sexta-feira, 16 de abril de 2010

A erupção do vulcão Eyjafjllajokull está a lançar o caos no tráfego aéreo em grande parte da Europa


Mais de 50 por cento do tráfego aéreo previsto para hoje na Europa deverá ser anulado por causa da nuvem de cinzas vulcânicas que vem da Islândia, da erupção do vulcão Eyjafjllajokull de que já vimos imagens neste blogue num post anterior.

A Eurocontrol conta que se realizem 11.000 voos, quando num dia normal esse número seria de 28.000. Dos 300 voos previstos para esta manhã entre a América do Norte e a Europa, só 100 a 120 puderam ser assegurados. O espaço aéreo continua fechado na Irlanda, Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Estónia, no Norte da França, incluindo aeroportos de Paris, e em algumas zonas da Alemanha e da Polónia, incluindo Varsóvia. Na Holanda, foram suspensos todos os voos no aeroporto de Amesterdão. O tráfego aéreo nos aeroportos asiáticos começa também a ser afectado, e, assim, um fenómeno muito local (Inslândia) transforma-se rapidamente num problema global.

Tudo isto acontece porque as cinzas expelidas pelos vulcões são um grande risco para a aviação civil, porque podem danificar os motores dos aviões e reduzir drasticamente a visibilidade. Por isso é que foram encerrados inúmeros aeroportos por causa da erupção do vulcão islandês.

Ao longo dos últimos 20 anos, foram registados 80 casos de aviões apanhados em nuvens de partículas vulcânicas. As cinzas provocaram a perda de dois Boeing 747 e danificaram outros 20 aparelhos, com custos de reparação na ordem de centenas de milhões de euros, segundo peritos.

Na alta atmosfera, onde circulam os aviões comerciais, a cinza vulcânica pode causar uma avaria no motor, danificar as pás das turbinas ou ainda as sondas electrónicas de Pitot, podem provocar a perda de aparelhos e mortes.

Com o tráfego de passageiros a aumentar 5 por cento ao ano no mundo, o carácter imprevisível das erupções vulcânicas pode fazer deste novo risco uma ameaça significativa.

O primeiro caso amplamente documentado de um avião que atravessou uma nuvem de cinzas vulcânicas foi o de um voo da British Airways em 1982, no momento da erupção do vulcão indonésio Gulanggung.

Todos os reactores do avião perderam a potência enquanto o aparelho atravessava uma nuvem de cinzas. A aeronave caiu mais de 4 mil metros antes de chegar a um lençol de ar não poluído, o que permitiu o recomeço dos motores.

O avião conseguiu então finalmente uma aterragem de urgência em Jacarta, apesar de um dos pára-brisas ter ficado completamente opaco por causa das cinzas.

Em 1989, um avião assegurando o voo KLM 747 entre Amesterdão e Anchorage, no Alasca, deu por si no meio de uma nuvem de cinzas do vulcão Redoubt, a 177 quilómetros da cidade norte-americana, apesar dos sistemas de alerta previstos, o que levou à perda de potência dos motores. Conseguiu ainda aterrar em Anchorage, mas a substituição dos quatro motores danificados custou 80 milhões de dólares.

Durante as grandes erupções do vulcão indonésio de Pinatubo em 1991 – quando as nuvens de cinzas tiveram ainda uma influência sobre o clima – foram reportados mais de 40 incidentes com aviões.

Nos trópicos – no caso de Pinatubo – as nuvens de cinzas podem-se manter “vários meses, até mesmo um ano” a mais de 18 quilómetros de altitude, bloqueando os raios solares, com um impacto na temperatura ao sol, diz Tourre. Mas a situação deverá ser diferente no caso do vulcão islandês.

Fonte: Público

Vejam agora um vídeo da TVGlobo alusivo ao assunto.



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