sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A greve de fome de Aminetu Haidar

Aminetu Haidar

Numa altura em que se comemorama o dia Internacional dos Direitos do Homem (10 de Dezembro), comunidade internacional tem, nos últimos dias, estado atenta à situação dramática de uma cidadã do Saara Ocidental (Aminetu Haidar) que foi expulsa do seu território pelas autoridades marroquinas, encontrando-sa há 25 dias em greve de fome na ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha).

Aminatou Haidar, nascida em 24 de Julho de 1966 no Saara Ocidental, também conhecida por Aminatu ou Aminetu, é uma defensora dos Direitos Humanos do povo sarauí e líder activista pela independência do Saara Ocidental, em grande parte ocupado pelo vizinho Marrocos. É por muitos conhecida pela "Saharawi Gandhi" pelos seus protestos feitos de uma forma pacífica, incluindo greves.

O Saara Ocidental (Sara Ocidental ou Sahara Ocidental) é um território na África Setentrional, limitado a norte por Marrocos, a leste pela Argélia, a leste e sul pela Mauritânia e a oeste pelo Oceano Atlântico, por onde faz fronteira com a região autónoma espanhola das Canárias. Capital: El Aaiún. O Sahara Ocidental está na Lista das Nações Unidas de territórios não-autónomos desde a década de 1960. O controlo do território é disputado pelo Reino de Marrocos e pelo movimento independentista Frente Polisário.

Em 27 de Fevereiro de 1976, este movimento proclamou a República Árabe Saarauí Democrática (RASD) um governo no exílio. A RASD é reconhecida internacionalmente por 45 Estados e mantém embaixadas em 13 deles, sendo membro da União Africana desde 1984, carecendo no entanto de representação na ONU. O primeiro Estado que reconheceu a RASD foi Madagáscar em 28 de Fevereiro de 1976.


Vejam agora a notícia do jornal de Notícias publicada hoje na sua página electrónica:


Haidar quer voltar ao Sara "viva ou morta"

"Só quero regressar ao Sara Ocidental, com passaporte ou sem ele, viva ou morta". Aminetu Haidar, activista sarauí em greve de fome em Lanzarote, afirmou, ontem, quinta-feira, acreditar que Marrocos cederá à sua vontade.

Ontem, Aminetu apareceu visivelmente enfraquecida perante os jornalistas que a aguardavam, no aeroporto de Lanzarote, nas ilhas Canárias, para uma conferência de Imprensa. Com 25 dias de greve de fome completos, depois de ter sido expulsa pelo Governo marroquino, que a tem impedido de regressar ao país, a activista mal conseguia olhar para as objectivas dos fotojornalistas.

Haidar respondia a uma jornalista que lhe perguntou se aceitaria regressar ao Sara Ocidental se Marrocos fizesse chegar um passaporte marroquino a Lanzarote, através das autoridades espanholas.

A activista, que falou à Imprensa numa cadeira de rodas, visivelmente enfraquecida e com a voz fraca, afirmou que o seu moral está "mais elevado que nunca", uma vez que o "alimenta diariamente" e "suaviza o sofrimento", sobretudo quando fala com os dois filhos.

A uma jornalista que lhe perguntou se acredita que Marrocos pode "ceder à pressão internacional", Haidar respondeu: "Acredito que sim". E renovou o apelo ao Governo espanhol para que se empenhe no seu regresso, considerando que "o que fez até agora não é suficiente".

Ontem, o ministro da Justiça marroquino, Abdelwahed Radi, voltou a defender que a solução para a situação da activista sarauí Aminatu Haidar "está nas suas mãos". "O Governo espanhol fez tudo o que era possível. Propôs a nacionalidade, propôs alojamento, propôs trabalho (...). Ela recusou tudo", referiu o ministro, acrescentando que existem pessoas que estão a "empurrar" a activista para "morrer como uma heroína".

Haidar confirmou que há alguns dias redigiu, perante um notário, o seu testamento vital e disse que, quando chegar o momento, "toda a gente" saberá o que ele contém.


Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1444079


Para conhecerem melhor a situação do Saara Ocidental cliquem aqui.


Para conhecerem a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 10 de Dezembro de 1948 cliquem aqui.

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