sexta-feira, 25 de abril de 2008

Crise nos mercados mundiais de cereais


Mercado mundial do cereal afectado

Arroz já é racionado para alguns americanos
Restrições na venda de arroz impostas pelos principais produtores estão a gerar uma grave criseNão aconteceu só em países pobres – onde se tem visto tumultos por causa do aumento do preço dos bens essenciais. Está a acontecer nos Estados Unidos. Um retalhista do Grupo Wal-Mart, o Sam’s Club, restringiu a quatro pacotes (de nove quilos cada - o equivalente a 20 libras) o limite máximo de arroz que cada cada cliente pode levar numa compra.Depois de ter duplicado num ano, no mercado de matérias primas de Chicago, cada cem libras de arroz está a ser pago a 25 dólares, face a esta medida de um dos gigantes do comércio a retalho, justificada pelos receios de dificuldades no abastecimento do mercado mundial por parte de exportadores tradicionais, como a China, a Índia, ou o Vietname. Estes países estão preocupados com a manutenção de preços nos respectivos mercados internos, muito dependentes deste cereal, e já restringiram as exportações. E outros podem seguir-lhes o exemplo, como o Brasil. A Tailândia, que inicialmente também se pensava que ia impôr restrições, já anunciou que não o vai fazer.

A crise económica mundial já chegou aos mercados de cereais. Agora é a vez do arroz, que é base da alimentação de muitos povos, especialmente do Sul e Sudeste da Ásia. Os portugueses são os maiores consumidores de arroz em toda a UE.

5 comentários:

Paulo disse...

Mais uma consequência da crise económica. Lembro-me de, quando comentei uma noticia do blog sobre esta crise, ter referido que a diferença entre os "choques" petroliferos dos anos 70 e a subida a galope dos preços do petróleo actualmente está exactamente no facto de que a crise actual afecta outros bens essenciais, como os cereais. É o que se está a verificar. A racionalização do arroz em países como os EUA mostra que algo não está bem, e o facto de nós, portugueses, sermos os maiores consumidores de arroz da UE é preocupante.

Vasco PS disse...

Espero que esta tendência não se acentue e tenho esperança que Portugal não sofra com esta crise mundial. Baseio-me no facto de a UE ser excedentária na produção de cereais e outros produtos agrícolas (quase todos). Não nos podemos esquecer que todos os anos milhões de toneladas de alimentos são destruídos para que se mantenham os preços desejados nos mercados europeus, em vez de se ceder esses excessos de produção a alguns PED. Assim, se a crise começar a afectar a Europa, basta não destruir excedentes, que chegam e sobram para matar a fome a muita gente. Como é óbvio, se se quiserem manter acordos e interesses económicos, manter-se-á a política de importação actual, e a escassez será mais do que certa.

Soraia disse...

Bem...confesso que esta situação me preocupa...mas considero que Portugal, apesar de ser um dos países que mais consome cereais, além de ter uma produção interna que representa cerca de 20% do consumo, está integrado na UE, que como disse o Vasco e bem, é excedentária na produção de cereais.
Penso que esta situação irá colocar à prova aquilo que é realmente prioritário: responder às necessidades alimentares da população, ou continuar a manter os interesses económicos acima do bem-estar da humanidade.

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro disse...

Bem isto é preocupante... nos somos os maiores consumidores de arroz da UE devido á nossa dieta mediterrânea muito á base de cereais.

Esta crise é uma problemática que já vinha a ser alertada pelos membros da FAO desde que a crise petrolífera começou a mostrar os seus efeitos na economia mundial.
Esperemos que esta crise não afecte o nosso país e que as políticas de importação sejam mudadas e que os países desenvolvidos pensem nas repercussões que essas políticas trazem aos países em desenvolvimento.