Pelo menos 200 palestinianos morreram hoje num ataque aéreo do Exército israelita contra a Faixa de Gaza, avança a AFP citando a rádio Hamas. O chefe dos serviços de emergência em Gaza relata, por seu lado, a existência de mais de 200 feridos. Cerca de 30 mísseis israelitas, disparados a partir de bombardeiros F-16, atingiram complexos do Hamas, que controla Gaza desde o Verão de 2007. Estes ataques - que destruíram a maioria dos quartéis de polícia de Gaza, muitos deles em áreas residenciais - ocorreram depois do gabinete de segurança de Israel ter decidido retaliar os recentes ataques com "rockets" contra cidades israelitas fronteiriças a Gaza. Militares israelitas confirmaram ter levado a cabo os ataques, precisando que alvejaram "infra-estruturas terroristas". Um porta-voz do Exército israelita disse: "A nossa aviação interveio de forma maciça sobre as infra-estruturas do Hamas na Faixa de Gaza, a fim de fazer parar os ataques terroristas ocorridos nas últimas semanas contra instalações civis israelitas"."Tínhamos avisado a população civil da Faixa de Gaza [da iminência] dos nossos ataques e o Hamas, que se esconde entre esta população, é o único responsável por esta situação", indicou o mesmo responsável, citado pela Sky News. "As nossas operações vão continuar e até expandir-se, se tal for necessário", acrescentou. O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, tinha alertado na quinta-feira o Hamas para parar com os ataques. Caso contrário pagaria um preço elevado pelas suas acções. "Não hesitarei em usar o poderio [militar] de Israel para atacar o Hamas e a Jihad Islâmica", tinha indicado o governante à estação de televisão Al Arabiya.
Hamas e Jihad Islâmica pedem vingança
Entretanto, o Hamas e as facções palestinianas já pediram aos seus seguidores que vinguem os ataques. "Ordenamos que todos os combatentes respondam à matança israelita", indica um comunicado da Jihad Islâmica, citado pela Sky. O Hamas pediu entretanto que as suas tropas "vinguem pela força" os ataques de hoje, avança a AFP. Por seu lado, o Presidente palestiniano e líder da Fatah, Mahmoud Abbas, já condenou os ataques e anunciou ter já estabelecido “contactos urgentes” com inúmeros países para que o ajudem a pôr fim à ofensiva israelita. Algumas televisões locais mostraram imagens quase em directo dos ataques, tendo posteriormente filmado dezenas de corpos que jaziam pelo chão e feridos a serem socorridos pelas equipas de emergência médica. Vários edifícios ficaram igualmente destruídos, avança a Reuters. Um porta-voz das forças policiais do Hamas, Islam Shahwan, afirmou que num dos quartéis atacados, na Cidade de Gaza, decorria uma cerimónia de imposição de insígnias para novos agentes. O chefe de polícia local, Tawfiq Jabber, conta-se entre as cerca de 40 vítimas mortais resultantes deste ataque.
Trégua expirou na semana passada
Uma trégua de seis meses entre Israel e os militantes palestinianos expirou na semana passada. Desde essa altura, pelo menos seis militantes foram mortos em ataques israelitas e dezenas de "rockets" disparados de Gaza contra Israel, danificando casas e originando o pânico entre a população. Com o fim da trégua ficaram ainda mais longínquas as perspectivas de uma paz israelo-palestinana, que a Administração Bush pretendia apadrinhar antes de chegar ao seu termo, dentro de três semanas.Tudo isto se passa numa altura em que Israel está prestes a ir às urnas, no dia 10 de Fevereiro, para escolher novo governo. As sondagens dizem que tantas hipóteses tem o partido Kadima, da ministra dos Negócios Estrangeiros, Tzipi Livni, como o Likud, considerado muito mais intransigente, e que não aceita negociações com as autoridades palestinianas. (Público, 27.12.08)
Como tinha comentado na véspera de Natal, era bom que a guerra tivesse acabado. Como podem ver nestes duas últimas postsagens, a guerra continua e vai continuar. O conflito israelo-palestiniano nunca mais tem um fim. Voltaremos a este assunto em breve.
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