Numa altura em que tento se fala em pedofilia, é importante chamar as crianças e os jovens a atenção para um dos grandes riscos a que se sujeitam: o aliciamento de menores por intermédio da Internet. É preciso ter muito cuidado com o modo como as crianças e os jovens se relaciona com desconhecidos na net pois os perigos são reais e são muitos. Leiam a notícia que saíu hoje no jornal Público:
Está estudado que os menores entre os 10 e os 15 anos são o grupo que mais utiliza a Internet: 92,7 por cento. Riscos estão à espreita.
Entra-se num site de conversação para falar com os amigos. Um desconhecido mete conversa. Acha-se graça. Responde-se. Aos poucos a relação vai crescendo e, em pouco tempo, partilham-se histórias e fotos. Mas do outro lado da linha pode nem sempre estar alguém com boas intenções. Um abusador ardiloso, um assaltante interessado em informações da casa de família ou um traficante que alimenta uma rede de exploração laboral. Tudo casos reais.
A maioria dos aliciamentos através da Internet são de cariz sexual e vários inspectores da PJ ouvidos pelo PÚBLICO acreditam que estão a aumentar. Como tem aumentado o acesso dos mais novos a este meio de pesquisa e conversação. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, os menores entre os 10 e os 15 anos são os que mais utilizam a Internet. Em 2008, neste grupo etário eram 92,7 por cento os que indicavam utilizar a Net, contra 87,4 na classe dos 16 aos 24 e 69,5 na dos 25 aos 34. O número desce para 5,2 por cento no último grupo etário dos 65 aos 74 anos.
Em 2005, apenas um terço dos menores entre os 10 e os 15 anos afirmava utilizar a Internet "todos ou quase todos os dias", uma percentagem que subiu para 55 por cento em 2008.
Aumento de participações
O aumento de participações, acreditam os investigadores, é sinal de uma maior consciencialização de todos, sobretudo dos pais, que na maior parte das vezes denunciam os casos. "Muitas vezes os menores nem se apercebem que estão a ser vítimas de um abuso", explica o inspector-chefe da Directoria do Centro da PJ, Camilo Oliveira, coordenador do departamento que investiga os abusos sexuais. É que quando se fala de abusos não está implícito necessariamente o contacto físico. "Podem ser exibições através da câmara web, a entrega de fotografias íntimas ou a pura existência de conversas de cariz sexual entre um adulto e um menor de 14 anos", exemplifica.
Para sensibilizar os menores para os riscos da Internet, especialmente para os aliciamentos sexuais, a Directoria do Centro da PJ assinou em Maio de 2007 um protocolo com a Direcção-Regional de Ensino do Centro. "Vamos às escolas explicar os riscos da Internet aos menores, aos professores e aos pais", concretiza Camilo Oliveira, que contabiliza 40 acções por ano. No Porto também foi feito um protocolo com a Direcção-Regional de Ensino do Norte, mas o objecto é a sensibilização para os crimes informáticos, desfiando fenómenos como o pishing (técnicas de acesso ilegítimo a contas bancárias movimentadas por Net) ou as burlas através da Net.
Falta de dados
Em 2007, a PJ registou 67 casos de pornografia infantil via Net e das mais de 500 participações de abusos sexuais feitas nesse ano, 12 por cento eram relativos a crimes praticados através da Net. Camilo Oliveira não quer avançar um número mas garante que "uma boa parte" dos abusos sexuais que entram na sua directoria, já decorre de aliciamentos feitos através da Internet. Outros inspectores dão o mesmo testemunho e um até revela que o ano passado foi detido um pedófilo que abusou de uma menor logo no primeiro encontro, combinado através de um site de conversação. A PJ dispõe de dados, mas estes não foram disponibilizados em tempo útil. Já a Procuradoria-Geral da República diz que não dispõe de elementos "por ausência de um sistema informático capaz, já prometido mas ainda não criado".
Helena Sampaio, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, mostra-se preocupada com este fenómeno e aconselha os pais a acompanharem mais os filhos na utilização das novas tecnologias. "Não vale a pena proibi-los de ter acesso à ferramenta, mas alertá-los para os perigos que eles correm com determinado tipo de utilização", afirma a psicóloga. Crianças isoladas, com problemas de socialização e de auto-estima estarão mais vulneráveis a este tipo de aliciamento. Aos pais, Helena Sampaio sugere que façam algumas simulações de algumas situações de risco, para perceber se os filhos respondem da forma adequada e aconselhá-los se necessário.
Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/policia-revela-que-aliciamento-de-menores-na-net-esta-a-subir_1433809
Está estudado que os menores entre os 10 e os 15 anos são o grupo que mais utiliza a Internet: 92,7 por cento. Riscos estão à espreita.
Entra-se num site de conversação para falar com os amigos. Um desconhecido mete conversa. Acha-se graça. Responde-se. Aos poucos a relação vai crescendo e, em pouco tempo, partilham-se histórias e fotos. Mas do outro lado da linha pode nem sempre estar alguém com boas intenções. Um abusador ardiloso, um assaltante interessado em informações da casa de família ou um traficante que alimenta uma rede de exploração laboral. Tudo casos reais.
