Hoje foi exibido no Auditório da Escola o filme "Hotel Ruanda" O filme foi apresentado e discutido durante as aulas de Geografia C e História A do 12ºI. De seguida podem ver um artigo de Bruno Amorim sobre o conflito do Ruanda que ocorreu em 1994.
Foi no dia 6 de Abril de 1994, que a humanidade assistiu a um dos maiores horrores de que há memória. No Ruanda, tensões étnicas entre os hutu e os tutsi deram origem à violência e ao vasto derramamento de sangue, em sequência do agravamento de um conflito de décadas.No início da década de 90, o conflito entre as duas tribos (hutu e tutsi) aumentava a cada minuto. Até que a 6 de Abril de 1994, a morte dos Presidentes Juvenal Habyarimana, do Ruanda, e Cyprien Ntaryamira, do Burundi, num inexplicável acidente de avião, quando este se aproximava de Kigali (capital do Ruanda), significou o acender do rastilho de uma guerra civil muito sangrenta.
Os extremistas hutu usaram o acidente como pretexto para chegarem ao poder e tentaram aniquilar a população tutsi e os hutu moderados. Resultado: entre Abril e Julho de 1994, morreram mais de 800 mil pessoas, no maior genocídio que alguma vez aconteceu em África.
O genocídio levou ao êxodo massivo da população tutsi que não tinha outra alternativa senão fugir do país. Calcula-se que mais de dois milhões de ruandeses abandonaram o território, procurando refúgio em países vizinhos e que dentro do país, o deslocados foram mais de 1,5 milhões de pessoas. A guerra civil afectou directamente mais de metade da população ruandesa que tinha cerca de sete milhões de habitantes.
O jornalista da TSF, Emídio Fernando, esteve no Ruanda em Fevereiro de 1996, e contou ao JornalismoPortoNet aquilo que encontrou: “no Ruanda pude presenciar a um êxodo bíblico de pessoas a entrar e sair no país assim que os tutsi chegaram ao poder". Segundo o jornalista, “nessa altura os tutsi tentaram vingar-se do que os hutu lhes fizeram durante o genocídio".
Sem condições sanitárias suficientes, milhões de refugiados ruandeses morreram vítimas de doenças como a cólera e a sida.
Dez anos depois…
Dez anos passaram e a memória do genocídio ainda está bem presente nas mentes de todos os ruandeses, sejam eles hutus ou tutsis. O repórter revela mesmo que as feridas do massacre estão bem presentes: “não conheci uma única pessoa no Ruanda que não tivesse tido um familiar morto à catanada".
O Ruanda é um país traumatizado pela guerra civil, destruído na maior parte das suas infra-estruturas sociais, económicas e políticas que tenta agora recuperar. No entanto, a reconciliação étnica é algo em que Emídio Fernando não acredita. “Os hutus e os tutsi não se misturam e assim é difícil que se consiga estabelecer uma democracia".
Outro problema que afecta a população ruandesa é a Sida. A doença tem-se propagado por todo o continente africano, no entanto, tem tido maior incidência na região dos Grandes Lagos, onde também se encontra a República do Ruanda. “A Sida é um problema muito grave, pois até as classes dirigentes, pessoas que realmente fazem funcionar um país, foram atingidas pela doença. Assim, o futuro de países como o Ruanda encontra-se muito indefinido", disse Emídio Fernando.
Bruno Amorim, 06.04.2004
Fonte: http://jpn.icicom.up.pt/2004/04/06/genocidio_no_ruanda_foi_ha_10_anos.html
Os extremistas hutu usaram o acidente como pretexto para chegarem ao poder e tentaram aniquilar a população tutsi e os hutu moderados. Resultado: entre Abril e Julho de 1994, morreram mais de 800 mil pessoas, no maior genocídio que alguma vez aconteceu em África.
O genocídio levou ao êxodo massivo da população tutsi que não tinha outra alternativa senão fugir do país. Calcula-se que mais de dois milhões de ruandeses abandonaram o território, procurando refúgio em países vizinhos e que dentro do país, o deslocados foram mais de 1,5 milhões de pessoas. A guerra civil afectou directamente mais de metade da população ruandesa que tinha cerca de sete milhões de habitantes.
