segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1 de Dezembro - Dia Mundial Contra a SIDA


Hoje, 1 de Dezembro de 2008, para além de se comemorar em Portugal o Dia da Restauração, é também o Dia Mundial contra a SIDA. Ficam aqui alguns dados estatísticos e um texto sobre a situação actual da SIDA em Portugal e no Mundo.


Eis algumas estatísticas relacionadas com o HIV SIDA retiradas do Relatório da ONU-SIDA de 2006:



Números do HIV-SIDA de 2006



  • 2 é o número de vírus VIH existentes: VIH-1 e VIH-2

  • 10 é o número de subtipos do vírus VIH-1 do grupo M

  • 50 por cento das infecções adquiridas em 2005 ocorreram em pessoas entre 15 e 24 anos

  • 95 por cento dos novos casos de infecção em 2005 ocorreram em países em desenvolvimento, sobretudo África

  • 1984 foi o ano em que o VIH foi identificado

  • 14 000 foram infectadas diariamente com o VIH (em 2005)

  • 3,1 milhões é o número de seropositivos que morreram em 2005

  • 4,9 milhões é o número de novas infecções em 2005

  • Cerca de 23 milhões de pessoas morreram vítimas de SIDA em todo o Mundo desde o início da epidemia

  • 28 milhões de crianças africanas terão, em 2010, perdido pelo menos um dos pais, em consequência da SIDA. No total dos países em desenvolvimento, estima-se que esse número seja de 44 milhões (relatório agência americana para desenvolvimento internacional, 2000)

  • 40,3 milhões de pessoas estão infectadas em todo o mundo, no final de 2005

Novo relatório da UNAIDS (2008)



Transcrevo, ainda um trabalho sobre a SIDA publicado na "Página da Educação" (on line):


SIDA: uma epidemia do tamanho do mundo


No mapa geográfico da SIDA, o continente africano é o mais atingido e onde a epidemia assume proporções de calamidade. É na África subsariana que ocorre perto de 90 por cento das novas infecções pelo VIH. Estima-se que em 2003 houvesse cerca de 25 milhões de africanos portadores do vírus (as estimativas mais altas apontavam para 27,9 milhões) e que mais de 17 milhões tivessem morrido até esse ano. Este número representava, na altura, o triplo do total de mortes em relação ao resto do mundo. Actualmente, calcula-se que em muitos países da África meridional, em média, um em cada cinco adultos seja portador do VIH. De acordo com a ONU-SIDA (organismo das Nações Unidas criado para coordenar os esforços de erradicação da doença a nível mundial) o Uganda é o único país da África subsariana que tem conseguido inverter a progressão da doença. Entre o início da década de 90 e a actualidade, a taxa de prevalência entre a população adulta decresceu cerca de 6%, mantendo-se hoje nos 8%. Em outros países da África Oriental, como o Djibouti, a Etiópia ou o Quénia, a taxa de prevalência mantém-se nos dois dígitos. Estas taxas são particularmente elevadas em países como a Namíbia e a Zâmbia (20%), o Lesoto (24%), a Swazilândia e o Zimbabwe (25%) ou o Botswana, onde mais de um terço da população é seropositiva (36%). A África do Sul é o país com maior número de seropositivos no mundo, com 5,1 milhões de indivíduos. Em alguns destes países, a SIDA fez com que a expectativa média de vida decaísse dos 55 para os 35 anos de idade entre 2001 e 2005. Aqui, onde vivem cerca de 85% dos seropositivos menores de 15 anos de todo o mundo, completar dezoito anos significa praticamente chegar à meia-idade. No norte de África e no Médio Oriente a epidemia de SIDA está longe de ter a mesma expressão, mas continua a progredir. Em 2000, calculava-se que nesta região vivessem cerca de 400 mil pessoas com o VIH. A epidemia alastra também a outras zonas do globo, sobretudo à Ásia, onde cerca de 6,5 milhões de pessoas são portadoras do vírus. A China parece ser actualmente o país mais vulnerável, fruto do aumento da taxa de infecções sexualmente transmissíveis e da imigração em larga escala do interior para o litoral.Em termos absolutos, a Índia é o segundo país do mundo, a seguir à África do Sul, com maior número de casos de SIDA no mundo (3,7 milhões). No entanto, devido ao elevado número de habitantes (acima dos mil milhões) a percentagem de prevalência é relativamente baixa (0,7%). Na América Latina e Caraíbas vivem cerca de 1,8 milhões de pessoas com SIDA. O Haiti é o país com a mais alta taxa de prevalência da região (5%), apenas suplantada pela África a sul do sahara. Em outros quatro países das Caraíbas (República Dominicana, Jamaica, Porto Rico e Bahamas) a taxa oscila em redor dos 2% da população adulta. No Brasil, país da América do Sul mais afectado e onde a taxa de incidência crescia a um ritmo galopante até ao final dos anos noventa, o início do fabrico de medicamentos anti-retrovirais – ao desafiou das leis de monopólio das grandes empresas farmacêuticas mundiais – tem estabilizado a progressão da epidemia. As taxas de infecção crescem também na Europa Oriental e Ásia Central, onde factores como o consumo de drogas injectáveis e as infecções transmitidas sexualmente estão a fazer aumentar o número de pessoas que vivem com o VIH. Em algumas partes desta região, produziram-se mais infecções pelo vírus ao longo de 2000 do que no conjunto dos anos anteriores. Nos países industrializados existem cerca de 1,5 milhões de pessoas infectadas, mas a maioria consegue levar uma vida normal graças à terapia anti-retrovírica de uso generalizado. Apesar disto, os esforços de prevenção parecem não estar a surtir o efeito desejado. Em algumas cidades americanas, por exemplo, os índices de SIDA entre os consumidores de drogas injectáveis voltaram a subir e atingem níveis tão altos como 18% em Chicago ou 30% em algumas zonas de Nova Iorque.


