sexta-feira, 17 de outubro de 2008

18 por cento dos portugueses abaixo do limiar da pobreza


Vivem com salários mensais entre os 360 e os 366 euros. Número de famílias a procurar ajuda está a aumentar


O Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza assinala-se esta sexta-feira, sendo que em Portugal 18 por cento da população vive abaixo do limiar da pobreza, ou seja, com salários mensais entre os 360 e os 366 euros, segundo a Associação Cais.
Este é um dos alertas que a Associação Cais vai fazer esta sexta-feira, durante uma jornada dedicada à erradicação da pobreza, que conta com uma conferência de Carlos Vasconcelos Cruz subordinada ao tema Portugal Desigual.
Segundo dados divulgados pela Comissão Europeia, 16 por cento dos cidadãos da União Europeia viviam em 2006 abaixo do limiar de pobreza, definido como 60 por cento do rendimento médio do seu país.
A propósito do Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, a Assitência Médica Internacional (AMI) alerta para o empobrecimento das famílias portuguesas, referindo que o número de pessoas que procuram os seus serviços de apoio não pára de aumentar.
Segundo a AMI, só nos primeiros seis meses deste ano recorreram aos seus serviços de apoio social um total de 4.695 pessoas, o equivalente a 64 por cento do valor total de pessoas que recorreram à AMI durante os doze meses de 2007.
Iniciativas marcadas
Além da iniciativa da Cais prevista, os Médicos do Mundo participam na entrega das deliberações da Rede Europeia Anti-Pobreza sobre pobreza e exclusão social ao presidente da Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias.
No Porto, decorrerá uma jornada de reflexão promovida pela Fundação Filos, com a presença de Silva Peneda, Guilherme d'Oliveira Martins e Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Solidariedade.
Um pouco por todo o país decorre o «Levanta-te e Actua», uma iniciativa global que apela a que nos dias 17 e 19 de Outubro as pessoas se levantem, exigindo aos seus governos que cumpram as promessas de acabar com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015.
(IOL Diário)

4 comentários:

MárciaFilipa disse...

Um país desenvolvido como Portugal apresentar uma taxa de 18% relativamente a portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza é no minino preocupante.
A globalização é um dos factores que intensificam as desigualdades sociais mesmo nos países ditos desenvolvidos, pois nem todos beneficiam plenamente do processo.
Com a actual crise financeira à escala planetária, este problema agrava-se ainda mais, porque o Estado preocupa-se especialmente, com medidas para atenuar a crise e esquecem-se muitas vezes daqueles que estão a passar por sérias dificuldades.
Eu penso que o Estado deveria ter mais atenção aos problemas que estão a ocorrer na sociedade falo nomeadamente de questões a nivel ambiental e das desigualdades sociais!

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro disse...

Bem devo dizer que acho esta situação deveras preocupante.
O facto de haver pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza com rendimentos mensais a rondar entre os 360 e os 366 euros, é uma situação que de alguma forma vem dar-nos a conhecer o cinismo da definição com a qual o nosso país foi rotulado, “País Desenvolvido”.

Parece impossível que em peno século XXI, a viver num sistema de estado de providência e fazendo parte da União Europeia que os nossos chefes de estado nada façam para melhorar a situação do nosso país e dos seus habitantes.

Como disse a Márcia e muito bem um dos principais factores que levaram a esta situação foi, sem dúvida alguma, a globalização e o sistema capitalista e consumidor em que vivemos.

O que me preocupa mais é o facto de estarmos em plena crise mundial que segundo vários especialistas poderá vir a ser pior que a Grande Depressão se não for controlada a tempo.

Isto leva-me a pensar que perspectiva de futuro terão estas pessoas perante um cenário tão negro.

Joana Couto disse...

Esta situação deixa-nos em alerta, pois penso que a classe média deixará de existir, havendo só duas classes: a classe alta e a classe baixa.
As prestações das casas, os créditos acumulados, os salários baixos, são um conjunto de factores que dificultam a vida dos portugueses.

Penso, também, que esta crise financeira que está a afectar todo o mundo não ajuda os portugueses, muito pelo contrário, agrava a sua situação económica!
Este é um período onde todos teremos de fazer esforços para combater esta crise!