sábado, 29 de novembro de 2008

Doha: Nações Unidas discutem ajuda aos países em desenvolvimento


Maioria dos líderes ocidentais de fora


A conferência das Nações Unidas que começa amanhã em Doha, para se discutir a redução da pobreza nos países em desenvolvimento, já ficou marcada pelas ausências dos directores do FMI, do Banco Mundial e da maioria dos líderes dos países ocidentais. As Nações Unidas têm como principal objectivo, nesta reunião na capital do Qatar, discutir políticas para reduzir a pobreza dos países através do desenvolvimento pelo comércio, ajuda e libertação das dívidas externas destes países. A crise financeira, que pôs em queda as praças europeias e dos Estados Unidos e aumentou o espectro de uma recessão a nível global, parece estar a ter um efeito negativo na disponibilidade dos países ricos para ajudarem os países em desenvolvimento.“A ausência dos chefes de estado mostra que existe uma falta de interesse nos países ricos de realmente lidarem connosco”, disse Sasja Bokkerink, cabeça da delegação do Comité de Oxford Committee for Famine Relief (Oxfam). “Tudo o que podemos fazer durante este fim-de-semana é gritar alto ao mundo e dizer “deviam estar aqui e deviam lidar com o problema de arranjar recursos para o desenvolvimento””, disse à Reuters. O encontro começa amanhã, termina dia 02 de Dezembro e não está relacionado com a conferência de Organização Mundial do Comércio. O único líder europeu que se espera na conferência é o presidente francês Nicolas Sarkozy que, sendo o presidente da União Europeia, funciona como representante da UE. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, declarou horas antes do começo da conferência que "não se trata tanto de salvar a economia, mas sim a humanidade", referindo-se à resposta global à crise. Barroso sublinhou o imperativo de as Nações Unidas (ONU) irem mais longe na realização dos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, aprovados em 2000. Estes objectivos prevêem a redução para metade da pobreza extrema à escala planetária até ao horizonte de 2015, em relação a 1990, bem como o retrocesso das grandes epidemias, da mortalidade infantil e da iliteracia. “Claro que esperávamos que houvesse um maior número de delegações que estivessem representadas, isso teria sido muito melhor”, disse aos jornalistas Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, citado pela Lusa. Para os quatro dias da conferência são esperados dirigentes de vários países asiáticos e latino-americanos, do Médio Oriente, como o iraniano Mahmud Ahmadinejad, e de África, como o zimbabueano Robert Mugabe. A ONU informou que os países desenvolvidos estão na disponibilidade de conceder menos de 20 mil milhões de dólares (15.700 milhões de euros) dos 50 mil milhões de dólares (39.300 milhões de euros) que deveriam ser desbloqueados para o desenvolvimento até 2010, conforme promessa deixada em 2004. De acordo com o Banco Mundial, estima-se que 40 milhões de pessoas sejam arrastadas para a pobreza durante o próximo ano, devido à crise financeira mundial. (Público)

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1351605&idCanal=11

1 comentário:

MariaCosta disse...

Realmente já estava na hora das Naçoes Unidas nao se preocuparem apenas nos seus países aliados, que na sua maioria sao países bastante desenvolvidos.
Cada vez mais é preciso ajudar os países subdesenvolvidos, além da fome e doenças, estes países deparam-se tambem com grandes conflitos internos, causando cada vez mais mortes e feridos.
Espero que esta ajuda que venha da ONU ajude mesmo estes países, pois deparam-se com grandes flagelos hoje em dia.