A desigualdade norte-sul no acesso ao tratamento
Sabe-se hoje que a prevenção é a melhor forma de combater a SIDA. Na Ásia, por exemplo, as iniciativas de prevenção levadas a cabo na Tailândia, ao longo dos anos 90, evitaram cerca de cinco milhões de mortes. Porém, passadas mais de duas décadas desde o aparecimento da epidemia, os estudos realizados a nível mundial demonstram que uma percentagem significativa dos jovens ainda não faz ideia de como se transmite ou de que forma se podem proteger do vírus. Em todo o mundo, a cada 15 segundos um jovem entre os 15 e os 24 anos é infectado pelo VIH. Em 2004, esse número ascendeu a mais de 2 milhões de indivíduos.De facto, a SIDA está longe de ser um problema que atinja exclusivamente os adultos. De acordo com números da Organização Mundial de Saúde, cerca de 500 mil crianças menores de 15 anos morrem anualmente vítimas de SIDA, o que equivale a um óbito a cada minuto. Dos mais de três milhões de mortos causados pela doença em 2004, um em cada seis era uma criança. Cerca de 640 mil são infectadas anualmente. Sem acesso a tratamento adequado, metade delas não sobrevive até aos dois anos de idade. A Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), estima que em 2010 existirão mais de 18 milhões de crianças órfãs de um dos progenitores na África subsariana e que menos de 10% delas receba actualmente algum tipo de apoio público. Mais do que os governos, os doadores ou as organizações não governamentais internacionais em conjunto, são sobretudo as comunidades locais que têm prestado o apoio directo a estas crianças. Por outro lado, apesar de o preço dos medicamentos anti-retrovíricos ter baixado nos países mais pobres e de o seu acesso ser hoje maior, eles estão ainda longe de chegar a todos quanto deles precisam. A maioria dos cerca de meio milhão de menores de 15 anos que morre todos os anos vítimas de doenças relacionadas com a SIDA é contaminado através da transmissão do vírus de mãe para filho. Porém, menos de 10 por cento das mulheres grávidas têm acesso a tratamento que possa prevenir a transmissão. Na década de 90, alguns programas levados a cabo em onze países africanos mostraram que através de uma terapêutica simples, com base em medicamentos anti-retrovirais cuja aplicação tem um custo estimado de três cêntimos por dia, consegue-se uma redução de aproximadamente 50% das infecções. Apesar do baixo custo desta terapia, calcula-se que apenas 1% das crianças tenha acesso a este tratamento e que menos de 5% de outras crianças seropositivas que necessitam de outros tipos de medicamentos anti-retrovirais estejam a recebê-los. No total, a Organização Mundial de Saúde estima que, no final de 2003, apenas cerca de 400 mil pessoas no mundo teriam acesso a medicamentação, o que significa que apenas uma em cada nove pessoas que necessita de tratamento urgente estava a recebê-lo.


