quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro: Sete anos depois, terrorismo já não é principal ameaça mas está nas prioridades


Sete anos depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001, o terrorismo ainda é central nas preocupações de americanos e europeus, mas começa a ser ultrapassado por outras duas ameaças - a dependência energética e a possibilidade de uma profunda crise económica - revelam os resultados do Transatlantic Trends 2008. Este inquérito às opiniões públicas americana e europeia, que funciona como um barómetro anual do estado das relações transatlânticas, mostra, em ano de eleições nos Estados Unidos, que a maioria dos europeus aposta claramente numa vitória do candidato democrata, Barack Obama, e acredita que esta contribuirá para uma melhoria das relações entre os dois lados do Atlântico. São 69 por cento os europeus que têm uma opinião favorável de Obama contra apenas 26 por cento que preferem o candidato republicano, John McCain. Se Obama vencer, quase metade dos europeus (47 por cento) acredita que as relações Europa-EUA vão melhorar. Se a vitória for de McCain, apenas 11 por cento dos europeus acredita numa melhoria, enquanto 49 por cento acha que ficarão na mesma. Nesta Europa claramente pró-Barack Obama, são os portugueses que revelam uma mais alta taxa de preferência (35 por cento) por McCain.

Divididos pelo clima

Questionados sobre quais serão as maiores ameaças que os poderão afectar pessoalmente nos próximos dez anos, europeus e americanos concordam - dependência energética (87 por cento de americanos/82 de europeus); crise económica profunda (87 por cento/78 por cento); terrorismo internacional (69 por cento/62 por cento); a aquisição de armas nucleares pelo Irão (69 por cento/52 por cento), o fundamentalismo islâmico (53 por cento/47 por cento) e, por fim, o aquecimento global (o único caso em que a preocupação dos europeus ultrapassa a dos americanos, com 82 por cento contra 67 por cento). Mas quando a pergunta passa das ameaças para as prioridades do próximo Presidente americano e dos líderes europeus, o terrorismo internacional aparece em primeiro lugar (43 por cento dos europeus, 42 dos americanos). A grande diferença tem, mais uma vez, a ver com as mudanças climáticas - 41 por cento dos europeus consideram-nas uma prioridade, opinião que é partilhada apenas por 18 por cento dos americanos.

Relações mais estreitas

Os últimos anos foram difíceis. A evolução dos Transatlantic Trends mostra que a grande mudança nas relações transatlânticas deu-se a partir de 2002. Nesse ano, 64 por cento dos europeus consideravam desejável a liderança americana em questões internacionais, no ano seguinte essa percentagem tinha caído para 45 por cento, e em 2004 já estava nos 36 por cento, valor que mantém em 2008. Apesar disso, os europeus sempre distinguiram entre a liderança da América e a aprovação da presidência de George W. Bush (esta com valores sempre bastante inferiores). Pode, portanto, ser a proximidade das eleições americanas e a perspectiva de uma mudança que explique o aumento (embora modesto) da percentagem de europeus que gostariam que as relações entre os dois lados do Atlântico fossem mais estreitas. Aumentou também o número de europeus que consideram a NATO essencial para a sua segurança (57 por cento, mais quatro por cento do que em 2007). Estes resultados significam que, pela primeira vez desde 2002, parou a tendência para uma diminuição do apoio à NATO, sobretudo na Alemanha e na Polónia. Europeus e americanos partilham várias preocupações, e uma das que têm vindo a acentuar-se é com a Rússia. Mas os primeiros mostram-se mais preocupados com o papel da Rússia como fornecedor de energia, enquanto os segundos receiam-na sobretudo pelo seu papel como fornecedor de armas ao Médio Oriente. A sondagem revela também uma diferença de perspectiva entre os dois lados do Atlântico no que diz respeito à dependência energética. Os americanos (48 por cento) acham que se deve diminuir a dependência mesmo que isso signifique um forte aumento de preços (há 35 por cento de europeus a dizer o mesmo). Mas são mais os europeus (35 por cento contra 23 por cento de americanos) que defendem que é preciso aumentar a cooperação com os países fornecedores de energia, mesmo que estes não sejam democráticos. Quase metade dos portugueses (45 por cento) pensa que é "muito provável" vir a ser pessoalmente afectado pela dependência energética (a média europeia é de 49 por cento) e 41 por cento (eram 35 por cento em 2007) defende que se aumente a cooperação com países produtores de energia, mesmo que os governos não sejam democráticos.

Nota: O Transatlantic Trends 2008 é um projecto do German Marshall Fund (EUA) e da Compagnia di San Paolo (Itália), com o apoio da Fundação Luso-Americana (Portugal), Fundación BBVA (Espanha) e Tipping Point Foundation (Bulgária) que avalia a opinião pública nos EUA e 12 países europeus.



Qual é o vosso comentário relativamente às conclusões deste estudo? E, já agora, quais são os principais problemas mundiais que vos preocupam? Quais são as principais ameaças que vos poderão afectar nos próximos 10 anos?

1 comentário:

Diogo Silva disse...

Gostaría de começar com uma frase que se aplica neste momento aos Estados Unidos: "Todos os Impérios têm um fim". Assim é! Na realidade já houve varios imperios que mais tarde ou mais cedo ruíram, sendo o caso mais fulgurante e vertiginoso o de Roma. Enfim, apartes. Estados Unidos tem as suas virtudes mas são um antro de defeitos, defeitos esses que serão em mair número e bastante graves...opiniôes são opiniões, mas, o que concluio daqui é que a própria mãe Natureza parece concordar comigo (em tom de brincadeira). Tornados, tempestades, pequenos terramotos, zonas de seca extrema são apenas alguns dos problemas climáticos existentes e em aparecimento na nada má geograficamente situada America. O terrorismo serviu para a America repensar bem na sua segurança interna e externa, no entanto e como refere no documento os problemas agora não são só esses. A recessão economica é assutadora para todo o mundo (em formato de prognostico). Digamos que, e utilizando a expressão do professor, a America não foi propriamete bafejada neste caso de boa sorte. Neste momento os Estados Unidos estão a correr atrás do prejuizo, realmente estão... para bom entendedor meia palavra basta. Posso verificar ainda que os maiores interessados nesta queda "imperial" serão outras potências, que por sua vez quererão o monopólio Americano e será sempre assim ciclicamente. Preocupações, preocupações são as dos efeitos que isso terá a nível global (para não ser muito egoista e dizer como afectará Portugal), talvez em relação á água, e a mortalidade gerada pelas ambiçoes belicas e desastres naturais...recentemente até tive acesso a um amigo que vive no hawai e ele disse que numa ilha que tinha sido um importante ponto de encontro militar americano na segunda guerra mundial as aves estavam a comer apenas biberões fraldas e brinquedos, isto é bastante grave porque a cadeia alimentar está a ser destruida e por sua vez a restante fauna e flora... Pior do que isto existirá?







Queria só deixar aqui o meu blog. wordsthroughtheheart.blogspot.com ainda nao esta acabado esta em fase inicial ainda mas vou apetrechando e gostava muito de ter visitas e comentarios do professor e dos meus colegas. Espero que o comentario nao seja muito mau foi improvisado e nao teve muito raciocionio feito antes porque so ka vim ler isto hoje.