terça-feira, 20 de outubro de 2009

O bullying nas escolas portuguesas


O "bullying" é um dos assuntos que mais me preocupa e mais me revolta nas escolas portuguesas. Para muitos, o "bullying" é uma espécie de guerra silenciosa que atinge muitos lares portugueses e "arruína a vida" de cerca de 40 mil crianças. É uma situação vergonhosa e que é o reflexo do facto de alguns alunos por se acharem mais fortes perseguem covardemente aqueles que consideram mais frágeis. Metade dos alunos das escolas são autores ou vítimas de agressões escolares. Mas os peritos alertam para a falta de preparação das escolas para lidar com o fenómeno. Estas questões estão a ser debatidas no Congresso sobre Violência Escolar e Bullying, no Centro Cultural de Moscavide, em Lisboa.

Vejam a notícia sobre este assunto que foi publicada hoje no Diário de Notícias on line:


(...) Uma das oradoras do congresso é Sónia Seixas, professora universitária, que realizou um estudo sobre violência escolar em cinco estabelecimentos públicos do 3º ciclo, na Grande Lisboa, tendo concluído que 42,2% dos alunos são agressores ou vítimas de bullying. "Os professores não estão preparados para lidar com o problema. Resolvem as situações pelo bom senso, mas sentem falta de formação", avisa Sónia Seixas, explicando que percebeu a ausência de preparação nas visitas que faz aos vários estabelecimentos de ensino para falar de fenómeno. "O bullying é um comportamento agressivo, intencional e repetido, que acontece na escola para causar dano" explica a professora, acrescentando que no seu estudo verificou que 17,9% são agressores, 17,2% vítimas e 7,1% alternam entre os dois papéis. E, diz, a maioria dos episódio acontece nos locais privilegiados do aluno: no recreio, nos corredores, nos balneário ou nas casas de banho .

Já Mário Cordeiro, pediatra, considera que as escolas não apenas não sabem como lidar com os conflitos, como ignoram a dimensão do problema. "As escolas são tolerantes demais com o bullying", diz o médico, defendendo: "Tem de haver tolerância zero". As situações de violência escolar tendem a ser resolvidas com a mudança de escola da vítima de bullying ou com a suspensão do agressor. Mas, a opinião generalizada entre os especialistas, é que estas opções não são solução.

"A escola falha quando uma criança é obrigada a mudar" defende Fernanda Asseiceira, acrescentando que os alunos têm de ser acompanhados para que não fiquem traumatizados.

O trauma revela-se em sintomas psicosomáticos (dores de cabeça, insónias, vómitos), psicológicos (tristeza, desamparo ou até pensamentos suicidas) e nos resultados escolares (desmotivação, insegurança e notas baixas).

Se a solução usada na maioria das vezes com as vitimas de bullying está errada, o mesmo se pode dizer com as sanções aplicadas aos agressores. "Não se pode optar pela suspensão, porque é um reforço do estatuto social do agressor", explica Sónia Seixas.

Para os especialistas, não há receitas mágicas, mas é preciso apostar na prevenção. E, apesar do bullying ter o seu pico quando os alunos entram na adolescência, aos 13 anos, as práticas agressivas começam cada vez mais cedo, logo no jardim-de-infância. É preciso ensinar as crianças a resolver os problemas através da mediação. Para além disso, é preciso trabalhar a auto-estima, para aprenderem a ser assertivos. "Temos de ensinar as crianças que, em vez de chorarem, devem reclamar que o colega tirou o brinquedo" explica Graça Tavares.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1393357



E o que pensam vocês deste assunto. Preocupa-vos? Já foram vítimas ou foram testemunhas de situações de bullying? Como reagiram? Denuciaram a situação? Tiveram apoio por parte dos pofessores e funcionários? E os vossos pais como lidaram com a situação?

3 comentários:

ClaudiaSilva disse...

realmente o bullying é um assunto que preocupa muitos alunos, professores e pais.
no meu caso nunca tive esse problema, mas já assisti a uma cena de bullying que aconteceu na minha escola quando eu frequentava mais ou menos o 8ºano. Naquela escola existia alunos de bairro, não quero desclassificar esses alunos por serem de bairro, mas grande parte deles faziam grupos e o passatempo favorito deles era andar a traumatizar outras crianças que não tinham coragem de os enfrentar. é uma pena que coisas assim ainda existam, tanto em portugal como no mundo e que não haja limites para combater o bullying.

-olá prof. como vai esse novo ano lectivo? nas primeiras semanas de aulas passei aí com a andreia mas nao o encontramos, foi pena.

Eduardo Vales disse...

Olá Cláudia

Foi pena não as ter visto pela Escola. O ano lectivo está a decorrer normalmente. Só gostava que os alunos que tenho este ano participassem mais no blogue.

Espero que esta nova fase da tua vida esteja a correr bem.

Apareçam mais vezes

Eduardo Vales

Anónimo disse...

Não percebo como Escolas as vezes permitem que situações destas cheguem a extremos. É necessário ficar atento, pois normalmente as vitimas nao conseguem ter coragem para denunciar o agressor,e então sofrem calados durante imenso tempo, e ate muitas vezes,podem levar a suicidios,ou ate mesmo assassinatos,pois a pressao torna-se tal maneira alta que a vitima e naturalmente afectada psicologicamente.
Os agressores, na minha opiniao, têm o complexo de inferioridade que se traduz pela inveja dos outros e a necessidade de insulta-los ou ridiculariza-los para se sentir superior. Sao pessoas que tambem necessitam de ajuda.
Felizmente, nunca presenciei nenhum caso,mas que acontece cada vez mais, acontece.