OMS acha que o mundo está "bem preparado"
Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1386220&idCanal=11
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou hoje para o máximo o nível de alerta para a gripe A H1N1, mas precisou que, apesar do âmbito global, se trata de "uma pandemia moderada"."Pandemia significa extensão [do vírus]. Mas, um maior nível de alerta pandémico não significa necessariamente que veremos um vírus mais perigoso ou que muita gente vai ficar gravemente doente", disse a directora-geral da OMS, Margaret Chan, em conferência de imprensa, em Genebra. A responsável preveniu que os países que registaram uma actividade mais signficativa do vírus A H1N1 deverão esperar uma segunda vaga. "Os países onde a epidemia atingiu um pico devem preparar-se para uma segunda vaga de infecção", explicou Chan. Depois de referir que se trata "da primeira pandemia do século XXI" e de salientar que o mundo está bem preparado para a enfrentar, a directora-geral da OMS afirmou que "moderada" é a classificação global da pandemia, mas cada governo terá de adequar a resposta de saúde pública segundo a sua situação concreta. Margaret Chan referiu que se deve ter em conta a vulnerabilidade da população de um país específico, assim como do seu sistema de saúde. A directora-geral da OMS reconheceu que o facto de a maioria dos casos de gripe A H1N1 serem ligeiros pode levar muita gente a questionar a razão de declarar uma pandemia, mas advertiu que há que não baixar a guarda. A diferença entre "uma reacção extrema e a complacência é um dos assuntos que preocupam a OMS", referiu a responsável, depois de reconhecer que alguns governos estavam preocupados por possíveis reacções negativas após a declaração de alerta máximo. A decisão de elevar o nível de alerta para a gripe A H1N1 implica um conjunto de recomendações a todos os países, quer tinham sido afectados quer não, com o objectivo de "reduzir o impacto da pandemia" sobre a população. Nas regiões afectadas, os governos podem colocar os seus países num estado considerado apropriado. Entre as recomendações aos Estados estão o dever de informar a organização acerca da evolução da pandemia e avisar de qualquer mutação do vírus ou de sinais de resistência aos anti-virais. A nível individual, a OMS aconselha as pessoas com doenças respiratórias graves a ficarem em casa e limitarem os seus contactos com a vizinhança. As medidas de isolamento podem ser acompanhadas do encerramento de escolas e do ajustamento dos horários de trabalho, de modo a evitar que muitas pessoas estejam em contacto. Os governos podem também incentivar a redução de deslocações ou a aglomeração de pessoas, por exemplo, nos transportes públicos, mas a OMS não recomenda restrições oficiais de viajar para os países afectados. Os países devem planificar a distribuição de vacinas e acelerar a preparação de campanhas de vacinação em massa, além de fornecerem informações regulares à população acerca da evolução da pandemia, tratamentos e medidas profilácticas adequadas. A gripe A H1N1 que, desde o seu aparecimento, em final de Março, já provocou 28 mil doentes em todo o mundo, afectou principalmente os EUA (com 13.217 casos), México (5.17), Canadá (2446), Austrália (1224), Chile (1694) e Reino Unido (666 casos). (Público on line, 11.06.09)
Última epidemia à escala global aconteceu há mais de 40 anos
A pandemia hoje declarada é a primeira em mais de 40 anos. O século XX ficou marcado por três epidemias à escala mundial, fenómenos que normalmente acontecem com intervalos de várias décadas. Mas a mais famosa e letal, a pandemia das pandemias, foi a de 1918 (conhecida como gripe espanhola ou pneumónica), que varreu o mundo e originou a morte de mais de 40 milhões de pessoas. Vários paralelos têm sido estabelecidos com a nova gripe - também começou na Primavera, afectava sobretudo jovens adultos e foi provocada por outra versão da mesma estirpe H1N1 - mas os especialistas não se cansam de sublinhar que há muitas diferenças e que o mundo mudou radicalmente desde então. Para o director-geral da Saúde português, Francisco George, os dados actuais fazem prever um impacto semelhante ao da pandemia de 1957, muito menos grave. Esta pandemia, a asiática, surgiu na China e provocou mais de um milhão de mortes. Causada por outro subtipo do vírus (H2N2), menos virulento, teve uma taxa de mortalidade atenuada devido também à existência de antibióticos para tratar subsequentes complicações bacterianas. A terceira pandemia, a de Hong Kong, que começou em 1968, foi a menos mortal (entre 700 mil a um milhão de mortos). As diferenças justificam-se pelas características específicas dos vírus e a melhoria das condições de vida e dos serviços de saúde.
Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1386220&idCanal=11
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