domingo, 18 de outubro de 2009

Homens sujeitos a trabalho escravo são maioria dos casos confirmados de tráfico humano


Mais uma notícia inquietante sobre a condição humana - a escravatura humana em pleno século XXI e, ainda por cima, em... Portugal! É de facto uma vergonha para todos nós!

Vejam a notícia do dia de hoje no Público on line:

Homens sujeitos a trabalho escravo constituem a maioria dos casos já confirmados de tráfico de seres humanos em Portugal. Isto numa altura em que Portugal sinalizou, desde 2008, um total de 231 casos de tráfico de seres humanos, dos quais 41 (18 por cento) estão já confirmados.

“Ainda que os casos sinalizados sejam [de mulheres e] maioritariamente para fins de exploração sexual, a maioria dos casos já confirmados prende-se com a exploração laboral e respeitam a pessoas do sexo masculino”, sublinharam o coordenador do Observatório do Tráfico de Seres Humanos, Manuel Albano, e o presidente do mesmo observatório, Paulo Machado, numa declaração conjunta, hoje, no Porto.

Neste contexto, Paulo Machado salientou a aposta do observatório do dirige na inclusão da Autoridade para as Condições de Trabalho na sua rede de parceiros. “Aí temos pelo menos 150 inspectores que, nas suas operações de rotina e à boleia da sua actividade normal, poderão sinalizar situações menos claras” para serem investigadas posteriormente pelos órgãos de polícia criminal, afirmou.

Manuel Albano e Paulo Machado assinalaram que, “independentemente de posteriores confirmações” dos casos ainda em investigação, todas as situações sinalizadas são “relevantes”. “Sugerem sempre manifestações de descriminação, ilicitude, muitas vezes de violência de género, bem como de outros tipos de crimes”, enfatizaram os dois responsáveis na declaração que assinalou o Dia Europeu Contra o Tráfico de Seres Humanos.

Cerca de 90 por cento dos casos foram sinalizados em Portugal Continental, a partir de denúncia das próprias vítimas, que são maioritariamente mulheres da casa dos 30 anos, solteiras, de nacionalidade estrangeira e, em dois terços das situações, sem autorização de residência no país. Predominam entre as vítimas sinalizadas as mulheres que trabalham em estabelecimentos nocturnos do Norte, maioritariamente oriundas do Brasil, mas também de duas dezenas de outros países.

Uma parte, ainda que residual, do tráfico de seres humanos para fins sexuais detectado em Portugal - “menos de 10 por cento”, segundo Paulo Machado - afecta cidadãs autóctones. Um sistema de monitorização dos casos de tráfico de seres humanos vigora em Portugal desde 2008, no âmbito de um esforço articulado das autoridades para ajudar a travar este flagelo que, em todo o mundo, atinge 700 mil pessoas.

Esta medida inclui-se num pacote de acções que permitiram colocar Portugal “na vanguarda” do combate a esta prática”, segundo Manuel Albano. Uma das ambições do observatório é agora, de acordo com o responsável, harmonizar os registos internacionais destes casos cuja detecção implica, quase sempre, cooperação de autoridades de diversos países. “Admito que a medida seja implementada nos próximos meses. Para nós é muito relevante”, afirmou.

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1405666&idCanal=62

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