segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Copenhaga: está aberta a conferência “depositária das esperanças da Humanidade”


Finalmente começou hoje a Conferência sobre as Alterações Climáticas na cidade dinamarquesa de Copenhaga (COP 15). São muitas as expectativas mas também muitas as incertezas sobre a possibilidade de se chegar a um bom acordo quanto à redução dos gases de efeito de estufa, nomeadamente de CO2.

Fiquem com a notícia de hoje do Público on line:




A conferência climática de Copenhaga será a “depositária das esperanças da Humanidade” durante as duas próximas semanas, declarou esta manhã o primeiro-ministro dinamarquês Lars Loekke Rasmussen na abertura dos trabalhos, perante 1200 delegados vindos de 192 países.

"O mundo está a depositar as suas esperanças em vocês", disse Rasmussen, cujo país vai presidir a conferência até 18 de Dezembro, dirigindo-se aos delegados presentes na sala Tycho Brahe do Bella Center. Dela deverá sair um novo acordo mundial para combater o aquecimento global.

A cerimónia de abertura da conferência, com 45 minuros de atraso, começou com a projecção de um filme sobre os povos do mundo confrontados com as alterações climáticas, especialmente os "refugiados do clima".

As alterações climáticas não conhecem fronteiras. Nada discriminam. Afectam-nos a todos. E se hoje estamos aqui é porque estamos todos determinados em agir”, salientou.

“Estou dolorosamente consciente de que vocês têm perspectivas diferentes sobre o âmbito e conteúdo deste acordo”, acrescentou, apelando a um consenso “justo, equilibrado, aceitável para todos”, mas também “eficaz e operacional”.

“Este acordo que convidamos todos os dirigentes a assinar afectará todas as nossas sociedades em todos os seus aspectos”, notou. E, segundo Rasmussen, a missão "está ao nosso alcance".

O chefe do Governo dinamarquês precisou ainda que 110 chefes de Estado e de Governo, incluindo o Presidente norte-americano Barack Obama, anunciaram já a sua presença em Copenhaga para o encerramento da conferência, a 17 e 18 de Dezembro. No encontro, estes líderes vão tentar chegar a acordo sobre as reduções das emissões de gases com efeito de estufa para os países desenvolvidos até 2020 e recolher financiamento para ajudar os mais pobres.

A presença de tantos líderes mundiais "reflecte uma mobilização sem precedentes da determinação política para combater as alterações climáticas. Representa uma enorme oportunidade. Uma oportunidade que o mundo não se pode dar ao luxo de perder", disse ainda o primeiro-ministro dinamarquês.

Mas "a responsabilidade maior continua a ser dos cidadãos do mundo que, se falharmos, serão aqueles a sentir as consequências fatais".

ONU lembra que o tempo das declarações já acabou

Yvo de Boer, secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, apelou aos delegados de 192 países para se concentrarem "nas propostas práticas e sólidas, que permitam lançar uma acção rápida" contra as alterações climáticas.

"Os países em desenvolvimento esperam, desesperadamente, uma acção concreta e imediata", contra as emissões de gases com efeito de estufa e para adaptar as suas nações ao novo cenário climático, lembrou.

De Boer leu o testemunho de Nyi Lay, uma criança asiática de seis anos, vítima de um ciclone devastador que causou a morte aos seus pais e irmão.

"O tempo das declarações e de esgrimir posições já acabou: utilizem o trabalho já feito e transformem-no em actos", lançou.

À porta do edifício da conferência, activistas pediram aos delegados que iam chegando que escolhessem passar por um de dois portões: um verde onde se lia "Vote pela Terra" ou um vermelho "Aquecimento Global". Outros entregavam aos delegados panfletos sobre o aquecimento global.

O Protocolo de Quioto vincula os países industrializados a reduzir as suas emissões até 2012, a uma média de 5,2 por cento, em relação aos níveis de 1990. Mas mesmo os seus apoiantes reconhecem a insuficiência da meta para travar o aumento das temperaturas, especialmente se nos lembrarmos que os Estados Unidos se recusaram a ratificá-lo.

Desta vez, a ideia é envolver todos os grandes emissores, incluindo a China e a Índia, para evitar mais secas, desertificação, incêndios florestais, extinção de espécies e aumento do nível dos mares. O encontro vai testar até que ponto as nações em desenvolvimento vão insistir nas suas posições, nomeadamente a exigência de os países ricos reduzirem as emissões em, pelo menos, 40 por cento até 2020. Uma meta superior àquelas que estão em cima da mesa.

Fonte: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1412923



E vocês o que é que esperam desta Conferência? Acreditam que vai ser um sucesso ou mais uma oportunidade perdida?



Como complemento, proponho que cliquem aqui para acederem à infografia do Público on line sobre o problema do efeito de estufa e o aquecimento global. Vale a pena.


Podem ainda visionar o filme de abertura da Conferência com o título "Please help the World" realizado por Mikkel Blaabjerg Poulsen.


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