Tendo sido 2008 o Ano Europeu para o Diálogo Intercultural, o projecto "Bem Vindos à Nossa Terra" esteve hoje na nossa Escola , dia 9 de Janeiro, a pedido da professora Manuela Vieira, de Religião e Moral. O objectivo era cativar a atenção dos alunos para a temática das "Migrações e Interculturalidade", e julgo que o objectivo foi cumprido. Esteve presente a turma do 11ºJ.
Natasha Marjanovich e Nuno Marques fazem parte do Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR), e percorrem o país com a acção "Bem vindos à nossa terra". Tratou-se de uma pequena apresentação, realizada pelo Dr. Nuno Marques, sobre a população estrangeira que reside em Portugal e todos os dados inerentes ao tema foram abordados. A actriz Natasha Marjanovich, também ela uma imigrante da antiga Jugoslávia, teve um contributo muito interessante, retratando a vivência de uma imigrante que chega a Portugal e tem de passar por diversas etapas, não muito fáceis: arranjar casa, aprender a língua, arranjar emprego, processos burocráticos e enfrentar a solidão por estar num país estrangeiro, sem os seus familiares.
Gostaria que os alunos do 11ºJ partilhassem com todos nós o que acharam desta actividade. Gostaram? Até que ponto foi útil para a vossa formação?
Sites de interesse:
http://www.jrsportugal.pt/
http://www.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&file=article&sid=1732
Excertos da peça "Ventos de Leste", interpretado por Natasha Marjanovic:
“...Eu saí no começo da guerra. Fui para casa de meus pais, em Belgrado. Sete anos depois, dá-se a intervenção da NATO. Chega!...Vou-me embora, (pensei)._mas...para onde é que eu vou?”
“...Ouvi falar de Lisboa, uma cidade romântica, bebem um bom vinho, comem muito marisco, não há guerra há tantos anos. Está decidido. Eu vou para Portugal!...”
“...Tínhamos acabado de chegar, trazendo connosco somente o essencial. A guerra é assim...expulsa as pessoas das suas casas e obriga-as a pôr dentro duma mala toda uma vida. Será que cabe?...”
“...Sou Natasha...”
“...Quando cheguei a Portugal, caí pela primeira vez em depressão. Não me apetecia fazer nada.
Eu sabia que cada começo é difícil. Mas quanto tempo demora este começo?...”
“Quando menos se espera, a campainha toca: _ ding, dong!
Era o porteiro do nosso prédio.
Trouxe um saco cheio de cerejas.
Duma forma tão simples, tão querida o Sr. Joaquim disse:
- Bem-vindos a Portugal!”
Natasha Marjanovic
Nasce em Jajce, Bosnia Herzegovina, em 1970. Forma-se na Escola Superior de Teatro de Belgrado. Cria uma Companhia de Teatro para crianças em Sava Centar, Belgrado. Escreve, encena e apresenta um reportório que, desde 2001 leva à cena em Escolas e Salas de Teatro em Portugal. Desde 2002 desenvolve junto de escolas, jardins-de-infância e associações sem fins lucrativos, aulas de teatro para crianças, onde trabalha regularmente.
3 comentários:
Tive imensa pena de não poder ter assistido a esta palestra, no entanto acho que devemos dar o máximo apoio aos imigrantes, visto que deve ser extremamente doloroso em termos psicológicos deixarem os seus países, a sua cultura, amigos e família, e vir muitas vezes em direcção ao desconhecido.
Cristiana Alves
12ºH
A palestra foi muito boa. Na minha opinião, é talvez a palestra de que mais gostei e que já assisti na escola. Confesso que foi o contributo da actriz que deu mais vida a toda a apresentação, pois penso que nos é mais fácil compreender as situações quando nos são contadas assim, com sentimento, com êxtase e tristeza e alegria, tudo misturado. Além disso, a parte final, com as músicas, a dança e as receitas típicas da Bósnia, foi muito divertida.
A ideia que geralmente se tem dos imigrantes é que só vêm para o nosso país roubar emprego aos nacionais, mas isso não coincide, de todo, à verdade. Muitas vezes não se tem mais nenhuma solução senão a de abandonar o nosso país - seja por razões sociais, ou políticas, ou económicas - e entendo o quão difícil deve ser recomeçar do zero num país, tantas vezes, tão diferente do que estamos habituados.
Tal como foi dito, devemos tratar os imigrantes da mesma forma que gostaríamos de ser tratados lá. Nunca se sabe o que o futuro nos reserva.
Esta palestra foi de longe a que eu mais gostei até hoje.
Não só porque me esclareceu enumeras duvidas que eu tinha sobre a emigração, mas também pela participação da actriz que conseguiu nos fazer rir, interargir com ela, participar na palestra e também nos conseguiu comover com a sua história de vida.
Concerteza que não é fácil mudar de país, de cultura e acima de tudo mudar de vida, já que muitas vezes quando o fazemos seja por questões económicas ou porque gostamos desse país, etc, sentimos sempre a falta da nossa família e do que nos é familiar, mas eu propria não consigo imaginar o horror de passar fome e de abandonar o país onde nasci, porque lá existe uma guerra.
Só posso desejar que os emigrantes sejam tratados de igual forma, pois eles não são um prejuízo, mas sim uma mais valia para o nosso país.
Diana Lemos 11ºJ
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