Situação da SIDA em Portugal
De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis (CVEDT) do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, em Junho deste ano encontravam-se notificados cerca de 27 mil casos de VIH e SIDA nos diferentes estádios de infecção em Portugal. Deste total, o maior número de casos correspondia a pessoas que consomem drogas por via endovenosa (46,8%). O número de casos associados à infecção por transmissão sexual heterossexual representava o segundo grupo (35,4%) e o terceiro era ocupado pela transmissão homossexual masculina (11,7%). As restantes formas de transmissão correspondiam a 6,1% do total.Um aspecto relevante é o facto de os casos cuja causa provável de infecção é a transmissão sexual heterossexual apresentarem uma “tendência evolutiva crescente” e de se registar uma diminuição dos casos associados à toxicodependência. Desde 1995, e ainda de acordo com o CVEDT, têm sido notificados com maior frequência casos de SIDA no grupo etário entre os 45 e os 54 anos.Desde Fevereiro deste ano, a Sida é considerada uma doença de declaração obrigatória, estando catalogada como patologia de notificação obrigatória (Portaria nº 103/2005, DR nº 17, Série I-B revogada pela Portaria nº 258/2005, de 16 de Março, DR nº 53, Série I-B), devendo ser notificada ao CVEDT.A ideia de que esta é uma doença restrita a alguns grupos de risco (homossexuais, prostitutas, toxicodependentes) está completamente ultrapassada. Entre 1992 e 1998, por exemplo, os casos de infecção VIH diagnosticados em homossexuais e bissexuais diminuíram para menos de metade, ao passo que aqueles que foram observados em heterossexuais aumentaram para mais do dobro. Em Portugal os medicamentos necessários ao tratamento do VIH/SIDA são comparticipados na quase totalidade e entregues apenas nos hospitais. No entanto, de acordo com Francisco Porto Ribeiro, da Associação Abraço, esta medida não impede que a “ignorância social” sobre o assunto continue a fazer vítimas e que o poder politico tenha responsabilidades por esta situação.


Fonte: http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=4282 (Novembro de 2008)

Para concluir este post fiquem com uma canção de Annie Lenox dedicada à causa da luta contra o HIV-SIDA: "Sing"


1 comentário:

Mara disse...

Relações sexuais
contacto com sangue infectado, de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação
- são estas as causas para a transmição do virus.

O VIH é um vírus bastante poderoso que, ao entrar no organismo, dirige-se ao sistema sanguíneo, onde começa de imediato a replicar-se, atacando o sistema imunológico, destruindo as células defensoras do organismo e deixando a pessoa infectada (seropositiva), mais debilitada e sensível a outras doenças.Também podem surgir alguns tipos de tumores (cancros).
Este síndrome manifesta-se e evolui de modo diferente de pessoa para pessoa.

Ao contrário do que as pessoas pensam o virus não é transmitido por um beijo, aperto de mão ou até mesmo beber pelo mesmo copo. Mas sim através de sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e, provavelmente, dos fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos.
A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário, porque o sémen é mais virulento do que os fluidos vaginais.
Muitos serositivos são homossexuais.
O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de uma pessoa infectada, contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
O maior preventor actual sem duvida é o persevativo, mas não deve ser usado só para prevenção da gravidez, como também para esta patologia.
Nós, enquanto sociedade devemos deixar de lado os comportamentos ditos de risco e evoluir. Segundo me informei o para além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais. Por isso não existem mais desculpas para a ausência deste nas práticas sexuais, principalmente em relações homossexuais.

O grau de inseguridade e timidez por estas pessoas infectadas é enorme, pois não confiam nas pessoas para contar-lhes a sua patologia, devido ao preconceito. A verdade é que muitas pessoas que nos rodeiam são infectadas por este virus e ´nem sequer desconfiamos de tal coisa... pois apresentam um estado dito normal,(isto se levarem a medicação pelo caminho certo). Actualmente os infectados pelo HIV, têm cada vez mais probabilidades de viver até aos 80 anos. As suas vidas são perfeitamente normais!

É necessário "deixar cair por terra" a desconfiança , o medo, e preconceito (dogmas) por esta doença infecciosa!