sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Rússia testou com êxito míssil intercontinental


Projéctil será capaz de penetrar sistema de defesa antimíssil


A Marinha russa anunciou hoje ter testado, com sucesso, um míssil intercontinental de ogivas múltiplas que, segundo Moscovo, terá capacidade para penetrar o sistema de defesa antimíssil que os EUA pretendem instalar na Europa de Leste.“O sub-marino nuclear estratégico Dmitri Donskoi efectuou hoje com sucesso o disparo do moderno míssil balístico Bulava, a partir do mar Branco [no noroeste da Rússia] contra o polígono de Kura”, no extremo oriente do país, anunciou a armada russa, em comunicado.Segundo um responsável do Ministério da Defesa, citado pela agência Interfax, “o disparo e o voo do míssil decorreram com normalidade” e as ogivas atingiram os alvos previstos, ao início da tarde de hoje.Com um alcance de oito mil quilómetros, o Bulava pode ser equipado com até dez ogivas de trajectória independente, o que leva Moscovo a garantir que será “capaz de penetrar todos os sistemas antimísseis existentes e os futuros”, numa clara referência ao projecto americano.Na sua origem, o novo míssil é a versão naval do sofisticado míssil terra-terra Topol-M, destinando-se a equipar os novos submarinos da classe Borrei, substituto dos submarinos nucleares soviéticos, cujo primeiro exemplar entrou ao serviço no início de 2007. O primeiro ensaio de um protótipo do Bulava foi noticiado em 2005, mas no ano seguinte os três testes realizados saldaram-se em fracasso. A Rússia opõe-se ao desenvolvimento de um sistema antimíssil junto às suas fronteiras – o projecto americano prevê a instalação de um radar na República Checa e interceptores na Polónia –, apesar de Washington garantir que o objectivo é anular eventuais ataques que sejam lançados por “Estados párias”, como o Irão ou a Coreia do Norte.


1 comentário:

Vasco PS disse...

A Rússia está a erguer a sua defesa. Outra coisa não seria de esperar perante os constantes abusos dos EUA. A Europa, mais uma vez, torna-se submissa aos EUA e perde uma oportunidade de manter estavéis as relações com a Rússia.