O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje, por unanimidade, o envio de mais três mil “capacetes azuis” para a República Democrática do Congo, para que a missão de paz consiga melhorar a resposta à crise militar e humanitária vivida no Leste do país, onde nas últimas semanas se intensificaram os combates entre Governo e rebeldes. Com este “aumento temporário” (com mandato inicial, ainda que renovável, até 31 de Dezembro), a MONUC passará a integrar perto de 20 mil polícias e militares, reforçando o estatuto de maior missão de paz da ONU. A resolução hoje aprovada especifica que o reforço do contingente “visa permitir à MONUC o reforço da sua capacidade de defesa dos civis” e garantir uma melhor organização das forças no terreno, para que a missão de paz “cumpra plenamente o seu mandato”. O documento sublinha ainda que a missão tem “regras sólidas” sobre as situações em que está autorizada a usar a força. A MONUC opera ao abrigo do capítulo VII da Carta das Nações Unidas, o que lhe permite recorrer a todos os meios necessários para proteger as populações. As organizações humanitárias têm criticado a actuação dos “capacetes azuis” por não conseguirem impedir a crise humanitária registada no Leste do Congo. Segundo dados da própria ONU, 250 mil de pessoas abandonaram as suas casas para fugir aos combates entre o Exército e os rebeldes tutsis leais ao general Laurent Nkunda, que se aproximaram já de algumas cidades estratégicas. Após a aprovação da resolução, o embaixador francês na ONU, Jean-Maurice Ripert, congratulou-se por ter sido possível superar as resistências de alguns países, que questionavam a necessidade de enviar mais tropas para o país, sublinhando que “a situação no terreno é suficientemente grave” para justificar esta iniciativa. “As violações do cessar-fogo continuam, como continuam infelizmente as atrocidades e a situação humanitária para os deslocados ainda é má”. O diplomata acrescenta que a comunidade internacional deve continuar a “acompanhar o processo político no Congo”, país que começava a erguer-se depois de uma década de guerra civil, e a apoiar “o reforço das estruturas militares”.
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