domingo, 4 de janeiro de 2009

Corte do gás russo `a Ucrânia estende-se à Bulgária e ameaça outros países


O fluxo do gás russo para a Bulgária foi reduzido hoje reduzido, num novo sinal de que a decisão da Rússia de isolar a sua vizinha Ucrânia por divergências sobre preços do produto afectaria o fornecimento a alguns dos países membros da União Europeia.

A operadora do serviço de gás na Bulgária, a Bulgargaz, uniu-se a empresas do sector na Polónia, Roménia e Hungria na comunicação de falhas no fornecimento, embora o principal gasoduto que atravessa a República Tcheca em direcção à Alemanha - a principal economia da Europa - esteja a operar normalmente.
A Rússia acusou a Ucrânia de furtar gás que se destina a outros países da Europa, mas na capital ucraniana, Kiev, a estatal de energia Naftogaz reagiu dizendo que a empresa russa que detém o monopólio da exportação de gás, a Gazprom, reduziu por conta própria o fornecimento para a Europa e está a utilizar «chantagem energética». A Gazprom suspendeu o fornecimento à Ucrânia no dia 1, afirmando que o país não pagou as suas contas de gás e que as negociações sobre os preços do produto em 2009 tinham fracassado.
Três anos depois de uma disputa semelhante ter provocado a interrupção do fornecimento, o receio dos europeus de que o fluxo de gás seja cortado no pior momento do Inverno tornou-se novamente realidade.
A União Europeia, que obtém um quinto do seu gás através de gasodutos que atravessam a Ucrânia, disse que convocará uma reunião de emergência em Bruxelas para abordar a crise na segunda-feira e exigiu que seja mantido o transporte do gás e que os contratos de fornecimento sejam honrados.
«As relações energéticas entre a UE e seus vizinhos devem ser baseadas na confiança e previsibilidade», disse sexta-feira em comunicado a presidência dos 27, actualmente a cargo da República Checa.
As interrupções no fornecimento provavelmente vão prejudicar as tentativas dos russos de se apresentarem como fornecedores estáveis de energia e aumentar a preocupação com a possibilidade de que Moscovo esteja a tentar intimidar os seus vizinhos, apenas cinco meses depois da guerra da Rússia com a Geórgia.
O presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, irritou o Kremlin ao tentar aderir à aliança militar ocidental, a NATO.

A Europa, que vive temperaturas extreammente baixas durante a noite, tem gás suficiente em stock para enfrentar a situação sem precisar de depender do fornecimento russo por vários dias, mas pode passar por dificuldades se os problemas durarem semanas, dizem analistas. O CEO da Bulgargaz, Dimitar Gogov, disse que os nível dos fornecimentos não baixou até um ponto crítico, mas novas reduções poderão forçar a empresa a introduzir limitações ao consumo.
A Naftogaz, da Ucrânia, afirmou em um comunicado que a Rússia é responsável pela queda no suprimento para a Europa e pediu a Moscovo que retome imediatamente as conversações. (Diário Digital, 03.01.09)

1 comentário:

Cristiana Alves disse...

Já nao é a primeira vez que este problema surge, pela pesquisa que fiz acerca do assunto, pelos vistos já em 2006 houve este problema, e no ano de 2007, o acordo foi assinado mesmo a acabar o ano. No entanto como não conseguem chegar a acordo a Rússia tomou a medida de cortar o gás á Ucrânia o que pode ser por um lado preocupante para a Europa, visto que os gasodutos que vêm para a Europa Ocidental passam por lá.

A Rússia diz que os motivos de ter tomado esta decisão deve-se ao facto da Ucrânia dever dinheiro, assim como do facto de não chegarem a acordo ambas as partes acerca do valor a pagar pelo gás que a Ucrânia irá receber.

Mas outra questão que surge é o facto da Rússia poder estar a usar em parte esta questão do gás devido á aspiração que a Ucrânia tem em entrar para a NATO.


Cristiana ALves
12ºH