O jornalista da TSF, Emídio Fernando, esteve no Ruanda em Fevereiro de 1996, e contou ao JornalismoPortoNet aquilo que encontrou: “no Ruanda pude presenciar a um êxodo bíblico de pessoas a entrar e sair no país assim que os tutsi chegaram ao poder". Segundo o jornalista, “nessa altura os tutsi tentaram vingar-se do que os hutu lhes fizeram durante o genocídio".
Sem condições sanitárias suficientes, milhões de refugiados ruandeses morreram vítimas de doenças como a cólera e a sida.
Dez anos depois…
Dez anos passaram e a memória do genocídio ainda está bem presente nas mentes de todos os ruandeses, sejam eles hutus ou tutsis. O repórter revela mesmo que as feridas do massacre estão bem presentes: “não conheci uma única pessoa no Ruanda que não tivesse tido um familiar morto à catanada".
O Ruanda é um país traumatizado pela guerra civil, destruído na maior parte das suas infra-estruturas sociais, económicas e políticas que tenta agora recuperar. No entanto, a reconciliação étnica é algo em que Emídio Fernando não acredita. “Os hutus e os tutsi não se misturam e assim é difícil que se consiga estabelecer uma democracia".
Outro problema que afecta a população ruandesa é a Sida. A doença tem-se propagado por todo o continente africano, no entanto, tem tido maior incidência na região dos Grandes Lagos, onde também se encontra a República do Ruanda. “A Sida é um problema muito grave, pois até as classes dirigentes, pessoas que realmente fazem funcionar um país, foram atingidas pela doença. Assim, o futuro de países como o Ruanda encontra-se muito indefinido", disse Emídio Fernando.
Bruno Amorim, 06.04.2004
Fonte: http://jpn.icicom.up.pt/2004/04/06/genocidio_no_ruanda_foi_ha_10_anos.html
Podem visionar a seguir um vídeo com o trailer do filme "Hotel Ruanda", de 2004, dirigido por Terry George e interpretado por Don Cheadle, Nick Nolte, Joaquin Phoenix, Desmond Dube e Sophie Okonedo. O filme é uma co-produção de Itália, Reino Unido e África do Sul, e relata a história real de Paul Rusesabagina, que foi capaz de salvar a vida de 1268 pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994. Logo depois das primeiras exibições, sua história foi imediatamente comparada com a de Oskar Schindler.
9 comentários:
SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ: UM GENOCÍDIO 72 ANOS NA IMPUNIDADE!
No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.
A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como feras enlouquecidas, como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.
Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que sejam obrigados a informar a localização exata da COVA COLETIVA onde esconderam os corpos dos camponeses católicos assassinados na ação militar de 1937.
Vale lembrar que a Universidade Regional do Cariri – URCA, poderia utilizar sua tecnologia avançada e pessoal qualificado, para, através da Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa – PRPGP, do Grupo de Pesquisa Chapada do Araripe – GPCA e do Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU encontrar a cova coletiva, uma vez que pelas informações populares, ela estaria situada em algum lugar da MATA DOS CAVALOS, em cima da Serra do Araripe.
Frisa-se também que a Universidade Federal do Ceará – UFC, no início de 2009 enviou pessoal para auxiliar nas buscas dos restos dos corpos dos guerrilheiros mortos no ARAGUAIA, esquecendo-se de procurar na CHAPADA DO ARRARIPE, interior do Ceará, uma COVA COM 1000 camponeses.
Então por que razão as autoridades não procuram a COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO? Seria descaso ou discriminação por serem “meros nordestinos católicos”?
Diante disto aproveitamos a oportunidade para pedir o apoio nesta luta, à todos os cidadãos de bem, no sentido de divulgar o CRIME PERMANENTE praticado contra os habitantes do SÍTIO CALDEIRÃO, bem como, o direito das vítimas serem encontradas e enterradas com dignidade, para que não fiquem para sempre esquecidas em alguma cova coletiva na CHAPADA DO ARARIPE.
Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – (85) 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br
Gostei muito de ter assistido ao filme. Por ser baseado em factos verídicos, e as imagens serem tão emotivas, penso que despertou em nós vontade de fazer algo no sentido de serem evitadas guerras, que ainda por cima, são por razões absurdas. Mas como foi dito no debate, não há nada que possamos fazer em concreto, só mesmo os que estão no poder,mas talvez se fizéssemos algo para sensibiliza-los, pois, não é justo ficarmos de braços cruzados a assistir. De facto é um caso a pensar.
Por mais que eu tenha gostado do filme, por mais que este estaja bem conseguido e represente verdadeiramente a maneira vil da nossa existência neste mundo! não deixa por isso, de me entristecer por expor factos reais, enfim. Parece que não é só a inteligencia que nos diferencia dos animais, a crueldade, a estupidez, a ambição e a ganancia e o poder estão bem vincadas em nós.
já tinha ouvido falar neste filme muitas vezes, mas confesso que o seu titúlo me deixou a desejar, e portanto nunca o tinha visto. Contudo, agora que o vi, admito o quanto estava errada por julgar "O livro pela capa".
O filme expressa bem a dureza da guerra, o drama de se perder entes queridos, a dor de perder a casa, o trabalho, tudo o que nos torna nós... E ao mesmo tempo retrata tão bem a perseverança em persistir mesmo em tempos difíceis.
Faz-me sentir envergonhada que existam, a decorrer neste momento, tantas guerras e eu, nós, sejamos incap+azes de fazeralguma coisa para ajudar. Ao ver o filme, identifiquei-me numa das situações: todos os dias ouvimos notícias de guerras e atentados e mortes, comentamos "Que desgraça!", mas rapidamente nos esquecemos, e a nossa vida volta ao normal. Mas lá, não tão longe de nós, há crianças que ficam sem pais, famílias desfeitas, desalojadas, corpos a apodrecer nas ruas. E isso entristece e envergonha.
Gosto particularmente de assistir a filmes dentro deste genero, estou a referir-me por ser baseado em factos veridicos.
O filme é sem sombra de duvida chocante e marcante faz-me pensar como é que é possivel tal crueldade acontecer dentro da classe humana e principalmente porque é que ainda continua a existir, afinal de contas somos todos seres humanos iguias independentemente o nosso tom de pele, raça ou etnia.
A Guerra Fria e colonialização foram e continuam a ser as causas destas atrocidades. Por muita pena e frustração que eu tenha não posso fazer algo concreto para acabar com estes episodios que só me envergonham como ser humano.
Obrigado.
Ainda me lembro quando vi este filme no ano passado: foi um dos filmes que se manteve na minha memória, até hoje.
É um excelente filme, baseado em factos reais e com cenas realmente chocantes.
Foi um dos filmes que mais me motivou.
Se os alunos do Sr. Professor também virem o "Goodbye Lenin" no futuro, tenho a certeza que vão gostar bastante.
Estes dois filmes são dois dos filmes que mais gostaria de rever.
Cumprimentos,
Mariana da Costa Magalhães.
Hotel Ruanda!! Um filme que marcou o meu 12º... Ainda me Lembro bem de ver este filme e de algumas cenas que foram bem chocantes, como aquela que o protagonista vai na carrinha e começa a andar no nevoeiro por caminhos instaveis que afinal era "apenas" uma rua cheia de mortos. foi na minha opinião a cena mais chocante.
Foi apenas uma cena de um filme, mas pensar que alguem viveu isso em algum momento da vida é traumatizante. e pensar que vivemos mal? existe gente que vive ou ja viveu bem pior.
Prof. quando vai mostrar o pianista? Hoje voltei a ver esse filme.
cumprimentos
Cláudia Silva ex:12ºH
Eu gostei imenso deste filme.
Normalmente quando vemos um filme violento depois de o vermos já nem sequer nos lembramos dele, mas saber que a violência que aconteceu no filme, aconteceu mensmo em Ruanda,chocou-me.
O filme retrata muito bem o que aconteceu, e vou me lembrar dele ainda durante muito tempo.
É inacreditável, que alguém possa fazer estes actos violentos a outros. Mas a verdade é que isso acontece e as pessoas não devem virar a cara, mas sim tentar fazer algo para impedir que isto aconteça.
Diana Lemos
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