sexta-feira, 16 de maio de 2008

Planeta perdeu 27 por cento da vida selvagem desde 1970

Índice Planeta Vivo 2008

As populações de animais selvagens do planeta registaram uma queda global de 27 por cento desde 1970, revela o Índice Planeta Vivo 2008 realizado pela Sociedade Zoológica de Londres para a organização WWF (Fundo Mundial da Natureza) e divulgado hoje. As populações das espécies terrestres diminuíram 25 por cento, as marinhas 28 por cento e as de água doce, 29 por cento, revela este Índice que monitoriza quatro mil populações de 302 espécies de mamíferos, 811 de aves, 241 de peixes, 83 de anfíbios e 40 de répteis. A WWF receia que o Baiji (Lipotes vexillifer) ou golfinho do rio Yangtzé (China), se tenha perdido. O espadarte do Atlântico (Xiphias gladius) é outra espécie que está a perder terreno, assim como o abutre indiano (Gyps bengalensis). Mas também há populações que estão em recuperação. É o caso do elefante africano na Tanzânia (Loxodonta africana) e do salmão atlântico (Salmo salar) na Noruega. Apesar disso, os números não são de todo animadores se pensarmos que a comunidade internacional tem apenas mais dois anos para cumprir o ambicioso desígnio a que se propôs em 2000: conseguir reduzir “significativamente” o ritmo de perda da biodiversidade mundial até 2010. A WWF aponta a destruição de habitats e o comércio ilegal como os grandes responsáveis por um declínio que se mantém constante desde 1976. Tudo isto leva a crer que “é muito provável que a meta de 2010 não seja cumprida”, diz o relatório de apresentação do Índice. “A menos que sejam tomadas medidas imediatas para reduzir as pressões sobre os ecossistemas naturais, a perda da biodiversidade global vai continuar inalterada”. A tarefa não será fácil porque, segundo as contas do Índice, todos os anos a humanidade consome 25 por cento mais recursos naturais do que aqueles que o planeta consegue repor. De 19 a 30 deste mês, os líderes mundiais reúnem-se em Bona, Alemanha, na nona Convenção das Partes (COP) da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. Em cima da mesa estará, precisamente, a meta de 2010.

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1328986&idCanal=92 (16/05/08)

4 comentários:

R disse...

Este é, na minha opinião, mais um dos grandes problemas que nos confrontamos actualmente. É triste ver que muitas das espécies em risco hoje em dia, vivem há muito mais anos que o ser humano e agora por causa de uma espécie apenas estão destinadas a acabar...
Tenho sérias dúvidas que a comunidade internacional consiga reduzir significativamente o ritmo da perda de biodiversidade mundial até 2010 mas vamos ter esperança e acima de tudo ajudar nesta causa, pensando duas vezes onde construir a nossa casa por exemplo.
Além das espécies referidas existem ainda algumas também em risco que gostaria de destacar, que são: o orangotango de Samatra, o periquito echo das Maurícias, o tubarão cabeça-de-martelo, a rã-arbirícola, o boto (golfinho) e o famoso urso polar.
"Por cada espécie ameaçada que conhecemos, há provavelmente cem outras que ignoramos." são as palavras de M. Roberts, um biólogo especializado em conservação marinha.
Tudo depende de nós...

Soraia disse...

Este tema da biodiversidade foi um dos temas analisados no nosso trabalho de Geografia C e devo confessar que é uma situação alarmante. As poucos e poucos estamos a matar o nosso planeta e iremos a curto/médio prazo sofrer as consequências.

Unknown disse...

É de facto chocante como somos capazes, de com as nossas acções indevidas e prejudiciais, ameaçar uma enormíssima quantidade de espécies de seres vivos que não têm culpa nenhuma, nem contribuíram para a poluição excessiva que hoje se faz sentir, nem culpados são das suas consequências. Contudo são os que mais sofrem. É realmente uma injustiça. Devemos pensar mais naquilo que estamos a fazer ao nosso ambiente e fazer algo para que não continuemos a extinguir, sem dó nem piedade, muitas das espécies vivas que tanto embelezam o nosso planeta com a sua biodiversidade e que além do mais, têm direito a viver.

Paulo disse...

Eu adoro animais, e sou um acérrimo defensor dos seus direitos, e nesse sentido tenho que dizer que me sinto triste e, acima de tudo, revoltado com esta situação, porque, como disse a Rute, os anim ais são os que mais sofrem com as nossas burrices e desleixos. As nosas acções reflectem-se em todo o planeta, e não somos só nós que vivemos num planeta poluído. Aliás, nós ainda nos conseguimos safar (para já), mas os animais não, e este número apresentado é alarmante e ririculo, porque seria, como muitas outras coisas, perfeitamnete evitável.

A este ritmo vamos perder muitas mais espécies e se não fizermos nada para o contrariar, não tardará muito a que sejamos nós próprios a sentir as consequências na pele.