segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A economia das sete maiores economias mundiais vai registar no próximo ano a maior contracção desde a Grande Depressão - anos de guerra excluidos


A economia das sete maiores economias mundiais vai registar no próximo ano a maior contracção desde a Grande Depressão - anos de guerra excluídos - na sequência da crise de crédito que atinge empresas e consumidores, antecipa o Deutsche Bank. O Produto Interno Bruto (PIB) conjunto do G7 - o grupo das sete nações mais industrializadas - vai recuar 1,1 por cento em 2009, após uma progressão de 0,8 por cento este ano, prevêem os economistas do banco central da Alemanha, Peter Hooper e Thomas Mayer, numa nota de análise hoje divulgada. A Zona Euro deverá contrair-se 1,4 por cento, a norte-americana um por cento e a do Japão 1,2 por cento, dizem os analistas. O cenário de recessão é sustentado na crise de crédito que causou a falência de bancos de primeiro plano, como o Lehman Brothers, e arrasou os mercados bolsistas, com o índice Standard & Poor's a registar a pior quebra semanal desde 1933. Os custos mais altos do crédito vão estrangular as despesas do consumo e os investimentos das empresas, enquanto o desemprego irá aumentar, sublinham os economistas do Deutsche Bank. "Esperamos agora uma recessão séria para a economia mundial no próximo ano", disse Mayer. "Um corte significativo do crédito à economia real em todo o mundo levou a uma deterioração das previsões. Não estávamos a antecipar um choque financeiro tão grande, após as nossas previsões do 3 de Outubro", acrescentou. O crescimento em todo o mundo vai abrandar para 1,2 por cento contra 3,2 por cento este ano, o ritmo mais lento desde o início dos anos de 1980, segundo as previsões do Deutsche Bank. Os economistas prevêem ainda que tal cenário levará os bancos centrais - Reserva Federal norte-americana, Banco Central Europeu (BCE) e Banco do Japão a baixar as taxas de juro para apoiar a economia. As previsões apontam também para um corte da principal taxa directora da Reserva Federal norte-americana para um por cento, já na reunião de política monetária de 29 de Outubro, contra os actuais 1,5 por cento. As estimativas sugeriam a redução das taxas a este nível num horizonte de 12 meses e uma estagnação da economia em 2009. Mayer observou nunca ter cortado previsões económicas "de tal valor num espaço de tempo tão curto", em vinte anos de trabalho no sector financeiro. Os economistas do Deutsche Bank prevêem que o BCE venha a baixar a sua principal taxa directora para um mínimo histórico de 1,5 por cento, daqui a 12 meses, contra os actuais 3,75 por cento. As previsões do Deutsche Bank apontavam antes para um corte para três por cento da taxa directora do BCE. O Banco do Japão deverá acompanhar esse movimento de corte de taxas, acrescenta o banco central da Alemanha, para 0,25 por cento no início de 2009, contra uma previsão anterior de manutenção nos actuais 0,5 por cento. Os economistas esperam uma retracção da economia nipónica de 1,2 por cento, que compara com uma previsão anterior de crescimento de 0,4 por cento. A inflação global vai abrandar para 3,1 por cento, contra os 5,6 por cento deste ano, segundo a análise do Deutsche Bank. (Público)



Sem comentários: