domingo, 4 de janeiro de 2009

Ofensiva terrestre na Faixa de Gaza já matou 30 palestinianos


Foto: Baz Ratner/Reuters

Mais de 200 feridos

A ofensiva terrestre israelita lançada ontem à noite na Faixa de Gaza já causou a morte a, pelo menos, 30 palestinianos e fez mais de 200 feridos, segundo fontes hospitalares palestinianas. Tanques israelitas e aviões militares continuam a lançar bombas sobre posições suspeitas palestinianas, enquanto o Hamas responde com "rockets" e disparos de morteiro. Entre os mortos estão 17 civis, incluindo mulheres e crianças, informou Mouawiya Hassanein, chefe dos serviços de urgência palestinianos. Pelo menos 20 palestinianos foram mortos em Jabalya e Beit Lahiya, uma das zonas por onde entraram ontem à noite as forças terrestres israelitas, dois perto de Khan Younes, três em Raffah, no Sul do território, e cinco na cidade de Gaza. Neste ataque, esta manhã numa zona comercial de Gaza, morreram cinco pessoas e 40 ficaram feridas. O raide aéreo sobre Khan Younes visou um importante líder do braço militar do Hamas, Jihad Hamdan, que ficou gravemente ferido, segundo a AFP. Uma médica do Crescente Vermelho dum hospital em Gaza descreveu à Reuters aquilo que considera um pesadelo. "Os civis estão a ser mortos... explosões estão a atingir pessoas (...). Todos estão aterrorizados". A estação de televisão Al-Jazeera, com uma correspondente no hospital Shifa em Gaza, avança que os médicos tentam fazer o melhor que podem com escassos recursos e perante o aumento do número dos feridos. A jornalista comenta que o cenário é caótico, com os médicos a tratar dos doentes no chão. Desde o início dos ataques israelitas a 27 de Dezembro já morreram 485 palestinianos. Segundo o site do “Jerusalem Post”, o Hamas disparou esta tarde vários “rockets” sobre as cidades israelitas de Sderot, Ashkelon e Ashdod. Uma mulher ficou ligeiramente ferida em Sderot. Ao longo de todo o dia de hoje, o Hamas terá disparado sobre Israel 25 "rockets". Do lado israelita, o Exército refere 32 soldados feridos desde o início da ofensiva terrestre. Quatro israelitas mortos é o balanço desde que começaram os ataques, a 27 de Dezembro.

Território "cortado" ao meio


Desde ontem à noite, os tanques e soldados israelitas cortaram, virtualmente, ao meio Gaza, um território onde vivem 1,5 milhões de pessoas, e hoje posicionaram-se às portas da cidade de Gaza. A aviação israelita atingiu dezenas de alvos, incluindo túneis de contrabando de armas e depósitos de armas. Mas o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, disse hoje que as tropas israelitas enfrentam ou a morte ou a captura. "O inimigo sionista deve saber que a sua batalha em Gaza é uma batalha perdida", disse Abu Obeida. "A batalha só agora começou e o inimigo deve sofrer as consequências", disse hoje Obeida à estação de televisão com sede no Qatar, Al-Jazeera. O Hamas disse hoje ter sequestrado dois soldados israelitas mas o Exército israelita negou a informação. Na Faixa de Gaza, as populações estão escondidas nas suas casas há dias e as agências humanitárias alertaram que se estão a esgotar os alimentos, a água e os medicamentos. (Público, 04.01.09)



Mais uma guerra no Mundo, mais uma guerra no Médio Oriente, mais uma guerra no conflito israeloárabe, que é na verdade um dos conflitos mais difíceis de resolver em todo o Mundo. Voltaremos, infelizmente, ao assunto.

1 comentário:

Filipe Ribeiro disse...

Isto é realmente triste...Os dois lados tem a culpa, do lado palestiniano, uma minoria que enche Israel de rockets, do outro lado temos Israel com um poderio militar muito superior. Hoje 30 mortos, amanhã 50 e o número não parará de crescer...Para min a razão desta invasão são as eleições israelitas, a verdade é que me entristece pensar que o actual primeiro ministro faz isto para ganhar as eleições, já que as sondagens relatavam uma vantagem para a oposição. Agora com esta invasão, ganhou mais confiança e claro mais votos. È certo que os palestinianos não deram grande valor ao cessar fogo mas a ofensiva israelita não era a resposta.