quarta-feira, 21 de maio de 2008

A catástrofe de Myanmar e a comunidade internacional


As infra-estruturas sanitárias decadentes, herança de uma ditadura militar de quase meio século, são agora a maior ameaça para os sobreviventes do ciclone Nargis, no Myanmar. Milhão e meio de pessoas têm de enfrentar as doenças associadas à falta de alimento e de água potável. Desidratação, diarreia, e a ameaça de cólera ou dengue, são as principais preocupações das organizações humanitárias. A demora das autorizações por parte da junta para que a ajuda do exterior chegue ao país está a frustrar a comunidade internacional e os médicos no terreno. O desastre natural veio piorar muito as estatísticas que põem o Myanmar no topo da lista dos países mais afectados pela Malária. As autoridades militares, que há muito desconfiam da interferência estrangeira, detiveram uma coluna de camiões da Nações Unidas proveniente da Tailândia com ajuda, rumo a Rangum, a maior cidade do país.A junta confiscou ainda pelo menos dois carregamentos de ajuda que seguiam a bordo de aviões da ONU.



O que é que acham que a comunidade internacional deve fazer relativamente à situação que se vive em Myanmar?
  • Nada e deixar que a situação melhor com o tempo?
  • Deveria haver uma intervençao da Comunidade internacional? De que forma?

9 comentários:

Vasco PS disse...

A situação que se vive actualmente no Myanmar é preocupante. Para muitos, talvez tivesse uma resolução fácil, ou por outras palavras, entrava-se pelo país adentro com tanques, matavam-se os militares, libertava-se o povo birmanês, distribuíam-se alimentos e medicamentos e implantava-se o capitalismo, com direito a McDonalds e Coca-Cola.

Mas a questão é tão difícil de solucionar que, apesar de a comunidade internacional estar ciente que milhares de pessoas morreram e estão, agora mesmo, a morrer nas ruas deste país, por questões políticas e diplomáticas, pouco ou nada se pode fazer. Nós já discutimos a situação do Myanmar anteriormente; pode parecer desconcertante, mas a nossa posição face a estes acontecimentos, não tem peso algum.

Para mim, o apoio dado pela China à Junta Militar de Myanmar está, literalmente a estragar tudo, pois, enquanto este país viver amordaçado, nada se pode fazer para ajudar humanitariamente este povo. As condições de vida são tão desumanas que chego a questionar-me se este desastre natural não terá sido uma forma de libertação para os muitos inocentes que faleceram.

Assim, mantenho a minha posição, aos olhos de muitos, bastante radical: os europeus deviam aderir a um boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim. Já sei que muitas pessoas acham que estes Jogos são essenciais para a promoção do diálogo e da paz…mas se assistimos a uma situação como esta, em que os elementos da Junta Militar, a apoiada pela China, recusa ajuda e a que recebe é desviada para outros fins, então, lamentavelmente, os chineses deviam preparar estes Jogos para eles. O facto de a China ser um dos 5 países permanentes no Conselho de Segurança da ONU, tem impedido qualquer acção para a mudança política no Myanmar. Logo, é fácil concluir que esta posição é inaceitável. Enquanto a China não fizer nada, ninguém irá fazer. Malditos sejam os governantes chineses, pelo mal que fazem ao seu povo e aos restantes.

Soraia disse...

Professor peço desculpa por não ter feito o meu comentario sobre o Myanmar na página anterior, mas pensei que o professor não voltava aos posts mais antigos para ver se tinham comentários e como tal achei por bem comentar naquele. Foi uma falha da minha parte.

De qualquer forma penso que foi importante ter trazido este assunto de novo "à baila" porque penso que apesar de estar um pouco banalizado, nunca devemos ficar indiferentes a uma situação como esta.
Quero também deixar aqui a minha opinião relativamente à atitude da China que quanto a mim é indamissível. Há pouco tempo falamos numa aula de Geo C, nas políticas anti-natalistas necessárias para diminuir a população chinesa. Depois de ver o que aconteceu devido ao Terramoto, penso que a Natureza infelizmente já se encarregou de a diminuir.

Voltando à questão do Myanmar penso que a solução seria tentar chegar a um acordo com a Junta Militar para que eles permitam a entrada de alimentos e aceitem a ajuda internacional em todos os domínios.

Se esta tentativa de negociação pela via diplomática não resultar, acredito que a comunidade internacional deveria avançar com uma intervenção militar.

Soraia disse...

Vasco concordo plenamente contigo: os europeus devem aderir ao boicote dos jogos olímplicos de Pequim.
Sugiro que quem partilhar da mesma opinião, deixe aqui o seu apoio ao boicote, através da frase:

Fim à negação dos Direitos Humanos.

Pedro disse...

Antes de começar quero dizer que acho muito importante que a minha colega Soraia tenha voltado a referir o assunto do Myanamar pois considero que é importante que estes assuntos não sejam esquecidos por todos nós.

Para começar penso importante relembrar que este país vive numa ditadura, depois de um golpe militar levado a cabo, em 1962, pelo General Ne Win que governou durante 26 anos e implementou todo o tipo de medidas que, segundo afirmava, seria "o caminho birmanês para o socialismo" (e vejam a sua actual situação).

Muito recentemente como sabem esta região ficou completamente destruída pela passagem de um furacão que resultou em doenças associadas à falta de alimento e de água potável, desidratação, diarreia, e a ameaça de cólera ou dengue. Todos estes problemas formam algumas das principais preocupações das organizações internacionais.

A comunidade internacional já reagiu e providenciou mantimentos e medicamentos, que a Junta Militar do Myanmar ora confiscou como foi o caso dos aviões da ONU ora rejeitou.

Agora podemos questionar-nos o que será deste povo, que além das situações precárias, vive à mercê de um Governo intransigente que não resolve a situação da sua população.
O mais irónico disto é que o Governo quer implantar uma ideologia que se preocupe com o bem-estar social da população! O Socialismo!!!!!!!

R disse...

Fim à negação dos Direitos Humanos!!!

Vasco PS disse...

Fim à negação dos Direitos Humanos.

Unknown disse...

A situação em Myanmar está transformada num verdadeiro caos e isso ninguém pode negar. A menos que queiram por outras razoes, entre nós um pouco obscuras, nega-lo. A junta encarregue de autorizar as intervenções e ajuda internacional está certamente a tomar uma atitude completamente incompreensível para com quem só os quer ajudar, e começa a ficar um pouco cansado de estarem sempre a rejeitar a ajuda que de bom grado queremos oferecer. Acho que é isso que se esta a começar a verificar e acho que é este o sentimento que predomina do lado da ajuda internacional.
Para resolver esta situação deveria de se avançar com a ajuda, seja ela com o consentimento das autoridades de Myanmar ou não, porque ao contrário do que eles devem de estar a pensar, os Direitos Humanos estão acima de quaisquer outros. E se porque, sem culpa alguma, sofreram um desastre natural, têm de ser ajudados. Sem dúvida que as autoridades de Myanmar não estão preocupadas em que se resolvam os problemas nem que a população seja ajudada, porque felizmente, para eles, devem viver com o maior conforto possível.
A comunidade internacional deve continuar a insistir e não desistir de ajudar aqueles frágeis seres humanos que tanto lutam para sobreviver, mas que sem ajuda, a sua esperança pode desabar sem muito esforço.

Soraia disse...

Professor, já comentei o post sobre o programa Biosfera, como havia prometido.

Paulo disse...

Fim à negação dos Direitos Humanos!!!