A maioria dos aliciamentos através da Internet são de cariz sexual e vários inspectores da PJ ouvidos pelo PÚBLICO acreditam que estão a aumentar. Como tem aumentado o acesso dos mais novos a este meio de pesquisa e conversação. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, os menores entre os 10 e os 15 anos são os que mais utilizam a Internet. Em 2008, neste grupo etário eram 92,7 por cento os que indicavam utilizar a Net, contra 87,4 na classe dos 16 aos 24 e 69,5 na dos 25 aos 34. O número desce para 5,2 por cento no último grupo etário dos 65 aos 74 anos.
Em 2005, apenas um terço dos menores entre os 10 e os 15 anos afirmava utilizar a Internet "todos ou quase todos os dias", uma percentagem que subiu para 55 por cento em 2008.
Aumento de participações
O aumento de participações, acreditam os investigadores, é sinal de uma maior consciencialização de todos, sobretudo dos pais, que na maior parte das vezes denunciam os casos. "Muitas vezes os menores nem se apercebem que estão a ser vítimas de um abuso", explica o inspector-chefe da Directoria do Centro da PJ, Camilo Oliveira, coordenador do departamento que investiga os abusos sexuais. É que quando se fala de abusos não está implícito necessariamente o contacto físico. "Podem ser exibições através da câmara web, a entrega de fotografias íntimas ou a pura existência de conversas de cariz sexual entre um adulto e um menor de 14 anos", exemplifica.
Para sensibilizar os menores para os riscos da Internet, especialmente para os aliciamentos sexuais, a Directoria do Centro da PJ assinou em Maio de 2007 um protocolo com a Direcção-Regional de Ensino do Centro. "Vamos às escolas explicar os riscos da Internet aos menores, aos professores e aos pais", concretiza Camilo Oliveira, que contabiliza 40 acções por ano. No Porto também foi feito um protocolo com a Direcção-Regional de Ensino do Norte, mas o objecto é a sensibilização para os crimes informáticos, desfiando fenómenos como o pishing (técnicas de acesso ilegítimo a contas bancárias movimentadas por Net) ou as burlas através da Net.
Falta de dados
Em 2007, a PJ registou 67 casos de pornografia infantil via Net e das mais de 500 participações de abusos sexuais feitas nesse ano, 12 por cento eram relativos a crimes praticados através da Net. Camilo Oliveira não quer avançar um número mas garante que "uma boa parte" dos abusos sexuais que entram na sua directoria, já decorre de aliciamentos feitos através da Internet. Outros inspectores dão o mesmo testemunho e um até revela que o ano passado foi detido um pedófilo que abusou de uma menor logo no primeiro encontro, combinado através de um site de conversação. A PJ dispõe de dados, mas estes não foram disponibilizados em tempo útil. Já a Procuradoria-Geral da República diz que não dispõe de elementos "por ausência de um sistema informático capaz, já prometido mas ainda não criado".
Helena Sampaio, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, mostra-se preocupada com este fenómeno e aconselha os pais a acompanharem mais os filhos na utilização das novas tecnologias. "Não vale a pena proibi-los de ter acesso à ferramenta, mas alertá-los para os perigos que eles correm com determinado tipo de utilização", afirma a psicóloga. Crianças isoladas, com problemas de socialização e de auto-estima estarão mais vulneráveis a este tipo de aliciamento. Aos pais, Helena Sampaio sugere que façam algumas simulações de algumas situações de risco, para perceber se os filhos respondem da forma adequada e aconselhá-los se necessário.
Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/policia-revela-que-aliciamento-de-menores-na-net-esta-a-subir_1433809
Ainda a propósito deste assunto, há uma semana atrás um jovem de 15 anos de Vizela foi resgatado pela polícia numa cave imunda de Ourense (Espanha) ao ter caído numa alegada rede de tráfico humano depois de ter sido aliciado, na net, por uma mulher que passava por ser uma rapariga da sua idade e que combinara encontrar-se com ele no Porto, onde o rapaz acabaria por ser sequestrado por essa mulher e três homens que o levaram para Espanha para o escravizar. Para conhecerem mais pormenores deste caso cliquem aqui para ler a notícia da SIC on line.
Alguns conselhos importantes:
As conversas via Messenger ou em salas de conversação podem ser muito estimulantes mas também podem esconder muitos perigos. Por isso, nunca se deve responder a mensagens insinuantes, obscenas, agressivas ou de teor sexual. Da mesma forma, é importante manter uma atitude desconfiada quando se está a comunicar com um estranho e não confiar informação pessoal (sejam dados sobre nome, morada, sejam fotografias) ou acreditar em tudo o que é dito.
1 comentário:
O aliciamento de jovens pela NET é um problema bastante actual. Se se reparar são os pré/ adolescentes os maiores viciados na internet, que mais tempo passam no mundo virtual e a fazer amigos também eles do mundo virtual e que muitas das vezes não ficam por aí; Muitas vezes são convidados a conhecer-se pessoalmente mas com a condição de cariz sexual. A maioria dos pais começam a ficar cientes destas questão que preocupa todas as sociedades. Contudo, muitas vezes não sabem o que fazer, dado que os filhos, os tais adolescentes ou pré, não se sentem à vontade com a presença dos pais e renegam-os do quarto deles não deixando os pais presenciar o que estão a fazer.
Apesar de existirem sistemas próprios que bloqueiam sites, nomeadamente chats, e que os sistemas operativos já disponhem (os sistemas próprios), os pais não estã informados e não sabem configurar tais programas fulcrais para protecção destes jovens!
Será a internet segura ao ponto de servir para acariciar jovens inocentes?
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