domingo, 16 de novembro de 2008

Polícias europeias desmantelam rede de tráfico de mulheres


Uma vasta operação policial a decorrer em seis países europeus, entre eles Portugal, já permitiu deter 32 pessoas e identificar mais 70. Trata-se de uma rede organizada de tráfico de pessoas para fins sexuais e que, de acordo com a polícia, será responsável pela introdução ilegal na União Europeia (UE) de pelo menos 3500 mulheres ucranianas. Em Portugal a Polícia Judiciária (PJ) e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), na sequência desta operação, actuaram em conjunto na madrugada de quinta-feira, num estabelecimento nocturno nas imediações de Mação. Foram detidas cinco pessoas, com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos, sobre quem recaem suspeitas de terem praticado crimes de auxílio à imigração ilegal, lenocínio e tráfico de pessoas para fins sexuais. Este grupo de detidos é suspeito de integrar um lote bem mais alargado e que actua em todo a UE. Em Espanha, segundo noticiou ontem o El País, terão sido presas 14 pessoas e em Itália uma outra. A rede estende-se, no entanto, também pela Polónia, Hungria e Eslováquia. A forma de actuação desta rede, conforme dizem os responsáveis espanhóis dos serviços de imigração, consiste em fazer o recrutamento das mulheres através da colocação de anúncios em toda a imprensa escrita ucraniana. A troco de quantias que oscilam entre os 2500 e os 3000 euros, as mulheres são convencidas que lhes serão facultadas autorizações de trabalho e residência quando, de facto, o que lhes é entregue são apenas vistos de curta duração (entre cinco a dez dias) para permanência no Espaço Schengen. Viajando em carrinhas e pequenos autocarros, mas também dissimuladas entre mercadorias transportadas em camiões, as mulheres são orientadas para dizerem, caso sejam interpeladas, que são turistas. As mulheres acabam por ser espalhadas por diversos países da Europa Ocidental onde são colocadas em estabelecimentos nocturnos. A única hipótese que lhes é dada para amealharem dinheiro para poderem regressar ao seu país é a de se prostituirem. Essa é, no entanto, uma tarefa árdua, uma vez que a maior parte do dinheiro que ganham acaba por lhes ser descontada, alegadamente para pagamento da alimentação e hospedagem. Segundo um inspector da PJ contactado pelo PÚBLICO há também casos em que as mulheres se prostituem com receio de serem concretizadas as ameaças de morte dirigidas aos seus familiares que permanecem na Ucrânia. Os vistos, segundo referem as autoridades espanholas, estariam a ser expedidos através de delegações diplomáticas da Polónia, Hungria, Eslováquia e República Checa.Os condutores das viaturas que procedem ao transporte das mulheres são, regra geral, ucranianos que possuem autorização de residência em Portugal, Espanha, Itália e França. (Público)


2 comentários:

Daniel disse...

O tráfico e cada vez mais uma realidade a nivel mundial.
Existem tráficos de vários tipos, tráficos de droga,tráficos de orgãos, tráficos de notas, tráficos de crianças entre outros, neste caso estamos a falar de tráfico de mulheres a nivel europeu. Penso que todos os europeus se devem sentir tristes perante esta situação e sobertudo se sabem que existem casos destes as suas portas devem colaborar.
A liberdade foi algo que costou a quem por ela lutou e o tempo de se escravizar ja la vai porque estes tráficos sao um tipo de escravatura!
Vamos apoiar as autoridades nacionais e internacionais e combater este acto de TERRORISMO!

Anónimo disse...

o aumento da prostituição e do tráfico de mulheres, adolescentes e crianças, está cada vez mais presente em Portugal, na Europa e no Mundo. Calcula-se que mais de 500 mil mulheres na Europa sejam vítimas do tráfico e muitos milhões no mundo.

Nem sempre o objectivo do tráfico é a exploração sexual das vítimas. Por vezes, são casamentos forçados, situações de trabalho clandestino, de trabalho doméstico e outras, em condições de escravidão. Mas, o fundamental, é a exploração sexual, a prostituição.

No geral, as vítimas são as mulheres que vêem de países africanos, de leste, da América Latina, ou seja, de zonas onde há pobreza, faltam oportunidades de emprego, escasseia a informação.

O agravamento do desemprego e das condições sociais, o alastrar da toxicodependência, designadamente nos jovens, está também a contribuir para um novo surto de prostituição nas ruas e estradas, em diversas zonas do País, de mulheres e jovens que são atiradas para situações de desespero e não vêem outra saída para sobreviverem.

Claro que a prostituição tráz consequências gravíssimas .
É nestas actividades que as pessoas ficam mais vulneráveis, não conseguem resistir á tentação e depois claro futuramente vão ao médico e descobrem que apanharam a SIDA ( Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ). Referi-me á SIDA em especial pois penso que ela é doença mais mortal em relação ás outras em geral
( sexualmente transmissíveis).

Termino o meu comentário com esta afirmação de Hélio Galvão:

“A prostituição vem da pobreza geral, da miséria proletária, da promiscuidade, das habitações coletivas, da falta de educação
profissional e de trabalho honesto, dos lares desfeitos e defeituosos, do alcoolismo paterno, da infância desarrimada ... desvirginadas muito cedo,
antes mesmo da menarca, são varridas de casa pelos pais intolerantes e arbitrários, aliam-se às más companhias, são ultrajadas pelos patrões sem
escrúpulos e pelos chefes que exploram sua dependência ... que respeitam o anonimato e não
lhes pede qualquer qualificação, a não ser a de seus dotes físicos”

Telmo Conceição
11ºI