quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Subida das águas do rio Tinto desalojou 15 famílias

Em Rio Tinto verificou-se a situação mais grave devido ao mau tempo na zona do grande Porto

As águas do rio Tinto transbordaram as margens esta noite devido à chuva intensa que se fez sentir naquela freguesia do concelho de Gondomar. Quinze famílias ficaram desalojadas devido às inundações que afectaram com maior gravidade a zona do Caneiro e da rua dos Moinhos.

Marco Martins, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, indicou à Lusa que as pessoas desalojadas recorreram a famílias e amigos para abrigo temporário durante a noite, acreditando o autarca que esta noite já seja possível regressarem às suas casas.

Isabel Santos, governadora civil do Porto, adiantou, por sua vez, que a situação das 15 famílias desalojadas em Rio Tinto é a situação mais grave ocorrida esta madrugada devido ao mau tempo na zona do grande Porto. “Não há danos humanos, só materiais”, frisou.

De acordo com o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários da Areosa-Rio Tinto, a chuva torrencial que caiu durante a noite de ontem e esta madrugada deixou Rio Tinto num “pandemónio”. “Felizmente não temos feridos a lamentar, mas Rio Tinto está um pandemónio”, referiu Virgílio Pereira. Além de inúmeras inundações, a chuva também provocou aluimentos de terra e derrocadas de muros, situações que deixaram “intransitáveis a Rua das Arroteias, a Travessa do Forno e a Rua da Granja”.

Ainda segundo o comandante, a Rua Amália Rodrigues também esteve intransitável devido a um aluimento de terra que deixou um automóvel parcialmente soterrado. Virgílio Pereira deu ainda conta “do aluimento de um suporte da via-férrea do Minho”. “A terra que suportava os carris no sentido Cantomil-Rio Tinto aluiu pelo que a circulação está a ser feita apenas numa via. A Refer já esteve no local para verificar as condições de segurança da via que está a ser utilizada e determinou que a circulação no local deve ser feita a uma velocidade reduzida”, acrescentou o responsável.

Desde as 05h30, que a circulação na Linha do Minho (Campanhã-Valença) está então a ser feita apenas por uma via. O porta-voz da CP, Bruno Martins, admitiu à Lusa que o problema naquele troço da Linha do Minho está a afectar centenas de passageiros. “Os comboios estão a passar a uma velocidade muito reduzida, o que está a provocar atrasos em dezenas de comboios”, referiu, adiantando que a CP decidiu entretanto fazer hoje de manhã o transbordo rodoviário de passageiros de duas composições Alfa Pendular entre Braga e Porto-Campanhã e vice-versa.

De acordo com a governadora civil do Porto, o período mais complicado causado pelas chuvas verificou-se entre as últimas horas de segunda-feira e as 05h00 de hoje, sendo que desde as 07h00 que a “situação tende a melhorar e a normalizar”.

Isabel Santos indicou que a Protecção Civil está colocada no terreno e a responder aos vários pedidos de socorros. Além de habitações, a chuva intensa provocou inundações em estradas e túneis e danos em várias embarcações. António Oliveira, dos Sapadores Bombeiros do Porto, contou à Lusa que na Marina do Freixo, no Porto, várias embarcações ficaram afundadas, “outras com danos graves e umas em cima das outras”.

Fonte: http://www.publico.pt/Local/subida-das-aguas-do-rio-tinto-desalojou-15-familias_1414990


Fiquem agora com a reportagem da SIC que chama a atenção para o facto de estas inundações estarem relacionadas com as obras do Metro do Porto que entubaram o rio em mais um troço do seu curso.

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