 no ano passado. Os dados oficiais do Projecto Global de Carbono (GCP), a instituição internacional que processa a informação existente e emite relatórios para o Painel Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC), mostram que em 2007 foram lançadas 8,5 mil milhões de toneladas de CO2, um dos principais gases responsáveis pelo efeito de estufa. O que representa um aumento de 38 por cento face a 1992, onde se emitiu 6,1 mil milhões de toneladas. Os 38 países mais desenvolvidos, que há 16 anos eram responsáveis por 62 por cento das emissões, hoje só emitem 47 por cento de todo o CO2."Os Estados Unidos eram o maior emissor de CO2 em 1992, seguido pela China, Rússia, Japão e Índia. Mas as mais recentes estimativas sugerem que a Índia passou o Japão em 2002, a China tornou-se o maior emissor em 2006 e a Índia está prestes a ultrapassar a Rússia, provavelmente este ano", explica Gregg Marland, do Oak Ridge National Laboratory (ORNL), o laboratório do Departamento de Energia norte-americano que estuda as emissões de carbono.O PGC utilizou os dados deste laboratório, que só vão até 2005. Para as emissões de 2006 e 2007, utilizou as extrapolações feitas a partir da informação do consumo de combustíveis fósseis da BP.
Os piores poluidores
Segundo a AFP, no ano passado as emissões de CO2 da China foram de 1,8 mil milhões de toneladas, enquanto os Estados Unidos emitiram 1,59 mil milhões. A Rússia lançou 432 milhões de toneladas, logo seguida pela Índia com 430 milhões. O relatório sublinha que a China está a produzir mais riqueza com o mesmo carbono emitido e avisa que cerca de um terço desta emissão deriva da produção de bens consumidos noutros países. Outra conclusão é que as florestas e os mares estão a perder capacidade de absorver o gás devido ao aumento anual das emissões. Em 2007 houve um aumento de CO2 na atmosfera de 2,2 partes por milhão (ppm) por ano, superior ao aumento médio entre 2000 e 2007 de 2,0 ppm. Os dados não são animadores. Em Abril deste ano registou-se um valor recorde de 387 ppm do gás na atmosfera, quando as emissões de CO2 estão acima dos piores cenários feitos pelo IPCC. Para Pep Canadell, o director executivo do PGC, este relatório "mostra uma aceleração da emissão e da acumulação atmosférica do CO2 sem precedentes, durante uma década em que houve um esforço internacional para combater as alterações climáticas".
Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/
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